Um projeto comunitário, que tem como objetivo construir um bando de andorinhas a ser instalado, como obra criativa coletiva, na Rua das Montras, nas Caldas da Rainha, no início da primavera de 2024, é o desafio que está a ser lançado à comunidade.
Com a ajuda de todos pretende-se criar “uma primavera festiva na nossa cidade, uma obra única e de todos”, manifesta o grupo Ode à Primavera, constituído por Zélia Évora, Manuel Bandeira Duarte, Mónica Correia, Ana Hermenegildo, entre outros. A iniciativa tem o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório.
“Tivemos a ideia de fazer um “céu” cheio de andorinhas. Na nossa cidade, a andorinha foi eternizada pela cerâmica de Bordallo mas, também, por muitos outros artistas”, descrevem.
“No final do século XIX, Caldas da Rainha era uma estância termal de enorme popularidade. Com acesso privilegiado através do caminho-de-ferro, inúmeros aquistas e veraneantes deslocavam-se anualmente a esta localidade, a fim de usufruírem dos benefícios das águas e da inerente dinâmica social e cultural. Durante a época estival, aqui era notada a presença de andorinhas em abundância, sobretudo em redor nos plátanos, como que dando as boas-vindas a quem chegava e se deslocava na área do “Passeio da Copa””, relata Sofia Bandeira Duarte.
“Observador sempre atento a toda esta realidade foi Rafael Bordallo Pinheiro – o fundador da Fábrica de Faianças das Caldas -, que em 1891 moldou em cerâmica alguns exemplares de andorinhas. Interessado pelo trabalho artístico baseado em elementos naturalistas, Bordallo viu na andorinha a mensagem da própria alma portuguesa, entre a aventura da partida e a saudade do regresso. Desenhou e produziu quatro modelos de andorinhas em faiança, pintados à mão e vidrados, diferindo no tamanho e nos movimentos, de forma a potenciar o efeito criativo da sua apresentação em conjunto”, descreve.
Sofia Bandeira Duarte adianta que “ainda nos anos 90 de oitocentos, o artista registou a patente destas peças, certamente consciente da sua iminente popularidade. Rapidamente e até aos dias de hoje, as andorinhas – sozinhas ou em bando -, tornaram-se presença habitual nas casas portuguesas. Algumas delas replicam, ainda, o desenho original de Rafael Bordallo Pinheiro”.
“Entre muitas outras coisas, são símbolo do lar e da renovação”, aponta o grupo, vincando que a ideia lançada precisa de ser executada com a participação de todos os que quiserem colaborar.
Os materiais podem ser todos os que permitam construir uma andorinha. No entanto, deve-se ter em conta que a maior parte vai estar exposta na rua, logo, sujeita a chuva, vento e sol. Outras poderão estar em montras, dependendo do seu tamanho e do material que for utilizado.
O limite de construção é 20 de fevereiro. Mais informações pelo telemóvel 918253141 ou e-mail ode.a.primavera@gmail.com.
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