Uma jovem espanhola de 16 anos recuperou a visão em Évora de Alcobaça, no passado dia 5, após a comunhão numa missa de despedida da localidade que a acolhia juntamente com outras cerca de seis centenas de peregrinas dos centros da Opus Dei de Madrid e de Pamplona, antes de irem para o encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Parque Tejo, em Loures e Lisboa.
De acordo com a informação divulgada, durante a pandemia de Covid-19 Jimena, residente na zona de Madrid, ficou com a visão reduzida a 5% e os médicos diziam que não havia cura, o que levou a jovem e colegas a rezarem uma novena a Nossa Senhora das Neves, que iria acabar precisamente no dia em que voltou a ver, numa manhã em que em Fátima o Papa Francisco rezou na Capelinha das Aparições com jovens doentes e com deficiência.
“Fiquei arrepiada quando me apercebi do que tinha acontecido, foi um momento de muita emoção aquela graça de Deus, porque a peregrina espanhola já não via há quase três anos. É um acontecimento muito marcante”, manifestou Ana Crisóstomo, voluntária do Comité Organizador Paroquial (COP) de Évora de Alcobaça,
Esta responsável declarou que “sentia-se que havia entre elas todas um envolvimento em Deus que eu nunca tinha visto e que me encheu de fé”. “Quando nos apercebemos do que tinha acontecido, o tal ‘milagre’ de que se fala na missa em que voltou a ver, foi muito emocionante para todos nós”, acrescentou.
Ricardo Lucas, acólito e voluntário do COP, foi um dos poucos portugueses a assistir à missa na Igreja Paroquial de Évora de Alcobaça, uma vez que o templo religioso estava cheio com as peregrinas espanholas, a quem se destinava o evento, e relatou que “apercebi-me que no final da comunhão a rapariga começou a chorar e a rir por ter recuperado a visão, um mar de emoções que se alastrou a todo o grupo”.
António Nunes, encarregue da abertura e fecho da Igreja de Évora de Alcobaça, contou que “quando a rapariga se foi confessar, vi-a a ser acompanhada para subir um pequeno degrau e o mesmo se passou quando foi à comunhão. No fim da celebração esteve com o padre espanhol que celebrou a missa e dirigiu-se ao ambão [local utilizado para a realização das leituras na eucaristia] onde existem degraus e já não precisou de ajuda, e foi explicar o que se tinha passado”. ”Houve palmas, abraços e gritos entre as cerca de 300 jovens que estavam dentro da igreja”, descreveu.
Em declarações à rádio Cadena Cope, Jimena explicou que depois de rezar e comungar “pus-me a chorar no banco, porque queria curar-me e era o último dia da novena a Nossa Senhora das Neves. Quando abri os olhos via perfeitamente”.
Este caso vai agora ser analisado pela Igreja, tendo já a Conferência Episcopal Espanhola anunciado que terão de ser os médicos a confirmar se a jovem poderá ter tido cura ou se é passível de ser verificado se houve um milagre. Por isso vai também abrir um processo para analisar o alegado milagre.
Para o padre Ivo Santos, pároco de Évora de Alcobaça que é natural das Antas, nas Caldas da Rainha, que não acompanhou a missa por estar a preparar-se para as celebrações no Parque Tejo, independentemente do caso vir ou não ser classificado como milagre, “o que podemos fazer neste momento é alegrarmo-nos com a jovem”.
Na localidade não se fala de outra coisa e a comunidade cristã mostra-se emocionada com o acontecimento.
No dia 20 de agosto, às 10h15, haverá missa de ação de graças pela JMJ na Igreja de Évora de Alcobaça.
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