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Cirurgia previne o AVC em doentes com estenose da carótida

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A estenose da carótida, que consiste na obstrução da artéria carótida, é um dos principais fatores de risco do Acidente Vascular Cerebral (AVC), a doença que mais mata e incapacita, em Portugal. O Hospital CUF Torres Vedras dispõe de uma equipa dedicada à realização de uma cirurgia, única na região Oeste, capaz de tratar este tipo de estenose e, assim, evitar o AVC. Gil Marques, Coordenador de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital CUF Torres Vedras, falou com o Jornal das Caldas sobre este procedimento diferenciado que aumenta a acessibilidade a cuidados de saúde diferenciados na região.

Qual é a relação entre a estenose da artéria carótida e o AVC?

Sempre que há estenose da carótida, a probabilidade de AVC é grande. Um AVC pode acontecer por dois motivos: ou porque algum vaso fica obstruído e deixa de irrigar o cérebro, ou porque um vaso rompe e provoca uma hemorragia. A estenose da carótida corresponde, precisamente, a uma obstrução parcial da artéria carótida. Esta obstrução pode ir agravando, fazendo com que a artéria acabe por ficar totalmente bloqueada e impedindo que o sangue e o oxigénio cheguem ao cérebro, ou a placa que a está a obstruir pode fragmentar-se e levar a lesões cerebrais, por oclusão das artérias mais pequenas. Nesse momento, dá-se um AVC isquémico. Sendo a estenose da carótida uma doença tipicamente silenciosa, não é raro o AVC ser o primeiro sinal.

Então, para alguém que sofre de estenose da carótida, o AVC é praticamente inevitável?

Se o diagnóstico de estenose da carótida for feito atempadamente, é possível prevenir o AVC. Identificar a presença de fatores de risco precocemente é a chave para conseguirmos tratá-los a tempo. Para isso, é fundamental consultar regularmente o médico e fazer os exames recomendados. Nos casos de estenose da artéria da carótida o tratamento pode passar pela realização da cirurgia preventiva do AVC.

Além disso, há várias estratégias que podem ser aplicadas no dia a dia das famílias não só para prevenir, como para desacelerar a progressão da estenose da carótida, evitando o AVC. Nomeadamente, é importante manter uma vida saudável, não fumar e controlar a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol e o excesso de peso.

Em que consiste a cirurgia preventiva do AVC?

Denominada de endarterectomia carotídea, é uma cirurgia que permite prevenir um primeiro AVC, como possíveis recorrências, através da remoção da gordura que se depositou na parede da artéria carótida e está a provocar a estenose.

Em particular, nos casos em que o tempo é decisivo, poder fazer esta cirurgia perto de casa é uma mais valia para a população de Torres Vedras e áreas limítrofes. O Hospital CUF Torres Vedras reúne todas as condições para realizar este procedimento, com toda a segurança – é, aliás, o único hospital com capacidade para a realizar, na região do Oeste. Esta segurança é suportada pela existência de uma equipa multidisciplinar experiente e pela unidade de cuidados intermédios, que garante uma monitorização atenta e próxima dos doentes, no pré e pós-cirurgia.

Que especialidades estão envolvidas nesta cirurgia?

A endarterectomia carotídea é realizada por uma equipa composta por profissionais de Angiologia e Cirurgia Vascular, Anestesia e Enfermagem, com larga experiência nesta técnica e capaz de agir com a devida rapidez, para que os resultados sejam os melhores possíveis para o doente. Uma curiosidade: esta é uma técnica cirúrgica particularmente prezada pelos cirurgiões vasculares portugueses por ter sido idealizada e praticada, pela primeira vez, em Portugal.

Sobre a estenose da carótida

“A estenose da carótida caracteriza-se pela acumulação de gordura (aterosclerose) nas artérias carótidas, que se localizam na zona do pescoço e são responsáveis por levar o oxigénio do coração até ao cérebro. Normalmente, o depósito de aterosclerose acumula-se na zona em que bifurcam, tornando o canal mais estreito e dificultando a circulação sanguínea.”, explica o especialista.

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