Terminou no Skate Park das Caldas da Rainha, na manhã de 10 de novembro, a residência artística do artista visual Gil Ferrão, que durante dois meses estabeleceu uma ligação entre aquele espaço e a aldeia de Cortém.
A residência artística, intitulada “Objectos Rolantes”, desenvolveu-se no âmbito do projeto CAU (Cortém Aldeia Urbana) e contou com a participação de alunos do 11º ano do curso de Artes da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, em coordenação com a professora Cecília Correia.
No dia 10, a estes estudantes juntaram-se outros colegas do curso de Ciências e Tecnologias para um último momento de co-criação com Gil Ferrão. “Quisemos mostrar a forma como trabalho com eles e que se pode fazer muito com pouco”, adiantou o artista ao JORNAL DAS CALDAS.
No espaço do Gabinete da Juventude esteve patente a exposição final do artista. Da mostra faziam parte objetos, vídeos e pinturas produzidas durante a residência, que teve como principal objetivo “construir uma ponte, uma rampa, um caminho, entre a aldeia de Cortém onde normalmente acontecem as residências artísticas do CAU, e o Skate Park da nossa cidade”, explicou Filipa Morgado, mentora do CAU.
Gil Ferrão utiliza objetos que se cruzam com ele no dia-a-dia e “esmiúça os seus mecanismos e desconstrói a sua natureza”. A responsável do CAU salienta ainda que “paralelamente ao salvamento dos objetos disfuncionais, percorre o mundo dos espaços desabitados dando-lhe uma nova vida e sentido”.
Os cilindros e as esferas foram os principais protagonistas deste laboratório, aos quais se juntaram as plataformas de equilíbrio, os guiadores e volantes. As criações, que se realizaram em workshops com crianças de várias idades, foram experimentadas nas rampas do Skate Park e nas grandes descidas da aldeia de Cortém. Na sua residência, Gil Ferrão quis abordar também as relações que se estabelecem ao brincar na rua e estar em espaços que foram criados para a fruição urbana, como é o caso do Skate Park das Caldas. Em Cortém encontrou alguns carrinhos de rolamentos e num almoço comunitário ouviu as histórias dos moradores sobre as corridas que se realizaram em tempos passados.
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