A TAP, o SIS, o SIRP, o Ministério das Infraestruturas, o Governo que é incapaz de governar, mais o ministro que mente, o secretário de Estado que esconde a verdade, os comentadores e comentadoras do regime que não contam o que sabem, as televisões e os jornais que fecham os olhos à verdade por causa dos subsídios, temos o socialismo com este lodo todo de um lado, do outro lado, o meu vizinho da frente.
Normalmente durmo cedo, mas às vezes, infelizmente muitas vezes, fico acordado até tarde a fazer o que mais gosto, escrever, a deitar fora o que não consigo calar; muitas dessas noites de exteriorização dos meus males e das minhas inquietações, intervalando a escrita com um cigarro, à janela, lá vejo o meu vizinho da frente, um homem sisudo, com as marcas do cansaço no rosto, parco nas palavras, mas uma boa pessoa com cerca de 65 anos, que sai todos os dias por volta das 3 da manhã, rumo ao Porto de Pesca para fazer o mesmo que faz desde os 12 anos, pescar para pôr alguma comida na mesa.
Ele não faz parte daqueles 80% de portugueses que estão bem na vida mas reclamam como alguns dizem por aí, como se na vida real, no mundo real em que vivemos, homens que trabalham arduamente uma vida inteira, ganhando pouco, pudessem fingir que estão mal, estando bem. A estes que são pescadores, como muitos outros, o crescimento económico passa-lhes a algumas milhas da costa, bem longe de terra, onde por vezes só a reza lhes subtrai o medo que as intempéries lhes causam. Abençoadas orações.
Depois, quando ouço falar que o país está a ter crescimento, que as contas do Estado estão melhor, que a dívida está a ser paga, que vamos de vento em popa, que ninguém se pode queixar, olho à minha volta, sempre com a esperança de ver que o meu vizinho já não precisa de ir trabalhar às 3 da manhã, porque a idade já é avançada, a esperança de ver que já pode ficar em casa a brincar com os netos ou ir até ao café conversar com os amigos, só que não, vivemos num País socialista, que só pensa nos “boys” que tem que colocar em empregos que até podem nem fazer falta nenhuma, ou que não sabemos sequer para que servem, mas é assim, são “jobs”…
É por isso que já não me importam os que estão do lado do lodo, porque também eles não se importam nem querem saber dos que estão do lado do meu vizinho da frente, e é por isso também, que irei sempre lutar, com a força da democracia cristã em que acredito, pelos valores de uma sociedade melhor para todos, sem a hipocrisia socialista do amiguismo, dos peculatos, e da pouca vergonha dos benefícios familiares, que se entrelaçam num bailado que custa uma enormidade aos contribuintes, pela valorização que fazem da incompetência, que é uma marca distintiva do Partido Socialista, que nem sabe nem quer saber, que em cada viela, rua, bairro e cidade, também tem um vizinho da frente, que se levanta bem cedo para pôr comida na mesa.
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