A Serra de Montejunto voltou a ser fustigada pelo fogo no passado dia 12, uma semana depois de trinta hectares de mato e vegetação florestal terem ardido nas imediações do Cercal e Rocha Forte, no concelho do Cadaval. Não há memória de tantos meios operacionais envolvidos no combate às chamas no Oeste, nem mesmo no maior incêndio na serra, em 2003, altura em que ficaram destruídos cerca de 2.500 hectares, o que corresponde a perto de metade do seu território.
Desta vez, a zona de eucaliptos e pinheiros afetada foi próxima de São Salvador e Pragança, no Cadaval, da Espinheira, em Azambuja, e Marés e Abrigada, em Alenquer, cujas populações acompanharam o evoluir do combate às chamas, sabendo que havia uma força bastante musculada de meios disponibilizados para o local.
Foram mobilizados perto de seis centenas de elementos de corporações de bombeiros, da GNR, da Proteção Civil, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, da Afocelca, entre outras entidades, apoiadas por cerca de duas centenas de viaturas e treze meios aéreos em rotatividade da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e da Força Aérea Portuguesa.
Este incêndio teve maior dimensão e demorou mais tempo a ser combatido do que o anterior. Aliás, só passado quase um dia é que finalmente chegou a fase em que o fogo foi declarado dominado e entrou em resolução, e ainda assim ainda houve mais focos de incêndio que tiveram de ser controlados.
Os principais obstáculos que os operacionais tiveram de superar foram a intensidade do vento, com rajadas que chegaram aos 70 kms/h, e a dificuldade de acessos à Serra de Montejunto.
De qualquer forma, apesar de alguns receios, não chegaram a existir casas ameaçadas pelas chamas. Um aviário esteve na rota do fogo mas foi evitado. Algumas estradas tiveram de ser cortadas durante períodos para uma melhor movimentação dos operacionais e se as populações não registaram ferimentos houve quatro bombeiros que acabaram por ficar ligeiramente feridos, por inalação de fumo e por quedas. Foram assistidos no local, sem grandes motivos de preocupação, tendo regressado ao combate às chamas.
A Associação Projeto Solidário Paulo J. Bento, de Loures, criada por um ex-recluso, esteve a assegurar aos operacionais o fornecimento de sandes, barras de cereais, gelados, águas, sumos, cafés e outros alimentos, numa iniciativa sem quaisquer financiamentos e que prestou uma grande ajuda.
A Polícia Judiciária está entretanto a investigar a origem dos fogos.
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