Adelino Matos Coelho, um dos oficiais que prestava serviço no Regimento de Infantaria 5, nas Caldas da Rainha, quando em março de 1974 ocorreu a designada “Revolta das Caldas”, morreu no passado dia 13, vítima de doença aguda, informou o Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI), formado por antigos chefes militares, do qual foi sócio fundador.
Na altura do “16 de Março” era tenente e, integrado no “Movimento dos Capitães”, foi detido pela participação ativa na conspiração fracassada que antecedeu a Revolução de Abril.
Em março de 74, resultado da chamada “cerimónia do beija-mão” dos generais a Marcelo Caetano, o que deixou em agitação os quartéis, foi decidida uma operação de força para derrubar o regime ditatorial.
A marcha da coluna militar até Lisboa não foi bem sucedida, pois as forças com duzentos homens que saíram do então Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha foram as únicas no terreno, acabando por regressar ao quartel. Em consequência desta revolta falhada, a maioria dos militares foi parar à cadeia.
A “Revolta das Caldas” acabou por permitir que à segunda tentativa de força irrompesse uma revolução que, em vez de fazer correr sangue, se transformou numa “revolução de flores”, em que se alcançou a liberdade, a paz e a democracia.
Depois do 25 de abril, Adelino Matos Coelho prosseguiu a carreira militar e chegou a major-general, tendo prestado serviço em várias unidades e órgãos do Exército.
Nascido em Aveiro, a 31 de outubro de 1946, Adelino Matos Coelho foi condecorado no ano passado com a Ordem da Liberdade no grau de Grande-Oficial pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A distinção aplica-se a “serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade”.
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