Santo António voltou a ser festejado na vila de São Martinho do Porto com a marginal cheia de gente. Durante dez dias, de 9 a 18 de junho, houve uma feira, concertos musicais, comida, atividades culturais e desportivas e ainda uma tradição religiosa em torno da baía.Não faltou o fogo de artifício e muita alegria nos rostos da população.
No último dia do festejo decorreu, durante a tarde, a tradicional missa da Festa de Santo António, seguida da procissão presidida pelo padre das paróquias de Alfeizerão e São Martinho do Porto, Gaetano Catalano. Na procissão do mar cada barco levou um andor – São Pedro, São Telmo, São Martinho, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição, sagrado coração de Jesus e Santo António. O padre navegou no barco Nini Caçoila, que transportou o andor de São Pedro. No final retomou a procissão e parou para fazer uma oração e a bênção aos pescadores das embarcações.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, Gaetano Catalano destacou a importância de manter a tradição religiosa. “Conta uma lenda que Santo António salvou pescadores, daí a ligação muito forte porque quando eles saíam da baía para ir pescar podem imaginar se hoje era difícil o que era há muitos anos atrás, por isso a bênção que vamos fazer aos pescadores, para que o Senhor os proteja”, relatou.
Para o padre italiano “viver esta tradição com fé significa dar às pessoas mais força para acordar de manhã e ir trabalhar e pedir ao Senhor que as ajude, por isso esta festa é maravilhosa, porque tem a ver com a vida das pessoas”. “Os oito andores que levamos eram homens e mulheres como somos hoje e cada imagem é uma história daquela pessoa que se encontrou com Deus e hoje é também é importante encontrarmo-nos com o Senhor”, manifestou.
Na terça-feira decorreu ao fim da tarde a Missa do Homem do Mar, seguida da procissão de regresso da imagem de Santo António até à sua capela.
João Caçoila, conhecido por Nini, pescador e mergulhador na apanha de algas, todos os anos participa na procissão do mar e na bênção. Antes da iniciativa os proprietários dos barcos reúnem e fazem um sorteio sobre quem transporta o padre e qual o andor. “Já é o segundo ano que levo o padre Gaetano Catalano, o que é um prazer porque é uma excelente pessoa e indicada para estar na paróquia de São Martinho do Porto”, referiu.
É a “fé” que o leva a participar nesta tradição. “Os meus filhos também são pescadores e Santo António é o nosso guardião”, salientou.
“Com um programa arrojado, as Festas de Santo António voltaram a realizar-se na vila em grande estilo”, vincou Nuno Vieira, presidente da Junta de Freguesia de São Martinho do Porto.
O autarca apelou ao bom senso da população residente devido aos constrangimentos do ruído e cortes de estradas. “É desagradável, mas precisamos de manter esta iniciativa porque é importante para a nossa economia local e para divulgar São Martinho do Porto, que vive muito do turismo”, sublinhou.
Tiveram nove espetáculos com José Malhoa, Iran Costa, Quina Barreiros, Belito Campos, Just This, Sérgio Rossi, Miguel Azevedo, Fora de Série e Mini Break. No último dia, Somos Portugal foi quem animou a festa. “Os concertos musicais foram um dos atrativos da festa, mas não foram o único, porque a marginal de São Martinho do Porto esteve preenchida com mais de 50 expositores, com roupa, calçado, antiguidades, fruta, artesanato, brinquedos, bijuteria e também zonas de diversão para os mais jovens, com carrossel e carrinhos de choque”, indicou Nuno Vieira.
O presidente da Junta destacou que é importante manter o programa religioso porque são “as crenças da nossa população e o respeito pelos nossos pais, avós e bisavós”.
Houve ainda a recitação do terço e procissão da luz, com a imagem de Santo António até à Igreja Matriz. Decorreu também a missa com a bênção dos pães de Santo António.
Houve igualmente um programa desportivo, com o XI Torneio de Futebol de Praia e a Corrida de Santo António, ao longo de dez quilómetros.
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