A ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Mendes Godinho, inaugurou oficialmente, a 30 de novembro, a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) do Centro Social do Nadadouro (CSN), mas haverá ainda uma outra cerimónia mais festiva para assinalar a abertura do novo lar.
O novo equipamento era um sonho antigo da população, que vê agora a possibilidade de dar resposta na freguesia a uma grande necessidade de um lar.
O ERPI tem 30 camas (mais duas de recobro) e já havia mais interessados do que lugares disponíveis. Há 70 pessoas em lista de espera. “Nós já temos pré-inscrições há muitos anos” adiantou Alice Gesteiro, presidente da junta do Nadadouro. A intenção é começar a receber os idosos durante esta semana e estar a funcionar em pleno no final do mês.
Como faz parte do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) há a garantia de todos os utentes terem a garantia da comparticipação total de Segurança Social (atualmente 520 euros mensais por pessoa).
A obra custou mais de 1,5 milhões de euros e teve um apoio de cerca de 300 mil euros do programa PARES, embora grande parte dessa verba ainda não tenha sido entregue ao centro social. A Câmara das Caldas da Rainha contribuiu com 428 mil euros, assim como com 50% dos custos dos equipamentos para a cozinha e lavandaria.
“Este é um bom exemplo de como o Estado pode colaborar com a sociedade civil”, disse a ministra.
Ana Mendes Godinho aproveitou a ocasião para sublinhar que o setor social tem sido um dos grandes pilares deste governo, sendo que terá em 2024, pela primeira vez, um orçamento superior a dois mil milhões de euros.
Atualmente há 800 projetos em curso no país e no distrito de Leiria são 150 obras (em creches, lares e outras respostas sociais), num valor total de 100 milhões de euros.
O diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Leiria, João Paulo Pedrosa, referiu que tudo o que a direção do CSN fez para conseguir que esta obra se realizasse, inclusive ultrapassar algumas questões burocráticas.
João Paulo Pedrosa recordou também que durante a pandemia da Covid-19 houve funcionários deste centro que foram socorrer outras instituições onde havia muitos infetados.
Um sonho realizado com a ajuda de todos
Alice Gesteiro, que é também presidente do centro social, contou que todo o complexo, que inclui o centro de dia e agora o lar, “nasceu de uma ideia há 20 anos” quando foi constituído oficialmente como uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).
O centro de dia foi construído contando apenas com o apoio financeiro da Câmara das Caldas e “com o trabalho de muitos voluntários”, porque não conseguiram financiamento do Estado central.
Depois de realizada esta obra, a população começou a insistir para avançarem para a construção de um lar e foi essa a missão que agarraram. “Agora é um sonho realizado, apesar de todas as dificuldades. Até apanhámos a Covid pelo meio e atrasos por parte do construtor”, afirmou.
O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, deu os parabéns a Alice Gesteiro e à sua equipa por terem conseguido esta obra, depois de ultrapassadas tantas adversidades.
O autarca elogiou também as IPSSs pelo trabalho que realizam no concelho, dando resposta a várias necessidades da população.
Segunda “inauguração” irá ter uma festa
Alice Gesteiro foi surpreendida no 28 de novembro por um telefonema a anunciar que a governante iria proceder à inauguração da ERPI.
O episódio foi por ela contado na reunião da Assembleia Municipal que decorreu nessa noite, tendo a autarca explicado que não teve tempo para convidar todos os que gostaria de ter presentes.
Desse modo, haverá em breve uma outra cerimónia, mais alargada, e com uma festa para toda a população.
Na cerimónia, Alice Gesteiro elogiou a equipa de funcionários pela qualidade do serviço que prestam e acrescentou que são procurados por muitos utentes que ouvem falar do trabalho que ali é feito.
No centro de dia há 30 utentes e prestam ainda apoio domiciliário a 42 pessoas.
“Estes funcionários mereciam ser mais bem pagos e para isso também precisávamos de mais apoio” do Estado central. O quadro de pessoal aumentou por causa do lar, de 24 para 32, mas ainda vão ter de contratar mais pessoas. Os vencimentos representam mais de 50% do total dos custos.
Sobre esta questão, a ministra disse aos jornalistas que desde 2015 o governo aumentou em 44% o valor das comparticipações para o setor social e que isso também implica a valorização dos trabalhadores destas instituições.
No entanto, as comparticipações não aumentaram, em proporção, tanto quanto o ordenado mínimo nacional nos últimos anos. “Em 2009 o ordenado mínimo era 450 euros e manteve-se assim bastante tempo”, referiu Alice Gesteiro.
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