Caminhada para Eliminação da Violência contra Mulheres
O Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD) da Câmara Municipal das Caldas da Rainha acompanhou, desde o início do ano e até novembro, 53 novos casos de violência doméstica contra as mulheres. Segundo a vereadora responsável pelo pelouro da ação social, Conceição Henriques, os números aumentaram em relação ao ano passado.
“É uma chaga social a combater”, salientou Conceição Henriques, lamentando que “uma mulher em Portugal é mais provável ser morta dentro de casa por uma pessoa que lhe é próxima do que assaltada na rua por um estranho”.
A vereadora considera que a sensibilização é o mecanismo mais eficaz para eliminar este crime público. “Com tanta informação espanta-me como é que as novas gerações continuam a sujeitar-se a relações tóxicas e a subjugação de poder ao ponto de se deixarem agredir e não travarem”, adiantou.
“A violência contra as mulheres está assente numa cultura machista de dominação e há que romper com essa cultura, há que desmontar esses estereótipos. Isso é fundamental para um processo de transformação social”, sublinhou a autarca.
O GAVVD tem como técnica a tempo inteiro Débora Vicente Alves. A vereadora revelou que vão brevemente reforçar a “equipa de apoio à vítima porque precisam de duas pessoas a trabalhar em equipa”. Reforçaram a ação social com uma psicóloga clínica que também dá apoio ao Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica.
“Este ano achámos que uma boa maneira de sensibilizar a comunidade para a eliminação da violência contra as mulheres foi fazendo uma caminhada porque chama mais a atenção dos participantes e também alerta o público que está na rua”, explicou a autarca. A concentração foi na Praça 25 de Abril ao fim da tarde e a maioria dos participantes usou calças mais escuras e camisolas ou casacos mais claros. A caminhada teve a duração de uma hora.
O município deu a cada participante uma garrafa de água e uma maçã (oferta da Frutalvor). A autarquia ofereceu também lápis, canetas e desdobráveis com informação sobre o crime de violência doméstica, que abrange maus tratos físicos ou psíquicos.
A caminhada de sensibilização contou com a representação do Rotary Club das Caldas, Rotaract, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Centro Hospitalar do Oeste, Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, Conselho da Cidade, Gabinete da Juventude das Caldas, Caminheiros de Óbidos, Universidade Sénior Rainha Dona Leonor, Clube Soroptimista das Caldas e Agrupamento de Escolas D. João II. A iniciativa contou ainda com a colaboração da PSP das Caldas da Rainha e da Cruz Vermelha – Delegação Centro Humanitário Litoral Oeste Norte.
A Organização das Nações Unidas assinala esta efeméride no dia 25 de novembro, lembrando que no mundo (e em Portugal), diariamente, mulheres e raparigas são vítimas de algum tipo de violência: violência doméstica, tráfico de seres humanos, mutilação genital feminina, violação, assédio sexual e outras agressões sexuais, casamento forçado, ou outros crimes praticados contra as mulheres.
0 Comentários