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Acabar com a pobreza, uma missão de todos

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O Conselho da Cidade, Associação para a Cidadania das Caldas da Rainha, quer dar o pontapé de saída na definição de um plano local de combate à pobreza e exclusão social. 

O Conselho da Cidade, Associação para a Cidadania das Caldas da Rainha, quer dar o pontapé de saída na definição de um plano local de combate à pobreza e exclusão social. 

Realizou-se na passada sexta-feira o debate “Pobreza: causas, consequências e respostas”, que teve lugar na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha. O Conselho da Cidade, entidade organizadora, criou um questionário online que está disponível no seu Facebook, com o intuito de recolher propostas da população que possam ajudar no combate à pobreza. O questionário foi enviado a todos os associados e também é possível dar sugestões através do e-mail conselhocidade@gmail.com.

Luís Filipe André, membro da direção do Conselho da Cidade, que moderou o debate em representação da presidente, Susana Simplício, considera que a pobreza é um “fenómeno transversal, multidimensional, a que todas as pessoas estão sujeitas, e acabar com ela é a missão de todos”.

O evento não encheu o auditório da Biblioteca, mas suscitou um debate interessante à volta da questão.

O moderador iniciou o evento revelando que o risco de pobreza diminuiu em Portugal, situando-se numa taxa de 20,1%, um recuo face aos 22,4% de 2021 e uma percentagem em linha com os 20% de 2020, ocupando o 12º lugar da tabela segundo o Eurostat.

De acordo com este responsável não é um problema que afeta apenas a população desempregada, também há famílias com emprego a viver em pobreza extrema.

“A pobreza é um problema estrutural e uma responsabilidade coletiva. Por isso, é necessário partilhar soluções”, salientou, revelando que foi o primeiro evento realizado pela nova direção do Conselho da Cidade. “Iremos ter mais iniciativas dentro desta temática, pois não podemos de todo ignorar esta realidade”, adiantou.

Participou no debate Maria Engrácia Leandro, doutorada em sociologia e autora de livros sobre desigualdades sociais, que fez uma perspetiva da história da pobreza. 

Referiu que se a pessoa nasce numa família que é pobre, é mais difícil sair dessa situação. “O caminho para os filhos é praticamente o mesmo dos pais, a menos que fatores externos contribuam, como a emigração ou outros fatores”, contou. Não estando contra os “subsídios”, defendeu que a política para erradicar a pobreza “é o célebre pensamento – se deres um peixe ao homem matas a fome uma vez e se ensinares a pescar tens peixe para toda a vida”.

Tiago Pereira, psicólogo e elemento executivo da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses, referiu que estar numa sexta-feira à noite a falar de pobreza “não é muito comum”. “É estranho que não seja habitual porque é aquilo que na nossa sociedade mais determina se nós podemos sentir bem-estar, se podemos ter saúde, ter uma educação de qualidade, porque é o fator mais determinante de todos estes processos e é algo que está afastado do debate público”, considerou.

“Ainda há o discurso de algumas pessoas de que isto é inevitável, sempre houve pobres e sempre haverá pessoas em situação de pobreza”, salientou, acrescentando que se recusa a embarcar neste discurso.

“Se colocarmos aquilo que é o problema que temos no mundo em termos de pobreza e ao lado colocarmos os problemas com a crise das alterações climáticas, é mais simples resolver os problemas do ambiente do que da pobreza, porque há mais recursos ao nosso alcance”, disse o psicólogo.

Maria da Conceição Pereira, provedora da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, falou das valências da instituição, que tem um papel importante na ajuda às pessoas mais carenciadas. Referiu que o Lar da Infância e Juventude da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha está ligado à génese da própria instituição. Começou por chamar-se Patronato Feminino, depois Internato Feminino e Lar de Infância e Juventude, mas sempre com o mesmo objetivo de ajudar crianças e adolescentes a ter uma vida melhor. Revelou que atualmente esta valência acolhe quinze raparigas e que três delas estão a estudar na universidade.

Carlos Gomes, bancário reformado com atividade voluntária diversa de combate à pobreza e exclusão social nas Caldas da Rainha, mestrando em Ciências de Educação, com especialização em Educação e Desenvolvimento Comunitário, salientou que “a pobreza é uma armadilha e qualquer um pode ser pobre”. Defendeu que as diferentes associações e instituições que trabalham nesta área têm que “falar e trabalhar umas com as outras”. “Mais de 90% das instituições não avaliam o impacto social das famílias”, adiantou.

Alegou ainda que “as pessoas em situações de pobreza têm que ser ouvidas”.

“Nunca entram nestes estudos as redes informais de apoio, que são importantíssimas neste combate e é importante que haja uma pessoa que acompanhe caso a caso”, relatou.

“As políticas públicas obviamente não podem olhar caso a caso, mas nós a nível da comunidade podemos acompanhar cada família”, concluiu. 

No final deixou o desafio às organizações para que “façam o acompanhamento das famílias e que se conseguisse encontrar a figura do gestor, que é aquela pessoa que acompanha a família e que vai encontrar as soluções para os problemas”.

O Conselho da Cidade das Caldas vai realizar em outubro um debate sobre o ambiente.

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