A história dos 75 anos da Banda Comércio e Indústria (BCI) está agora em livro, cuja apresentação aconteceu no passado sábado na Casa do Pai Natal, que está instalada no Céu de Vidro.
O livro é da autoria de Margarida Louro, que faz parte da banda desde 1976 e surge na sequência do estudo que realizou para o seu mestrado na Universidade Nova, intitulado “A banda filarmónica: um retrato social e cultural. O caso da Banda Comércio e Indústria das Caldas da Rainha”.
O trabalho, de 2006, contextualizava esta filarmónica no seio da sua comunidade, além de dar pistas sobre a génese das bandas civis em Portugal. “Já tinha a parte científica a partir da investigação que fiz e pensei em acrescentar mais informações sobre a história da banda”, explicou Margarida Louro.
Nasceu assim o livro “75 anos ao serviço da cultura”, com vários documentos, fotografias e, principalmente, muita informação escrita. É também uma obra que aborda uma parte da história das Caldas da Rainha de uma outra perspetiva. A autora incluiu ainda uma apresentação dos maestros, mas também de alguns músicos que passaram pela banda e que seguiram uma carreira profissional.
A BCI foi fundada em 1947 por iniciativa de alguns comerciantes e industriais da cidade, com o apoio das entidades locais e do maestro da Banda do Regimento de Infantaria 5 (que tinha sido extinta), capitão Armando Escoto, que foi o seu primeiro diretor artístico.
O primeiro concerto da banda teve lugar no Teatro Pinheiro Chagas, a 2 de janeiro de 1947.
A banda foi fazendo diversos concertos na cidade e em muitos pontos do país, embora com alguns períodos de menor fulgor, como durante o surto emigratório nas décadas de 50 e 60. A BCI chegou a parar a sua atividade por falta de músicos em 1973, devido à guerra colonial.
Só depois do 25 de Abril, em 1975, um grupo de jovens decidiu contatar com antigos músicos e diretores da banda para formar uma “comissão dinamizadora”, que foi a responsável pela reativação da banda no ano seguinte.
Destacam-se dessa época os nomes de Álvaro Jerónimo, Manuel dos Santos, Onofre Madruga, José Lino, Carlos Isidoro, José António, Carlos Branco, Adelino Mamede, José Louro, Heloísa Perista, Jaime Jorge e Paula Perista, entre outros.
Dirigidos pelo maestro Luís Rego, fizeram o seu concerto de estreia em dezembro de 1976 e nunca mais pararam.
O professor José Louro, pai de Margarida Louro, foi um dos impulsionadores do regresso da banda, tendo integrado muitos alunos seus na BCI, incluindo as suas três filhas. Até hoje, Margarida Louro e as suas irmãs continuam a fazer parte da banda.
Desde outubro de 2008, a BCI é dirigida pelo maestro Adelino Mota.
O livro foi editado pela BCI, contando com o apoio da Câmara Municipal e das duas uniões de freguesia da cidade.
Depois da apresentação do livro, a BCI fez ainda um concerto evocativo dos seus 75 anos na tenda de circo instalada no Parque D. Carlos I.
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