Ao fim de quarenta e nove anos de democracia, que desilusão! Não, não, não, não é a democracia que é uma desilusão, essa não tem qualquer culpa, a democracia é quem nos dá a possibilidade de viver sem barreiras, sem muros e sem amarras, focados apenas no que é importante para o país, só que não.
Ao invés deste foco, a democracia também nos facilita pintar as unhas no Parlamento, para muitos coisa pouca; ter um ex-primeiro ministro e vários ex-ministros a contas com a justiça; ter deputados e ex-deputados que chafurdam no pântano da mediocridade a que pertencem; ter autarcas, uns presos outros não (porque no Parlamento legislaram muitas prescrições), que vegetam na imundície do desrespeito pelos cidadãos e pelos impostos que estes pagam.
Ter ministérios que mais parecem associações de desportos de luta, ou recreios e cantinas de escolas onde os adolescentes brigam por uma mochila; ter ministros verdadeiramente incompetentes que prejudicam o país e nada lhes acontece; ter um primeiro-ministro que inveja o sotaque da língua brasileira, em vez de invejar a competência de alguns estadistas, que lhe deviam servir de exemplo, pela integridade e espírito de missão.
Enfim, uma lástima, cinco décadas depois, o país está melhor, mas continua muito longe de onde podíamos e devíamos estar…nenhuma das reformas necessárias e urgentes se fazem, o socialismo é avesso a reformas, a justiça, a educação, a saúde, o trabalho e os rendimentos, e todas as outras que nos poriam no pelotão da frente da Europa, só que não; dessem ao CDS-PP a possibilidade de governar dois mandatos e veríamos se teríamos ou não um país muito melhor, mais justo e mais desenvolvido, sem essa oportunidade não nos venham falar em extinção…
Somos talvez das nações com maior potencial de desenvolvimento no mundo, temos em variadíssimas áreas (infelizmente no Governo, não) os melhores dos melhores, somos beneficiários de uma localização privilegiada em termos geoestratégicos, na ligação da Europa a África e às Américas; falta-nos um aeroporto que não sabemos quando vamos ter, uma rede ferroviária de alta velocidade de ligação à Europa que não sabemos se um dia teremos, falta-nos uma verdadeira aposta na captação de investimento estrangeiro, nas novas tecnologias, na inovação e fundamentalmente na industrialização do país.
Falta-nos criar condições para fazer regressar os nossos jovens emigrantes de quem os pais sentem tanta falta todos os dias; falta-nos traçar um desígnio nacional projectado a uma década ou duas, que assegure que o futuro vai ser melhor; temos o que de melhor o mundo tem, mas não temos o que de melhor a política devia ter e é por isso que temos um país inteiro à espera de ser feliz.
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