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Hospital do Oeste no Casal do Urmal é uma decisão mal fundamentada

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A 27 de junho de 2023 o Ministro da Saúde, Dr. Manuel Pizarro, anunciou que seria construído no Casal do Urmal, a mais de dois quilómetros da vila do Bombarral (a cerca de 3 Km da saída mais próxima A8 e a 4 Km da estação dos caminhos de ferro do Bombarral), o novo Hospital que servirá a zona Oeste de Portugal.
Terreno com declives médios superiores a 10 e 15%, com máximos de quase 20%

A 27 de junho de 2023 o Ministro da Saúde, Dr. Manuel Pizarro, anunciou que seria construído no Casal do Urmal, a mais de dois quilómetros da vila do Bombarral (a cerca de 3 Km da saída mais próxima A8 e a 4 Km da estação dos caminhos de ferro do Bombarral), o novo Hospital que servirá a zona Oeste de Portugal.

Um novo hospital no Bombarral implicará o encerramento das atuais instalações nas cidades de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras. De uma só vez, o Ministro de Saúde encerra 500 anos de história de saúde em Caldas da Rainha, bem como os serviços de proximidade prestados em Peniche e Torres Vedras.

A 3 de janeiro de 2023, o Ministro da Saúde criou um Grupo de Trabalho para a definição do perfil técnico do novo Hospital, do seu financiamento, e para avaliar as várias propostas de localização, encontradas num estudo promovido pela CIMOeste. Este relatório falhou ao não avaliar as várias alternativas, apenas caraterizando o terreno proposto pela Câmara Municipal do Bombarral, no já referido Casal do Urmal, como também ultrapassou a sua competência ao redefinir uma nova área de influência deste novo Hospital, reorganizando a região Oeste, tornando-a diferente de todos os restantes planos de organização do território.

Esta área de influência é reconhecidamente desadequada para a realidade da região, servindo apenas para justificar o Hospital do Casal do Urmal, apoiando-se basicamente no critério tempo/distância. É realizada uma brevíssima análise técnica do terreno que, apesar de seguir uma lista de verificação criada em 2003 pela DGIES, demonstra estar incompleta.

Esta análise técnica devia ser aplicada às várias alternativas de localização, o que não acontece, não recorre a relatórios técnicos como indicado pela DGIES, como também não analisa todos os critérios incluídos nessa mesma referida lista de verificação.

Na verdade, o terreno escolhido reprova em diversos dos critérios técnicos, aspetos que o grupo não releva, visto estar focado apenas na defesa deste local. Só a título de exemplo, é desvalorizada a existência ou não de redes de água, saneamento, telecomunicações e gás natural, é apresentada uma avaliação absurda e desajustada da realidade da inclinação do terreno e não é ponderado o efeito de ter um curso de água a dividir o terreno.

Qualquer visita ao local permite visualizar estas questões, sendo fácil identificar declives médios superiores a 10 e 15%, com máximos de quase 20%. É ainda notório o isolamento do local para além das dificuldades de acesso, por exemplo, uma análise precisa dos serviços de apoio permite perceber que não é possível aos bombeiros responderem nos tempos referidos no relatório, nem a distância à estação de caminhos de ferro ou à estação de camionagem responde às necessidades dos utentes.

O Ministro da Saúde foi, assim, condicionado a anunciar um Hospital com uma dimensão regional e nacional relevante, no Casal do Urmal, um local ermo, sem infraestruturas de apoio, com caraterísticas morfológicas desadequadas.

Esta decisão compromete a imagem do Governo, por ser infundada, tecnicamente débil, demonstrando falta de planeamento e comunicação entre ministérios e demais instituições com competências técnicas. Desvaloriza totalmente os Planos de Desenvolvimento Regionais e demais documentos de planeamento do território, abandonando ainda as áreas mais densamente povoadas. É socialmente insensível, ignorando completamente o impacto da nova estrutura na vida das populações abrangidas e atuais funcionários.

Cremos que este Governo não poderá ficar marcado nem condicionado por esta decisão incompreensível. A decisão é má e mal fundamentada. Defendemos uma saúde no Oeste que considere a realidade objetiva da região, mas que também valorize o impacto de uma decisão como esta na vida daqueles que mais dependem destes serviços.

Pelas Caldas!

Delfim Azevedo, Luís Filipe, Nuno Anjos e José Ribeiro

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