Um mural com a imagem de D. Afonso Henriques, alusivo à passagem do primeiro rei de Portugal por aquelas terras em 1143, foi inaugurado a 8 de dezembro à entrada de Alvorninha.
Segundo o presidente da Junta de Alvorninha, José Henriques, pretendeu-se com este mural fazer uma homenagem à história desta terra e fazer com este passasse a ser um ponto de interesse na freguesia.
A obra é da autoria de Rui Basílio, licenciado em Design Industrial na ESAD, que depois de uma investigação sobre a história de Alvorninha, considerou que a única ilustração possível seria a da imagem de Afonso Henriques, tal como está em Guimarães. “O propósito do meu trabalho é sempre o de unir as várias gerações” e em Alvorninha considerou que deveria ser destacado a ligação a D. Afonso Henriques, acrescentando também alguns elementos relativos à agricultura.
O artista aproveitou ainda as duas paredes do edifício para separar o “Al” de “Alvorninha”, de forma a lembrar também a parte histórica dos árabes.
Presente na cerimónia, a historiadora Joana Beato Ribeiro referiu que as terras de Alvorninha começaram por fazer parte dos Coutos de Alcobaça. É essa época que inspira a frase do historiador Joaquim Veríssimo Serrão, inscrita no mural: “a terra agrícola mais produtiva no conjunto do reino”.
Joana Beato Ribeiro está a trabalhar com a junta de freguesia na reedição do livro “Alvorninha”, cuja primeira edição é de 1989. “Temos já poucos exemplares e foi um trabalho muito importante realizado naquela altura. Foi esse livro que fez com que eu e as outras pessoas de Alvorninha percebessem que esta terra tem muita história”, salientou José Henriques.
A historiadora pretende também complementar e melhor todas as informações históricas que fazem parte deste livro. “Há muita história para desbravar. Não só das pessoas que aqui viveram, mas também da relação deste território com o resto do país”, adiantou. Desse trabalho faz parte a recuperação de alguns documentos do século XVI e XVII.
Vão querer também recuperar e ampliar o roteiro patrimonial que existe no livro. “Precisamos de mapear estes locais e fazer com que estes sejam preservados”, adiantou, referindo que alguns casos devem avançar para a sua classificação patrimonial.
Em relação ao edifício foi pintado o mural, José Henriques lembrou que foi adquirido há muitos anos pela Câmara das Caldas e nunca chegou a ter nenhuma utilidade, acabando por ser apelidado de “mono”.
O autarca espera que este edifício, que era um armazém de vinhos, possa ser reabilitado e até aproveitar, em parte, para arrendamento para habitação. Querem ainda fazer o embelezamento da zona em frente do mural e criar condições para ali realizar alguns eventos.
O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, mostrou-se muito satisfeito com o resultado final do mural e mostrou-se disponível para que este edifício venha a ser recuperado. Para o autarca, é importante aproveitar todas as potencialidades desta freguesia.
O mural teve um custo de 20 mil euros dos quais 75% foram suportados pela Câmara das Caldas.
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