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Jornadas Pedagógicas do Agrupamento de Escolas Raul Proença

Alunos do 9º ano vão estudar com manuais digitais

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Os alunos do 9º ano do Agrupamento de Escolas Raul Proença (AE Raul Proença) vão estudar este ano com manuais escolares digitais, segundo um projeto piloto lançado pelo Governo que pretende substituir gradualmente os manuais em papel. “Todos os estudantes do 9º ano da Escola Secundária Raul Proença e da Escola Básica de Santo Onofre irão substituir os livros em papel por manuais digitais, uma vez que a Direção Geral de Educação implementou o projeto e as escolas nesta fase podem candidatar-se, voluntariamente, a integrá-lo”, explicou o diretor, João Silva, durante as Jornadas Pedagógicas, que decorreram no dia 13 de setembro, no Grande Auditório do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.

Jornadas Pedagógicas do Agrupamento de Escolas Raul Proença

“O nosso pensamento no conselho pedagógico foi de esperar mais dois ou três anos e aí integrar todos os anos, mas seria uma logística muito difícil daí a decisão de começar por envolver o nono porque é um ano em que estão a ser introduzidos manuais novos. É bom nós fazermos assim um ano para ir melhorando e depois integrar os outros anos, progressivamente”, adiantou.

João Silva disse que para esta nova medida vão precisar ter “extensões dentro das salas de aula para os alunos ligarem os computadores e não ficarem sem carga, armários para arrumar o equipamento e os docentes vão ter que tirar proveito das práticas pedagógicas deste recurso”.

O diretor do agrupamento referiu que estão a preparar os alunos, pais e professores. “Os estudantes e encarregados de educação passarão a ter um código, dado pelas editoras, e descarregam o manual. Podem ter o manual em PDF ou ter o manual online. Como existe o acesso a um banco de materiais, os alunos podem trabalhar em casa na escola digital”, adiantou.

O responsável recordou que no conselho geral quando colocaram a questão dos manuais digitais aos pais eles deram um aval muito positivo porque deixa de haver o peso das mochilas.

“Qualidade e exigência”

Outra vantagem é a logística “complexa, de todos os anos entregarem os livros e que têm de estar em condições”.

Uma desvantagem desta nova medida é “a dificuldade de saber se o aluno quando está com o computador se está a fazer outra coisa”, apontou, considerando que “temos de aprender com outros países para não cometer os mesmos erros”.

Nas Jornadas Pedagógicas do AE Raul Proença, participadas por 280 professores do agrupamento, diversos oradores e docentes partilharam os seus projetos. Foi também o primeiro encontro da comunidade escolar “para dar a conhecer aos 45 novos professores como funciona a dinâmica do agrupamento”.

Um dos grandes desafios que se coloca à escola é continuar a ser “cativante e motivadora para os 2780 estudantes”, salientou.

O que diferencia o AE Raul Proença é a “imagem de qualidade, exigência e de preocupação que nós passamos para os outros”.

“A forma como nos relacionamos com os alunos encarregados de educação, entidades e empresas é o que faz a imagem de uma escola ser forte”, salientou.

João Silva falou de algumas dificuldades pela frente, como “conseguir substituir professores em tempo útil”, revelando que neste momento “falta um professor de filosofia, informática e de inglês”.

“Saíram 12 professores em pouco tempo e temos uma lista enorme de docentes para continuar a sair porque temos muitas pessoas próximas da idade da reforma”, contou, acrescentando que este ano letivo vai manter-se a “média de um a dois professores a aposentarem-se por mês”.

Para este responsável “um problema é substitui-los” e o outro é que “há vinte anos os professores entravam numa escola e faziam uma aprendizagem com os docentes mais velhos, que passavam o seu conhecimento”.

Outro desafio é o início das obras de requalificação da escola sede do agrupamento neste ano letivo.

Revelou que a Escola do Bairro da Ponte também precisa de uma grande intervenção, que está a ser tratada pelo município e que “tudo indica que terá lugar brevemente”.

João Silva revelou ainda que a Escola EBI de Santo Onofre, que completa 30 anos, sofreu alguns melhoramentos como pintura do exterior, entre outros, para torná-la mais moderna. “Queremos projetar a imagem de uma EBI forte, cheia de alunos”, sublinhou.

Falou de outra dificuldade, que é a falta de assistentes operacionais. A autarquia já colocou 10 funcionários, mas “necessitamos de mais”, revelou.

O diretor referiu que outro desafio é o aumento dos alunos estrangeiros, pois neste ano letivo vão ter mais de 500 estudantes filhos de imigrantes e 300 são do Brasil. “No ano passado estávamos a trabalhar com 17%, este ano estamos a trabalhar com 20% de alunos estrangeiros”. “Não conseguimos fazer turmas de português de língua não materna e isto é uma dificuldade tremenda que começa no 1º ciclo e estende-se aos restantes”, relatou.

Segundo o responsável, o Ministério de Educação está preocupado com essa questão mas retirou às escolas uma hora de crédito por cada turma, o que significa que “vamos trabalhar com menos160 horas de crédito, o que obriga a tirar algumas medidas pedagógicas”.  

João Silva é da opinião que “as educadoras, professores titulares da turma e diretores de turma são extremamente importantes na ligação que a escola tem com as famílias. A forma como se comunica é determinante para o sucesso do agrupamento”, vincou, alertando que “é preciso ter cuidado para que os pais e alunos não deturpem o que foi dito”. 

No dia 22 de setembro assinala-se o “Dia Europeu Sem Carros” e o AE Raul Proença decidiu associar-se novamente a esta iniciativa e vai realizar uma caminhada pela cidade. Os alunos, acompanhados pelos professores efetuarão uma caminhada entre a sua escola e o Parque D. Carlos I, passando pelo centro da cidade. No final existirão atividades no parque. Este evento contribui para “criar relações de empatia entre alunos e professores”, referiu o diretor.

“Professor tem que ter enorme sentido de intuição”

A inteligência artificial é um tema desafiante, mas “não substitui o papel do professor, que tem que ter um enorme sentido de improvisação”, disse o professor Rui Correia, que é um dos elementos organizadores das Jornadas Pedagógicas. “Mais do que ter uma aula bem preparada é podermos estar silenciosos com um enorme sentido de intuição, de ver o que se passa com aquele miúdo e conseguir compreender intuitivamente sem grandes teorias, mas com muita cultura e sentido prático”, defendeu o docente.

“Somos a indústria da utopia. A escola é o mais bem-sucedido empreendimento da democracia portuguesa”, salientou.

2ª edição do “Youth Summit”

A vereadora com o pelouro da educação, Conceição Henriques, que esteve pressente na sessão, destacou o gabinete da Juventude da Câmara das Caldas da Rainha, que, constituído no ano passado, trabalha com uma “equipa minúscula do quadro da autarquia, mas depois tem um grupo de jovens voluntários da nossa cidade, alguns dos quais estudam na Raul Proença”.

A autarca falou da segunda edição do “Youth Summit”, uma semana direcionada para os jovens, com dinâmicas variadas que serão desenvolvidas por toda a cidade no final de setembro. “Tem um programa muito interessante e é uma forma de levar os estudantes para um outro fórum que não o da escola”, contou, apelando à colaboração de todos os professores para poderem aderir com os alunos à iniciativa.

Conceição Henriques revelou que o foco de discussão serão as eleições para o Parlamento Europeu que irão decorrer nos 27 Estados-membros entre 6 e 9 de junho de 2024.

Considerou que “está na altura de nós começarmos a consciencializar os nossos jovens da importância que tem Portugal estar integrado na União Europeia”.

Realçou ainda a importância da “educação para a cidadania sem ser só na escola” e revelou que as Caldas “não tem uma única associação de jovens”.

A vereadora terminou a sua intervenção revelando que Carta Educativa do concelho foi finalmente submetida ao Ministério da Educação há cerca de um mês e meio. “Havia uma concluída, mas que não estava em condições e nós fizemos uma de raiz”, anunciou.

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