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Inaugurada Rotunda da Granja na Serra do Bouro

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“A Viagem” é o nome do monumento, da autoria de Carlos Enxuto, na Rotunda da Granja (Serra do Bouro), que foi inaugurada no 15 de agosto, uma obra encomendada pela União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, cujo presidente, Nuno Santos, quis dedicar aos emigrantes, mas também aos imigrantes que têm vindo morar para esta freguesia.

“A Viagem” é o nome do monumento, da autoria de Carlos Enxuto, na Rotunda da Granja (Serra do Bouro), que foi inaugurada no 15 de agosto, uma obra encomendada pela União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, cujo presidente, Nuno Santos, quis dedicar aos emigrantes, mas também aos imigrantes que têm vindo morar para esta freguesia.

Filho de emigrantes, o presidente da União de Freguesias faz agora o apelo aos que vieram morar para este território que se integrem mais na vida em sociedade. “Sei como nós portugueses temos muita facilidade em integrarmo-nos noutras comunidades, mas há quem não tenha e por isso cabe-nos saber receber essas pessoas”, comentou.

A Serra do Bouro tem vindo a receber muitos “expats”, ou seja, pessoas que vieram de outros países (França, Holanda ou Inglaterra) para viver o seu tempo de reforma em Portugal.

O presidente da Câmara, Vitor Marques, agradeceu à União de Freguesias por ter optado por esta homenagem aos emigrantes e lembrou que nesta altura muitos dos caldenses que emigraram estão a passar férias em Portugal, tornando assim mais especial a data escolhida para a inauguração. “Passamos a ter mais uma riqueza nesta freguesia, que já tem tantas”, referiu o autarca.

Vitor Marques lembrou que os emigrantes têm apoiado muito a Serra do Bouro e, exemplo disso, é o que tem sido conseguido pelo Centro Social. “Temos conseguido fazer muito mais com o vosso apoio”, afirmou.

Presente na cerimónia, a vereadora Conceição Henriques lembrou que a emigração é um elemento da história de Portugal “que nos marca enquanto povo”, salientando o papel que os portugueses tiveram em momentos importantes, como na reconstrução de França a seguir à II Guerra Mundial. “Nós sabemos que esteve lá o saber português”, disse.

Por outro lado, entende que se deve agora pensar nos outros que agora estão a imigrar para Portugal.

À margem da cerimónia, o presidente da União de Freguesias alertou para o facto de estar a aumentar o número de imigrantes que muitas vezes não conseguem arranjar trabalho. “Espero que Santo Onofre não venha a ter os problemas que estão a acontecer em Odemira”, referiu. “Eu tenho noção do número de atestados de residência na Junta e penso que o sistema tem de ser melhorado”, considera. “Preocupa-me a facilidade com que se dá um documento”, concluiu.

Obra criada a partir de conversas dos ex-emigrantes

O ceramista caldense Carlos Enxuto criou esta peça escultórica tendo em conta as viagens dos emigrantes da Serra do Bouro.

“A obra nasce da fusão da forma de um navio com os versos do canto I da epopeia portuguesa”, explicou, adiantando que “a obra como um todo, é conseguida através da harmonia entre os dois corpos que a compõe – a embarcação e o outro espaço, no qual irá decorrer a viagem sobre o enorme oceano atlântico”. Desse canto I, está escrita na peça a frase: “Por mares nunca de antes navegados”.

Segundo o ceramista, “à semelhança da viagem das gentes da Serra do Bouro, que partiram pela primeira vez para o longínquo Norte (Estados Unidos e Canadá), a obra é atingida após a viagem que o traço percorre até à matéria”.

Carlos Enxuto falou com alguns emigrantes da Serra do Bouro e a partir daí imaginou como seria seguir viagem dentro de um cargueiro ou pesqueiro em aço dos anos 50. Essa ideia levou a construir o corpo central do monumento em aço cortem. A proa desse “barco”, orientada a Norte, representa o momento da partida para o desconhecido e a esperança de rumar a algo melhor. A coragem dos que partiram é materializada por uma figura humana.

Como está instalada numa rotunda, a obra encara os quatro pontos cardeais “e celebra a gente que deste lugar partiu e a casa retornou”. Foi por isso “desenhada para quem habita o lugar no agora”.

Carlos Enxuto salientou ainda que “quando a noite cai sobre a obra, a luz ilumina cada ponto cardeal, deixando claro, entre a sombra e a luz, os caminhos que se cruzam neste lugar”.

Nascido nas Caldas da Rainha, em 1963, Carlos Enxuto apaixonou-se pela cerâmica logo em criança, quando no caminho da escola visitava as várias olarias existentes no Bairro da Ponte e dos Arneiros.

A versatilidade do seu trabalho criativo tem sido evidente tanto em peças escultóricas como na cerâmica utilitária de autor que produz. Procura sempre criar uma simbiose entre as antigas técnicas e a contemporaneidade.

Paralelamente à inauguração oficial, o Centro Cultural e Recreativo da Serra do Bouro organizou várias a festividades nesse dia, associadas ao evento.

A União de Freguesias pediu propostas a outros artistas caldenses, mas foi a de Carlos Enxuto que mais surpreendeu pela positiva o executivo. No total, a obra ficou em 18.500 euros e foram gastos mais cerca de 5.500 euros na base e noutros melhoramentos. A rotunda em si tinha sido construída há dois anos, durante o mandato do anterior executivo, tal como o próprio atual presidente da União de Freguesias fez questão de referir.

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