Colheita em Vila Verde de Matos
Rafael Tavares “acabou a colheita da Pera Rocha e está a terminar a apanha da maçã Reineta num terreno que tem árvores com cerca de 30 anos”. “Brevemente é para converter e ainda não sei se vou plantar macieiras ou pereiras, depende do controlo das doenças e pragas da pereira”, contou, acrescentando que é “mais fácil trabalhar com pera porque tem menos desperdício”.
O empresário refere que este ano foi mais fácil arranjar pessoas para a apanha da fruta. “No início da colheita não tive dificuldades em arranjar trabalhadores, mas depois alguns faltaram e com a onda de calor, houve algumas desistências”, contou.
“A fruta tem de ser colhida num curto espaço de tempo e, se não tivermos cuidado, podemos colocar a colheita em risco”, reconheceu o empresário, revelando que a apanha da fruta é oportunidade de trabalho para “muitas pessoas que querem obter um rendimento extra”.
Este ano pagou aos trabalhadores na campanha entre os 35 a 50 euros por dia.
Rafael Tavares revela que houve em geral uma grande quebra na produção da Pera Rocha acima da anterior. “Sei que alguns produtores registaram uma quebra de 50% no meu caso devido aos dias quentes tenho uma diminuição de 20%, deixando a minha produção um pouco aquém da anterior”.
Quanto à maçã revela que as elevadas temperaturas provocaram “queimaduras em alguns frutos mais expostos ao sol”, explicou.
O responsável pela empresa familiar de exploração agrícola, salientou as dificuldades devido ao custo de produção que “dobrou”. “Adubos, os combustíveis é um desafio para os produtores continuarem a produzir. O trabalho da agricultura não é valorizado pelo Governo, mas somos a base da alimentação das pessoas”, reconhece.
O produtor lamenta a falta de “consideração pelos produtos nacionais” e explica que “é preciso lutar contra a maré e ser resilientes, e que o mercado depende da oferta e da procura”.
0 Comentários