O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e a secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, estiveram no dia 19 de dezembro na cerimónia de reabertura do museu José Malhoa, que esteve encerrado para obras de reabilitação.

Com um investimento de cerca de 450 mil euros, esta intervenção retificou problemas graves do edificado, nomeadamente as falhas na cobertura e no sistema de drenagem de águas pluviais, responsáveis por infiltrações que colocavam em causa a conservação do acervo, entre outros estragos.

Esta foi uma das obras financiadas no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e é uma das primeiras a estar concluída no âmbito do ministério da Cultura. “Este é um indicador avançado do que poderemos esperar na cultura para os próximos anos”, referiu Pedro Adão e Silva.

Segundo o ministro, o PRR permitiu que se avançasse com o maior investimento de sempre na reabilitação, conservação e restauro do património edificado (300 milhões de euros).

O ministro informou ainda que, também no âmbito do PRR, o museu Malhoa irá receber um investimento de cerca de meio milhão de euros para a transição digital.

A intervenção no museu foi feita através da Direção Regional de Cultura, cuja diretora, Suzana Menezes, aproveitou a cerimónia para fazer um balanço da sua atividade, uma vez que esta entidade será extinta no final do ano.

A recém-criada a entidade pública Museus e Monumentos de Portugal irá assumir a gestão dos museus nacionais. “Esta entidade vai dispor de meios mais ágeis”, salientou o ministro.

Na cerimónia esteve presente Pedro Sobrado, que é o presidente do conselho de administração da empresa pública.

No final da cerimónia foi feita uma visita guiada ao museu, com apresentação das várias intervenções realizadas e do património exposto.

Uma das novidades é que, depois de realizadas as obras, voltou a ser possível a abertura das portadas das portas axiais em janelões que permitem a vista, desde o interior, para o parque envolvente.

Museu da Cerâmica sem obras à vista

Apesar de ser urgente uma intervenção no edifício do museu da Cerâmica, o ministro da Cultura disse aos jornalistas que a queda do governo interrompeu o processo necessário para que as obras pudessem avançar.

Segundo a secretária de Estado da Cultura, serão necessários cerca de 1,7 milhões de euros para a realização da intervenção necessária. A governante é fã confessa da coleção deste museu, que elogiou muito, e teve várias reuniões, inclusive no local, mas não existem verbas disponíveis.

“Estávamos precisamente a trabalhar para procurar uma solução de financiamento e não sei se isso será possível neste quadro de governo em gestão”, adiantou Pedro Adão e Silva.

O presidente da Câmara, Vitor Marques, aproveitou a ocasião para sensibilizar o presidente da Museus e Monumentos de Portugal, em conversa pessoal, para a necessidade urgente destas obras.