A adolescente de 16 anos que confessou ter assassinado a irmã, três anos mais velha, na casa onde ambas viviam com o pai, no bairro da Fonte Boa, em Peniche, vai ser presente nesta sexta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Leiria para aplicação das medidas de coação.
A menor foi detida depois de ter revelado aos inspetores do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária que cometeu o crime, levando-os até ao local onde escondeu o corpo, um terreno baldio nas traseiras da habitação. Fez uma cova onde colocou o cadáver e tapou o buraco, que ficaria dissimulado não fossem as diligências das autoridades policiais no sentido de apurar os contornos do desaparecimento da jovem.
Lara Pereira não era vista desde 15 de agosto, data em que o crime terá ocorrido, segundo a Polícia Judiciária. O desaparecimento foi comunicado a 19 de agosto e tornou-se público dez dias depois quando alguns familiares da jovem difundiram apelos nas redes sociais.
No dia 8 de setembro, o Ministério Público de Peniche solicitou à Polícia Judiciária a realização de diligências, que foram efetuadas em Peniche, Caldas da Rainha e na zona da Grande Lisboa, despistando as informações obtidas das vivências da jovem dada como desaparecida e que indiciaram que a área da residência era onde estariam as respostas.
Foi assim que no dia 13 de setembro se procederam desde o início da manhã a “várias diligências de investigação junto dos familiares diretos, bem como à realização de vários exames e perícias pela Equipa do Local do Crime do Laboratório de Polícia Cientifica da Polícia Judiciária, resultando inequívoco que ocorrera uma morte violenta no domicílio da desaparecida”, relatou esta autoridade policial.
A dada altura foram observados vestígios de sangue no colchão da cama da suspeita, que confrontada com a situação acabou por admitir a autoria do crime e revelar a localização do corpo da desaparecida. O cadáver foi encontrado ao final da tarde e a irmã da jovem assassinada foi detida.
“De toda a prova recolhida, concluiu-se que, por motivo fútil, utilizando arma branca, desferiu um número de facadas não apuradas, provocando a morte da irmã”, referiu a Polícia Judiciária. Terá sido na sequência de uma discussão por causa de um telemóvel da menor que tinha sido escondido.
Após o crime ainda ocultou o corpo debaixo da sua cama durante três dias, antes de transportá-lo algumas dezenas de metros num carrinho de mão para o terreno baldio arenoso.
Segundo o diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária, Avelino Lima, “não há suspeitas de envolvimento de terceiros”, pelo que a jovem terá atuado sozinha, tendo “lavado o interior da casa para ocultar pistas”.
O corpo foi exumado e levado para o Gabinete de Torres Vedras do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses para ser realizada a autópsia.
A detida está indiciada por homicídio qualificado e profanação de cadáver.
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