O ministro da saúde foi interpelado na Assembleia da República sobre a escolha do Bombarral para acolher o futuro hospital do Oeste, tendo afirmado aos deputados que “não se deve encarar como notícia negativa que o Serviço Nacional de Saúde vai ter na região Oeste um hospital que defende as necessidades dos oestinos”.
“É uma boa decisão. Eternizar este debate é que é muito prejudicial para os oestinos. Há vinte anos que andamos a assistir à degradação dos hospitais existentes”, manifestou Manuel Pizarro.
Para o ministro, “a única solução é ter uma certa centralidade geográfica na região”, o que se obterá com o Bombarral, que “está a 18 quilómetros do centro das Caldas da Rainha e a 28 quilómetros de Torres Vedras, por auto-estrada e por ligação ferroviária”.
“Podia ser tomada a decisão de fazer dois hospitais de pequena dimensão, com um perfil funcional escasso. A opção que foi fazer um hospital muito sofisticado, de grande dimensão, com 487 camas, para todo o tipo de serviços”, referiu.
Garantindo ter tido em conta os estudos efetuados, sublinhou que em relação às atuais infraestruturas será constituído um grupo de trabalho envolvendo as autarquias para avaliar para o que poderão servir, o que incluirá “serviços de saúde de proximidade, clínicas de fisioterapia e reconversão em unidades de cuidados continuados e outras respostas, que geram muito emprego e também compensam o impacto sócio-económico” da decisão de levar o hospital para o Bombarral.
Manuel Pizarro tinha sido questionado por vários deputados, nomeadamente Hugo Oliveira, do PSD, e Sara Velez, do PS, ambos das Caldas da Rainha.
O social-democrata criticou o ministro. “A nota positiva e diria única é a decisão de fazer o Hospital do Oeste. Pergunto-lhe: Tem noção da violência e eventual irracionalidade da sua decisão? Tem consciência que lhe foi apontado o caminho certo para não cometer o erro que está a cometer? Foi obrigado pelo Partido Socialista a tomar esta decisão ou tem uma base fundamentada para tal?”, foram algumas questões.
“O senhor ministro não espere que alguém compreenda uma decisão de “plantar” um hospital num local onde não há resposta suficiente para a atratividade dos profissionais ao território, onde faltam infraestruturas, onde falta capacidade instalada e onde nem a Linha do Oeste será alavanca do mesmo”, manifestou Hugo Oliveira.
Sara Velez declarou que “o compromisso de construir é uma boa notícia para a região, ainda que eu, pessoalmente, não possa concordar com a localização escolhida”.
Para a socialista, “retirar o hospital do concelho ou das proximidades onde se encontra atualmente não só é altamente penalizador para Caldas da Rainha como não é a melhor solução para a rede hospitalar”.
Contudo, sustentou que “agora é o momento de passar à materialização, por isso aguardamos para conhecer todos os detalhes da decisão, não só da localização como da sua fundamentação, mas também do perfil assistencial da diferenciação que a nova estrutura vai ter, da sua dimensão, do modelo financeiro e do cronograma de execução deste importante investimento”.
“Ainda vai demorar tempo até termos um novo hospital no oeste e por isso é importante saber se os investimentos que são necessários realizar nas estruturas existentes continuarão a ser feitos para que a resposta à população que servem continua a ser garantida”, disse.
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