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Carta Educativa prevê reorganização de escolas com menos de 4 salas  

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A Carta Educativa do concelho das Caldas da Rainha, que se aguardava desde 2017, foi aprovada por unanimidade na sessão extraordinária da Assembleia Municipal (AM) que decorreu no dia 24 de outubro. Será o “documento orientador” na área da Educação para o concelho e que antevê, entre outras metas, um conjunto de intervenções de requalificação nos estabelecimentos da rede pública, algumas das quais já foram executadas. Desde 2020 a 2027 prevê-se um “investimento de cerca de 20 milhões de euros”, disse António Rochette, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra e coordenador daquele documento, que será até ao final do ano homologado pelo Ministério da Educação.
- António Rochette apresentou a Carta Educativa na Assembleia Municipal

António Rochette, que apresentou a Carta Educativa na sessão da AM, afirmou que relativamente ao 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) “é de destacar a existência de 14 estabelecimentos de ensino que apresentam menos de quatro salas de aula e que, por essa razão, não garantem uma sala e um professor por ano de escolaridade”, revelou.

Ao nível das freguesias verifica-se que é na União de Freguesias (UF) de Tornada e Salir do Porto que se encontra o maior número de estabelecimentos (cinco) com menos de quatro salas, bem como na UF de Caldas da Rainha – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, com três escolas nesta situação.

“Não podemos ter crianças de primeira e outras de segunda”, salientou, acrescentando que “as escolas com duas salas estão muito fora daquilo que é a real situação atual das necessidades da educação nos tempos atuais, sem cantina, biblioteca, pavilhão desportivo, entre outras infraestruturas”.

Recordou que a rede de escolas com duas salas foi lançada em 1940 pelo Estado Novo. “Estamos a falar de há 80 anos, já fomos à Lua, tivemos uma ditadura e já estamos em democracia”, sublinhou.

Para o coordenador da Carta Educativa, o atual panorama do concelho, em termos de demografia escolar, “obriga a pensar numa reorganização da atual rede educativa, cuja filosofia de base deve assentar na redução das assimetrias, mas, acima de tudo, na criação de condições de igualdade no acesso a um ensino de qualidade”, o que leva a “reorganizar, sempre que possível, os estabelecimentos de educação e ensino de reduzida dimensão, integrando a população escolar em escolas de maior dimensão”.

Nesta reorganização António Rochette disse que propõem encerrar uma escola próximo da cidade que só tem uma sala e existe um conjunto de escolas que não garantem uma sala e um professor por ano de escolaridade, em que recomendam “dois anos numa escola (1º e 2º anos de escolaridade) e dois anos na outra escola (3º e 4º anos de escolaridade). “A proximidade de algumas destas escolas permite manter o estabelecimento de ensino e que funcione e continue a ser uma peça fundamental na comunidade”, apontou.

Salientou que esta reorganização vai permitir um docente por ano de escolaridade, mas vai ter custos significativos para a autarquia, que vai ter que “assegurar o transporte das crianças”. Em contrapartida “não necessitamos gastar dinheiro em edifícios escolares”.

“As projeções demográficas realizadas (gerais e escolares) para a próxima década vêm confirmar o cenário de perda de crianças e jovens nos próximos anos”, revelou António Rochette.

Entre os anos letivos 2022/2023 e 2024/2025 prevê-se uma redução de 13 crianças com idade de frequentar o pré-escolar (-1,2%). Para o 1º CEB prevê-se um decréscimo de 87 crianças (-5,9%) entre os anos letivos de 2022/2023 e 2027/2028, refletindo a diminuição de nascimentos verificados a partir de 2016. Por outro lado, aponta-se para o 2º e 3º CEB uma diminuição de 441 jovens neste período (-19,4%) e menos 196 jovens em idade de frequência do Ensino Secundário (-12,8%).

Crescimento negativo em todas as freguesias do concelho

“Fizemos uma análise muito pormenorizada da evolução da população e das projeções, que nos dá uma leitura muito clara dos índices de envelhecimento e das taxas de nascimento”, explicou o coordenador do estudo. 

Segundo está escrito na Carta Educativa, o concelho das Caldas da Rainha em 2021 apresentava-se como sendo o terceiro concelho mais populoso no contexto desta região. Na última década (2011-2021) a evolução foi negativa, registando um decréscimo de -1,6% da população residente (-819 indivíduos), num contexto em que a região Oeste teve um crescimento de 0,3%.

A UF Caldas da Rainha – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e a UF Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra de Bouro assumiam-se como as mais populosas, com cerca de 18.540 habitantes (36,4%) e 11.902 habitantes (23,4%), respetivamente. Considerando o período 2011-2021, verificou-se uma diminuição do número de nascimentos, correspondendo a -22% (-92 nascimentos) e um acréscimo de 157 óbitos, correspondendo a um aumento de cerca de 28%.

No ano de 2021 verificou-se um crescimento natural negativo em todas as freguesias do concelho de Caldas da Rainha, pois os valores da taxa de natalidade foram sempre inferiores aos da taxa de mortalidade.

Destaca-se uma elevada atratividade deste concelho, devido aos fluxos migratórios registados, sobretudo em 2019 e 2020.

A diminuição das classes mais jovens e o progressivo aumento das classes mais idosas demostram claramente a tendência para o envelhecimento da população. Em 2021 existiam 212 idosos para cada 100 jovens (a nível nacional eram 182).

As projeções realizadas para o período 2021-2041 indiciam uma tendência evidente de perda populacional. Em 2031, a população das Caldas da Rainha poderá oscilar entre os 47.089 e os 49.165 habitantes. Considerando o cenário central, que assume os mesmos comportamentos demográficos observados na última década, projeta-se uma quebra populacional de 7,5% (-3821 residentes face a 2021).

Mesmo nos cenários considerados otimista e desejável, e no cenário com migrações, a população continuará a decrescer, embora com valores menos expressivos.

A população continuará a envelhecer, projetando-se que em 2031 existam 270 idosos para cada 100 jovens, e na década seguinte um aumento para 292 idosos para cada 100 jovens (em 2021 a relação era de 212 idosos para cada 100 jovens).

De acordo com António Rochette, grande parte do crescimento deve-se “aos municípios a sul, nomeadamente Torres Vedras, devido à sua proximidade com o centro de Lisboa e à A8, que leva a que muita gente que trabalha em Lisboa já esteja a viver próximo do litoral”.

O presidente da câmara, Vitor Marques, destacou que com a carta educativa a autarquia “está agora apto a elaborar o plano estratégico educativo municipal e também já pode candidatar-se a fundos europeus ou a financiamento do Estado”.

Aprovada devolução de 3% do IRS aos munícipes em 2024

Foi aprovada por unanimidade nesta sessão da AM a proposta do executivo camarário para o aumento da devolução do IRS aos munícipes, de 2,5% para 3,00 %, no orçamento municipal para 2024.

Segundo o presidente da Câmara, este aumento de meio valor percentual traduz-se na devolução de 250 mil euros. O autarca esclareceu que “a nossa proposta tem a ver com investimentos em algumas áreas, nomeadamente na atribuição de uma verba de 1000 euros aos recém-nascidos no concelho”.

Haverá também um aumento no apoio no cartão de farmácia que se destina a apoiar munícipes que, por força da sua condição económica, não consigam adquirir a medicação prescrita pelo seu médico. Nesta altura tem 100 aderentes, número que tem vindo a crescer.

“Serão aumentadas, de 75 para 100, as bolsas de estudo a atribuir, bem como o valor unitário, que passará de 800 para 1200 euros”, adiantou o autarca.

O deputado municipal André Cardeal, em representação do PSD, fez uma proposta para devolução de 4% devido ao contexto socioeconómico vigente, referindo que há um empobrecimento do país e do concelho e que é uma oportunidade de “apoiar as famílias e de diminuir as dificuldades sentidas pelos caldenses, diminuindo a perda de poder de compra”.

Os membros do PS concordaram com a posição do executivo, porque consideram que o atual contexto socioeconómico se mantém idêntico àquele vivido em 2022, pelas mesmas razões que o levaram a propor no ano transato uma descida de 0,5%, entendendo que “face aos investimentos previstos realizar no próximo ano, não seria sustentável ao município ir mais longe no alívio fiscal dos nossos concidadãos, atenta a considerável perda de receita em que se traduziria”.

Este ponto do IRS suscitou uma discissão entre os membros da AM do Vamos Mudar (VM), PS e PSD. Alguns elementos do PS recordaram aos deputados do PSD que “quando o executivo do PSD estava à frente do município não aceitou a proposta do PS para descer os impostos e era também uma altura de crise económica”. Mas no final todos votaram a favor de 3%, valor a devolver aos munícipes que pagam este imposto, do máximo de 5%.

Proposta do PSD para taxa de saneamento

O PSD apresentou uma proposta que não chegou a ser discutida nesta sessão da AM, para que ao valor da taxa de saneamento e águas residuais seja reduzido 75% para aplicar a unidades de tratamento primário de esgotos domésticos. Sugere ainda que o valor desta taxa seja reduzido em 100% para aplicar a unidades de tratamento primário de esgoto doméstico do tipo ecológico e que em ambos os casos seja garantido anualmente um despejo de fossa gratuitamente.

Foi aprovada por unanimidade a proposta de Revisão do Regimento da Assembleia Municipal. Todos os membros da AM foram unânimes em congratular o deputado do VM, José Luís Almeida, que elaborou o documento. Foi elogiado o respeito pelas sugestões dos partidos.

Mais financiamento para o Festival das Adiafas de Vidais

O presidente da Junta de Freguesia de Vidais, Rui Henriques, destacou o êxito do Festival das Adiafas, onde cerca de 12 mil pessoas passaram pelo evento, e pediu “um apoio financeiro maior, pois se a freguesia saiu a ganhar, o município também”.

Revelou que “a agricultura foi o grande mote para o festival assim como a divulgação da freguesia e apoiar as associações locais”. “Orgulhamo-nos de ter organizado um dos maiores festivais agrícolas do Oeste”, manifestou, adiantando que estiveram “máquinas agrícolas de marcas mundiais e mais de 100 agricultores de diversos concelhos do Oeste nas palestras”.

O autarca referiu que conseguiram “financiar indiretamente as sete associações da freguesia que estiveram presentes e que faturaram mais de 15 mil euros de lucro para assim fazerem face aos elevados custos que têm”.  

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Carta Educativa defende a integração dos alunos do 1º ciclo em escolas de maior dimensão
 
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