O compositor, pianista e maestro António Vitorino d’Almeida tocou, no passado dia 9 no Museu Leopoldo de Almeida, nas Caldas da Rainha, num concerto interativo para cerca de 90 pessoas.
Num espetáculo de improviso ao piano, António Victorino d’Almeida pediu ao público sugestões de músicas para tocar. Capitães de Abril, Acordai, Os Verdes Anos foram algumas das propostas.
Foi para Jaime Costa, fundador do JORNAL DAS CALDAS e amigo do maestro, “um momento memorável de piano que evidenciou a excelente forma artística do pianista”.
O concerto foi organizado pela Câmara Municipal e Centro de Artes das Caldas da Rainha. José Antunes, diretor do Centro de Artes, pediu ao púbico presente para participar nas iniciativas dos museus. Destacou ainda Jaime Costa, que foi graças a ele “que o maestro tocou mais uma vez nas Caldas da Rainha”.
António Victorino d’Almeida recordou que Caldas da Rainha é um local onde sempre teve “amigos fulcrais, como José de Sousa, que faleceu, e Jaime Costa, embaixador no concelho”.
O maestro elogiou os museus das Caldas e considerou as Caldas uma cidade “de cultura”.
Antes do concerto, o maestro deu uma pequena entrevista ao JORNAL DAS CALDAS. Referiu que em dezembro, a 1, 2 e 3, a Companhia de Ópera de Setúbal apresenta uma peça dedicada à luta pelo voto feminino, com música de António Victorino d’Almeida e direção artística de Jorge Salgueiro. “Foi-me encomendada há cerca de seis meses e vai ser estreada no início de dezembro, enquanto que a primeira ópera que eu escrevi há 50 anos continua à espera de ser estreada”, salientou. Lamentou que Lisboa “não tenha ópera diária, porque é uma das manifestações mais populares”.
Surgiu-lhe também uma nova encomenda que está em curso, que é “uma peça para uma ópera de fantoches no norte do país”.
António Victorino d’Almeida lamenta que não haja mais cultura em Portugal, mas ao JORNAL DAS CALDAS disse que “já não espero grande coisa”. No entanto, “enquanto puder vou continuar a compor e tocar música para o público”.
Para o compositor, o único, verdadeiro e melhor ministro da Cultura de Portugal foi António Ferro, no tempo de Salazar. E depois do 25 de Abril, António Victorino d’Almeida destacou Francisco Lucas Pires.
A partir do dia 18 de novembro, com inauguração às 16h30, o Museu Leopoldo de Almeida e o Espaço da Concas vão ser palco de uma exposição de Ivo Andrade, intitulada “Matéria Cíclica”, que estará patente até 30 de janeiro do próximo ano.
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