Os municípios do Cadaval e Bombarral pediram ao ministério da Agricultura para que seja declarado o estado de calamidade para a produção de pera rocha, afetada pelas temperaturas altas do início de agosto.
A 23 de setembro, as assembleias municipais do Cadaval e Bombarral aprovaram uma moção, apresentada pelo PSD, com esse pedido, que está agora a ser analisado pelo governo.
Apesar das Caldas da Rainha ser também um grande produtor de pera rocha, a proposta não esteve em cima da mesa na última reunião da Assembleia Municipal caldense.
A moção aprovada naqueles dois concelhos pede ainda “medidas de caráter excecional” para repor a produtividade agrícola e a inclusão do problema do escaldão nos riscos de cobertura dos seguros.
Os deputados municipais querem também uma reunião entre a ministra, os municípios e Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).
É ainda pedido seja elaborado um plano de ação para tornar este setor mais resiliente face às alterações climáticas.
O presidente da ANP, Filipe Ribeiro, já tinha adiantado ao JORNAL DAS CALDAS que as perdas na produção de pera rocha são de cerca de 50% em toda a região.
“Trata-se do segundo ano consecutivo em que o setor enfrenta uma redução muito significativa da quantidade de pera rocha disponível”, lamentou.
Segundo o responsável, esta situação resulta de condições climatéricas adversas ao normal desenvolvimento dos frutos (temperaturas anormais em algumas fases do ciclo produtivo e escassez de recursos hídricos). Na primeira semana de agosto houve um “escaldão superficial que queimou a epiderme do fruto, que deixa assim de ter aproveitamento comercial”.
O deputado João Nicolau, coordenador do PS na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, também já tinha alertado para a “situação dramática” que viu no terreno e a “necessidade de se avaliar rigorosamente os estragos e de se definirem ações para acorrer a eventuais quebras de rendimento”.
O deputado do PCP, Duarte Alves, esteve no Cadaval para reunir com representantes do setor agrícola e irá fazer uma intervenção na Assembleia da República sobre a campanha da pera rocha.
Para o PCP, urge apoiar a produção e os produtores considerando que, os próprios seguros do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas não cobrem a situação climática extrema de agosto.
Além disso, de modo a combater as pragas e fundos, o PCP volta a insistir na necessidade de se apostar na investigação para a prevenção e tratamento de doenças e fungos que afetam as pereiras.
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