A tradição continua a cumprir-se e os representantes da população ao nível autárquico reuniram-se numa época onde as divergências são afastadas ou suavizadas e se destaca a união em prol do concelho.
No entanto, o antigo presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, foi o mais destemido no discurso no Jantar de Natal, salientando a pouca adesão dos autarcas, recordando os anteriores jantares de natal com 500 pessoas. “É uma pena que só tenha 200 pessoas e a culpa é de todos nós, porque este encontro deveria ser um momento alto de fraternidade e de pensamento em relação ao nosso concelho”, sustentou.
Lamentou não estar ninguém da CDU e BE e também a falta do presidente da Assembleia Municipal e vereação do PSD. “Não percebo porque é que o atual presidente da Assembleia Municipal não está presente. Se não tem saúde também não pode exercer o cargo, porque falhar sistematicamente não fica bem”, adiantou.
O ex-autarca referiu ainda que a Assembleia Municipal “não ganhou nada com o facto de ter perdido membros do CDS-PP, BE e CDU”.
Apelou que “não deixem morrer estes encontros porque está aqui a expressão do poder autárquico de homens e mulheres que deram tudo pelo concelho”.
Fernando Costa destacou o facto de estarem presentes vários elementos do CDS-PP das Caldas e homenageou Rosário Ladeira, dirigente daquele partido, “uma mulher com quem eu tenho muita consideração, com um M grande e uma grande lutadora”.
Fernando Costa disse que o presidente do PSD, Luís Montenegro, que defendeu a localização do novo Hospital do Oeste no Bombarral, “não esteve bem”, mas que também “o Ministro da Saúde e o Bastonário da Ordem dos Médicos não estiveram bem”. Salientou que é preciso “protestar contra as palavras do líder do PSD e de todos os ministros” que defendem o novo hospital no Bombarral.
Entre os partidos que não estão representados na Câmara nem na Assembleia Municipal, marcou presença a nova presidente do CDS caldense, Sofia Cardoso, que lembrou que o seu partido tem “um historial bastante rico e tem dado um grande contributo a este concelho”.
Para a dirigente este natal tem um sabor muito especial porque existe a esperança em “mantermos a nossa luta para que a construção do novo hospital seja nas Caldas”. Pediu ao Pai Natal para colocar no sapatinho “um novo Governo em março para que possamos reacender a esperança de podermos ficar com o hospital e um dia mais tarde convidar a RTP para o natal dos Hospitais nas Caldas da Rainha”.
Ovídio Dinis, em representação do Movimento Independente da Foz do Arelho (MIFA), também deixou uma mensagem de esperança pela construção do Hospital nas Caldas, mas pediu igualmente que a Lagoa de Óbidos seja “acompanhada”.
João Dinis, do Vamos Mudar, pediu união em prol do novo Hospital porque é para ser utilizado por “todos”.
Pedro Seixas, em representação do PS, destacou a necessidade de haver união e força em mostrar ao Governo Central que “Caldas hoje está viva e que reivindica o novo hospital”. Salientou que a luta continuará independentemente do “resultado das eleições”.
Referiu ainda que o próximo ano será de “desafios com a oportunidade de termos um orçamento com uma receita total grande que nunca o município teve e que nos convoca a fazer mais”.
Paulo Sousa, em representação do PSD, disse que “este jantar é um momento de reconhecimento pelo trabalho que todos os autarcas fizeram ao logo dos anos em prol do concelho”. Referiu ainda que a posição do seu partido é que o novo hospital seja “construído nas Caldas”, pedindo união nesta luta “sem qualquer aproveitamento politico”.
Presidente pede união para viabilizar orçamento para 2024
O antigo presidente da câmara das Caldas, Tinta Ferreira, também realçou o contributo dos autarcas em prol do “concelho e comunidade”. Fez referência às “famílias que muitas vezes ficam para trás com todos os compromissos e trabalho dos autarcas”.
Tinta Ferreira, sem responsabilizar ninguém, apelou à união de todos em defesa do equipamento de saúde neste concelho, revelando que “ainda há hipótese de reverter a situação”.
A vereadora do Vamos Mudar, Conceição Henriques, disse que ela deve ser “a pessoa na sala com menos créditos da política caldense”. “Com dois anos na câmara municipal é um privilégio poder dedicar algum tempo da minha vida à causa pública”, salientou, expressando o seu maior respeito por quem “está aqui e há décadas e anos que dedicam a sua vida em prol do concelho”.
O vice-presidente da autarquia, Joaquim Beato, afirmou que Caldas da Rainha tem a obrigação de ser uma “cidade do futuro”. “Estamos só a 45 minutos de Lisboa, a 30 de Santarém e de Leiria, vamos todos vender a nossa marca”.
O presidente da Câmara, Vitor Marques, realçou as gerações presentes e o gosto comum por esta terra.
Em relação ao hospital declarou que “é preciso caminhar no mesmo sentido como fizemos até aqui”.
Revelou que o orçamento do município para 2024 tem mais “5 milhões de euros em relação ao passado ano”, pedindo união para a aprovação do orçamento “para que seja possível viabilizar e implementar os projetos”.
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