O evento decorreu no dia 12 de outubro, no Espaço Turismo das Caldas da Rainha e teve como oradores Fernando Coalho, diretor-adjunto do Departamento de Supervisão, do Banco de Portugal, Luís Vaz e Pedro Dias, ambos do Banco de Portugal. Estes especialistas partilharam ferramentas para uma gestão eficaz de recursos, com foco em temas como orçamento familiar, inflação e gestão de crédito num contexto de subida de taxas de juro.
Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, também era para fazer uma intervenção, mas não conseguiu estar presente por motivos profissionais. Segundo a moderadora da conferência, Ana Machado, Isabel Jonet estará presente noutra iniciativa a agendar.
Fernando Coalho destacou que o tema do orçamento familiar é muito relevante para o Banco de Portugal, manifestando que “nós temos a função de fazer formação financeira para os clientes bancários e para a população em geral”.
Segundo este responsável, visa capacitar as pessoas para “decisões mais esclarecidas e informadas nas despesas, orçamento e escolha dos produtos financeiros, poupança de crédito”. “No contexto em que vivemos, com a pandemia, com a guerra, inflação e subida de taxas de juro, a formação financeira tem sido vista como uma política pública muito importante para que as famílias tenham resiliência para enfrentar estes choques financeiros adversos e inesperados”, sublinhou.
Luís Vaz focou a sua intervenção no “Orçamento Familiar e Inflação”, explicando qual o “impacto da inflação e do aumento das taxas de juro no orçamento”. “O aumento das despesas mensais reduz o saldo do orçamento e a capacidade de poupar. Mesmo que a família consiga o mesmo nível de poupança, o valor real desta poupança diminui com o aumento da inflação”, explicou.
Se os preços aumentam e a família “não alterar os padrões de consumo, haverá um aumento nas despesas mensais no orçamento”. Se os rendimentos nominais não aumentarem ou o aumento for inferior à inflação, “haverá uma redução do poder de compra dos rendimentos (rendimento real)”.
O orador deu algumas dicas sobre como reequilibrar o orçamento, explicando que “é necessário reavaliar as despesas, dar prioridade à satisfação das nossas necessidades e, na medida do possível, atender aos nossos desejos”. Referiu ainda “a necessidade de ponderar a possibilidade de reutilizar, recuperar ou partilhar produtos, avaliar a possibilidade de aumentar os rendimentos e aumentar os esforços de poupança”.
O funcionário do Banco de Portugal aconselhou que se faça uma lista das compras antes de sair para o supermercado, para evitar compras por impulso. “Compare os preços do mesmo produto em diferentes marcas e formatos, avalie a possibilidade de reduzir gastos de eletricidade e de água, pondere a possibilidade de reduzir gastos com gás e gasolina e peça faturas com o número de contribuinte para deduzir nos impostos”, foram outras medidas para reequilibrar o orçamento apontadas por este responsável.
Pedro Dias baseou a sua intervenção na prevenção do risco de incumprimento. Referiu que o cliente deve “procurar antecipar que não conseguirá pagar os empréstimos que contratou nas datas de vencimento das prestações, devendo alertar a instituição de crédito de imediato e pedir para renegociar as condições do crédito”. A instituição está “obrigada a monitorizar mensalmente os contratos de crédito de forma a detetar indícios de risco de incumprimento”.
O elemento do Banco de Portugal apresentou um plano de ação para o risco de incumprimento (PARI) e informou sobre as medidas de mitigação do impacto do aumento da Euribor no crédito à habitação (Dl 80-A/2022).
No final falou das consequências do incumprimento e divulgou uma rede de apoio ao cliente bancário.
O NRDC é um grupo de trabalho apadrinhado pelo Rotary Club da mesma cidade. Composto exclusivamente por voluntários, não rotários, tem como missão realizar projetos sociais significativos para melhorar a qualidade de vida das pessoas na comunidade. Para o mandato de 2023/2024 pretendem organizar atividades para capacitar jovens, promover literacia na área da saúde, apoiar a empresas e valorizar os produtos locais. Também estão empenhados em combater a solidão na terceira idade e desenvolver atividades culturais com o objetivo de promover o património.
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