Têm início esta semana as obras de construção da nova passagem superior pedonal junto à estação da CP das Caldas da Rainha, que deverá estar concluída em março do próximo ano, altura em que será demolida a ponte antiga.
A sessão relativa do ato de consignação da empreitada teve lugar na passada sexta-feira, altura em que Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara das Caldas, sublinhou a importância da obra. O autarca referiu que este processo foi herdado da anterior gestão camarária e que faz todo o sentido prosseguir, por ser “um bom projeto” e por ser importante esta ligação entre as duas freguesias mais populosas do concelho.
A ponte fará a ligação entre a avenida 1º de Maio, o cais de passageiros entre as linhas do comboio e a Rua 15 de Agosto, ficando mais a norte da atual passagem superior.
Da obra faz parte ainda a reabilitação dos pavimentos, na rua 15 de Agosto, no troço frontal à escola do Bairro da Ponte.
No futuro, está ainda previsto o alargamento da rua da Estação, que irá passar a ter dois sentidos de trânsito entre a estação e o largo da Vacuum, para além de mais lugares de estacionamento em espinha.
Do lado de Santo Onofre, está previsto o embelezamento de toda a rua 15 de Agosto e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, com três caves, no terreno junto à passagem de nível inferior. Por cima do estacionamento será construído um parque de lazer.
A obra foi adjudicada por 976 mil euros à Nov Pro Construções S.A., que esteve representada por Carlos Conceição. A empresa construtora tem sede em Santa Catarina da Serra (Leiria) e faz parte do grupo Nov (antigo grupo Lena).
A Câmara das Caldas contratou ainda a empresa Engibene, Lda, da Benedita, para a fiscalização externa e coordenação de segurança em obra por cerca de 50 mil euros.
De acordo com a memória descritiva da nova ponte a passagem terá uma configuração linear, com escadas e caixas de elevadores nos topos e no acesso ao cais de passageiros.
Estará afastada o suficiente para garantir os acessos necessários e a preservação do valor patrimonial de cada um dos edifícios (nomeadamente da Estação da CP e da escola), sendo construída “com uma geometria simples racional e com bastante transparência, adequada às condicionantes urbanas e de utilização, constituindo um conjunto sóbrio, marcante e integrado com a sua envolvente”.
O projeto prevê um passadiço branco, em estrutura metálica treliçada, apoiado em três caixas de elevador em betão armado.
O passadiço terá um pavimento metálico “com chapa xadrez e guarda corpo em vidro até 1.80m, por forma a salvaguardar a proteção à catenária, conforme normas da IP ferrovia”.
As caixas de elevador em betão armado aparente apoiam o passadiço e possibilitam a utilização de cabines com vista panorâmica.
As escadas, com o número de lanços e degraus conforme as normas em vigor, ficarão localizadas entre os edifícios existentes, e painéis em malha metálica tipo “metal distendido”, que farão o seu enquadramento urbano e volumétrico com o conjunto edificado.
Os apoios das escadas serão minimizados de forma a garantir um conjunto com um desenho simples, enquadrado com a envolvente e funcionalmente adequado aos objetivos.
Todos os trabalhos suscetíveis de interferir com a circulação ferroviária serão feitos em período noturno, entre as 23h00 e as 5h00. Carlos Conceição garantiu que os trabalhos realizados durante a madrugada terão em conta a necessidade de evitar fazer muito ruído. “Nós vamos estar atentos”, disse Joaquim Beato.
O presidente da Câmara sublinhou que esta obra é importante para a união da cidade, mas também para a utilização da Linha do Oeste.
A ponte estará concluída antes do final da obra de modernização e eletrificação do troço Meleças-Caldas da Rainha, a qual, segundo o presidente da Câmara, só está previsto estar realizada no final de 2024, o que representa mais um adiamento ao prazo inicial.
Presente da cerimónia de consignação, o vereador Hugo Oliveira (PSD) congratulou-se por a obra ir avançar, mas salientou que o processo foi conduzido pelo executivo anterior. “Eu estive um ano em discussão com a Refer para conseguirmos poder fazer esta ponte e a duplicação da Rua da Estação”, referiu. Segundo o vereador, a autarquia até escolheu o mesmo projetista que estava a fazer o projeto de eletrificação para realizar o da nova ponte, de forma a conciliar melhor as duas obras.
O social-democrata aproveitou para comentar que espera “ainda ver alguma obra deste executivo que não tenham sido projetadas pelo executivo anterior”, temendo não haver nada planeado para o próximo mandato.
Hugo Oliveira criticou a opção da Câmara em realizar uma hasta pública para a venda do terreno em frente à estação, no final da avenida 1º de Maio, para onde estava prevista a construção de um parque de estacionamento em altura. A ideia é a de poder ser construído um edifício de 10 andares para habitação e com estacionamento de 75 lugares para não moradores.
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