A demolição do antigo cais da Foz do Arelho, devido ao estado degradado em se encontrava, terá feito alterar algumas das dinâmicas das correntes naquela zona da Lagoa de Óbidos e contribuído para um maior assoreamento.
Esta é, pelo menos, a ideia partilhada por alguns utilizadores da Lagoa, como é o caso de alguns pescadores e também de Miguel Castro, proprietário da empresa Intertidal – Natureza e Aventura.
Uma das consequências destas alterações nas correntes parece ter sido retirada de areias que cobriam o exutor submarino da Foz do Arelho, o qual transporta águas residuais com tratamento secundário em direção ao mar.
A intervenção que foi necessário realizar para tapar o exutor acabou por contribuir ainda mais para o assoreamento. “Tornou-se quase impossível a navegação no local de onde nós iniciamos as viagens durante a maré vazia. É um problema que vamos ter de resolver ainda este ano, nem que seja mudando de sítio”, explicou Miguel Castro.
O presidente da Câmara, Vitor Marques, explicou ao JORNAL DAS CALDAS que aquela demolição foi feita de acordo com todas as entidades com responsabilidades nesta matéria.
“Eventualmente os dez pilares que o cais tinha podiam ter alguma influência”, considera, mas não sabe se foi a sua demolição que fez com parte do exutor submarino ficasse a descoberto, até porque isso já tinha acontecido no passado.
“Está pensado redesenhar-se toda aquela zona e não fazer uma substituição do cais tal como estava”, referiu Vitor Marques. A Câmara pretende fazer um cais flutuante, mas já não será este ano e ainda não há previsões para a concretização da obra.
Para o presidente da Junta da Foz do Arelho, Fernando Sousa, teria sido melhor que logo a seguir à demolição do que restava do cais se tivesse feito uma intervenção para que não houvesse alterações e mais assoreamento. No entanto, salienta que o mar empurra a areia para a Lagoa sempre que se muda algo.
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