O Céu de Vidro recebeu no passado sábado, a apresentação da coleção de postais ilustrados “Da Nossa Terra”, editados pelo município das Caldas da Rainha e que estão à venda no Posto de Turismo (10 euros o conjunto).
“É uma forma de quem nos visita poder levar uma memória destes espaços da nossa cidade”, referiu Manuel Bandeira Duarte, criador das ilustrações e dinamizador deste projeto.
A coleção surge na sequência da exposição “Retalhos Caldenses”, com pinturas de vários locais emblemáticos caldenses, da autoria de Manuel Bandeira Duarte. A mostra esteve patente no ano passado na galeria de exposições do Posto de Turismo das Caldas e logo no dia da inauguração o presidente da Câmara, Vitor Marques, desafiou o artista a realizar este projeto.
Na opinião de Vitor Marques, “é importante dar palco e visibilidade ao trabalho dos artistas que temos no concelho”. Na opinião da vereadora da cultura, Conceição Henriques, “este projeto é extraordinariamente interessante porque tem a dimensão dos lugares físicos e ao mesmo tempo do seu imaginário”.
Manuel Bandeira Duarte ilustrou 10 locais emblemáticos das Caldas e convidou o mesmo número de personalidades caldenses para que escrevessem um texto sobre cada um destes.
Participaram Amélia Sá Nogueira (Estação da CP), José Tojal Parreira (Chafariz das Cinco Bicas), Margarida Araújo (Praça da Fruta), Isabel Castanheira (antiga Câmara), José Carlos Faria (Igreja de Nossa Senhora do Pópulo), António Curado (Hospital Termal), Teresa Perdigão (Largo Rainha D. Leonor), Sofia Bandeira Duarte (Largo João de Deus), Helena Gonçalves Pinto (Pavilhões do Parque) e Isabel Xavier (Largo Conde Fontalva).
Para além da abordagem histórica, cada um dos autores deu o seu cunho pessoal ao texto. António Curado, por exemplo, recordou os tempos em que o seu pai ia a banhos, em regime de internamento no Hospital. Isabel Castanheira, que é timorense, recordou o momento em que foi evocada a libertação de Timor-Leste nas varandas da antiga Câmara.
Os outros participantes também aproveitaram a sessão de apresentação para contar algumas histórias dos espaços sobre os quais escreveram, como foi caso de Teresa Perdigão, que lembrou que era no Largo Rainha D. Leonor que se festejava o S. João, num dia em que as pessoas podiam ter um banho gratuito no Hospital Termal.
Os vários testemunhos foram tão interessantes que o criador do projeto sugeriu que fosse realizado um roteiro pelos vários sítios, em que cada um dos autores dos textos pudesse fazer uma apresentação sobre o que descobriram durante as pesquisas que fizeram.
Para Manuel Bandeira Duarte “também foi um processo de descoberta em torno do património das Caldas da Rainha”. Designer de Ambientes e Mestre em Arte e Design para o Espaço Público, o caldense aproveitou para aprofundar mais sobre a história da sua terra e assim escolher quais os locais que mais mereciam constar desta coleção.
Depois de terem estado expostos no Céu de Vidro durante a apresentação, as ilustrações e os textos vão ser apresentados em várias exposições itinerantes.
Manuel Bandeira Duarte está também disponível para outras colaborações em que possam ser utilizados os seus desenhos, mas também de outros artistas.
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