Vai decorrer de 14 a 16 de julho o Alfeizerão Medieval, um evento com entrada gratuita que vai recriar os tempos em que cristãos e mouros conviviam naquela terra, sob o domínio dos monges de Cister.

O mercado medieval vai ficar instalado num espaço de mais de 11.000 m2, no terreno à entrada de Alfeizerão, onde já se pode observar a construção do recinto, que será fechado com uma paliçada, de modo a garantir a segurança de todos.

O tema vai ser “Depois da Reconquista” e evoca o tempo em que D. Afonso Henriques fez a doação destas terras à ordem de Cister. Nessa altura, Alfeizerão tornou-se numa das 13 vilas dos Coutos de Alcobaça e recebeu carta de foral em 1332. Na época possuía um castelo no morro sobre a então lagoa e um porto de mar.

A organização deste evento surge de um desafio da Terras de Viri’Arte à Junta de Freguesia de Alfeizerão, depois de ter sido cedido o edifício antiga escola primária de Vale Maceira a esta associação cultural. A associação pretende também criar ali um espaço museológico onde poderá expor todo o material que utiliza nos eventos medievais.

Na apresentação da feira, o presidente da Junta, Leonel Ribeiro, explicou que a ideia foi a de ter um evento que atraia os turistas que visitam a região nesta altura, sem coincidir com outra feira medieval. “Quisemos fazer algo de novo em Alfeizerão”, explicou, salientando que este território tem uma origem que remonta aos romanos.

Segundo João Madeira, coordenador técnico da associação, desde o início houve a preocupação de assinalar a importância de Alfeizerão no enquadramento histórico de Portugal e dar-lhe o destaque que merece. No futuro, querem também recriar a época dos Descobrimentos, altura em que Alfeizerão “era um dos principais locais onde se construíam as naus”.

No recinto haverá vários cenários de uma localidade medieval, como um hospital de campanha (com todos os instrumentos e mezinhas utilizados na altura), acampamentos militares, um espaço dedicado aos mouros, um picadeiro e uma área infantil com carrosséis medievais.

No total, são 82 expositores, oriundos de várias regiões do país e também do estrangeiro. Durante os três dias haverá torneios, encenações teatrais, muita animação de rua e até animais exóticos.

Para esta primeira edição a Junta de Freguesia vai investir 35 mil euros, mas uma parte será gasto em obras que vão ficar para o futuro. Um valor que João Madeira considera que fica bastante aquém do que é gasto noutros eventos da mesma dimensão. Segundo o dirigente associativo, tudo está a ser feito para que se poupe o mais possível, principalmente com a reutilização de material para serem eles próprios a construir e com o apoio de material por parte de algumas empresas.

O espaço vai funcionar das 18h00 às 01h00 no dia 14, das 12h00 às 01h00 no dia 15 e das 12h00 às 00h30 no dia 16.