Para Conceição Henriques, a área de organização de eventos é fundamental para o desenvolvimento do turismo. “Não nos podemos esquecer que muitas vezes existe uma deslocação pelo facto de o evento decorrer em determinado destino, mas mais tarde, esse visitante pode voltar ao local, pode aconselhar a outras pessoas, dependendo se ficou agradado ou não”, contou.
A autarca realçou, ainda, que a Frutos funciona como uma ferramenta de promoção para as empresas, sendo os expositores elementos-chave do certame.
“Um evento com esta longevidade e com este impacto de participação contribui para a construção da identidade da cidade. Toda a minha geração sabe o que é a Frutos e as gerações subsequentes também”, referiu a vereadora, acrescentando que “é um evento com um grande impacto económico”.
A autarca salientou também a importância de apostar num turismo sustentável, de relação harmoniosa com a natureza.
Realçou o empenho “para que a Frutos seja um certame cada vez mais “sustentável, inclusivo e acessível”. “O público está a ficar exigente e alerta para a sustentabilidade dos eventos e para a sua responsabilidade social. Se queremos ser um destino turístico sustentável e diferenciado, nós temos de atender a essas particularidades”, apontou.
Conceição Henriques recordou que, em 1983, num programa de tempos livres no secretariado das feiras não “passava pela cabeça das pessoas, naquela época, preocuparem-se com as questões do ambiente e não estava errado nem certo, porque os tempos eram outros”. “Hoje a sustentabilidade é uma exigência das autarquias e dos cidadãos, dos utilizadores e turistas que estão cada vez mais conscientes e impõem aos organizadores eventos mais amigos do ambiente”, adiantou.
Quanto à preservação do Parque D. Carlos I, alega que “há tantas pessoas a criticar como pessoas a dizer que os eventos fora do parque não têm o mesmo encanto”.
Segundo a vereadora, “a verdade é que não há situações ideais. Quando a Feira dos Frutos e da Cerâmica foram transferidas para a Expoeste resultou num declínio e depois num desaparecimento sobretudo do certame da cerâmica que só agora está timidamente a ser recuperado com vista ao seu aprofundamento”.
Diz ter um extraordinário fascínio pelo parque e que deve ser preservado. No entanto considera que “é preferível termos “eventos acautelados, selecionado aqueles que se adequam mais e que dão menos desgaste e depois fazer o esforço a seguir para mitigar e recuperar”. “Se não houver aqui alguns eventos, alguma dinâmica é certo que o parque também não irá ter a mesma abrangência”, acrescentou.
Para a vereadora com o pelouro do turismo, não “há coisa pior para uma cidade que é ser morta, ser desprovida de interesse, e não ser acolhedora e apelativa”. “Não há coisa pior para uma cidade que é não saber estar em festa para e com os seus habitantes”, declarou.
Conceição Henriques lembrou a visita no passado mês de março de uma comitiva do Turismo Centro de Portugal (TCP) às Caldas, onde conheceu os passadiços, situados na arriba oceânica na Foz do Arelho. “Quando chegámos a um ponto onde começam os passadiços onde se vê o Gronho, a Lagoa e as Berlengas a delegação do Turismo do Centro de repente disse que é um ponto da nossa costa verdadeiramente extraordinária”. “Aquela equipa habituada a pontos maravilhosos do nosso território e toda a sua postura face àquele cenário foi incrível, apontou, acrescentando que a autarquia pretende fazer um percurso pedestre que ligue a Foz do Arelho a Salir do Porto (até à capela).
“Queremos deixar o convite para que as pessoas conheçam as belezas naturais e usufruam da riqueza de um concelho e uma costa onde se pode ver o sol declinar atrás do mar que é uma experiência sensorial extraordinária”, salientou a autarca.
Conceição Henriques faz balanço positivo dos primeiros dois anos do mandato, salientando que está a gostar muito de fazer política apesar dos momentos difíceis. Considera que é importante que quando as pessoas se “dedicam à vida política tenham uma forte experiência no mundo fora da política profissionalmente, familiar, académico, de formação, humano e de experiências porque isso permite-nos, depois, desempenhar a nossa função com um bom enquadramento”.
“Se tivesse vindo para a política muito jovem e permanecido, provavelmente a minha visão acabava por ficar enviesada porque a política é muito absorvente”, adiantou.
“Estou feliz e ainda bem que vim tarde, porque sou suficientemente jovem para ter conseguido aprender a desempenhar a minha função, mas também não quero que ela se prolongue por um tempo indefinido e assim é que é bom”, concluiu.
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