Em 2023, o Caldas Late Night (CLN) deixou definitivamente a sua missão original de abrir as portas das casas dos alunos da ESAD.CR para mostrarem os seus trabalhos artísticos.
Nesta 26ª edição, que decorreu de 25 a 27 de maio, praticamente não houve nenhuma casa particular a participar e as obras foram apresentadas principalmente em exposições coletivas espalhadas por vários espaços públicos ou privados.
Na primeira edição, em 1997, o então “Late Night – Intervenções Artísticas” contou com 14 casas abertas ao público e esse foi o mote original para o seu sucesso. Não é por acaso que o seu símbolo é uma casa. No entanto, ao longo da sua existência, o CLN ganhou uma grande dimensão e de um evento praticamente clandestino e sem divulgação, passou a ter a participação de milhares de pessoas, oriundas de todo o país.
Este ano, segundo a organização, estima-se que ao longo dos três dias tenham participado mais de cinco mil pessoas.
Com esse sucesso, vieram também as “dores de crescimento” e os problemas com vizinhos e senhorios. Há até contratos de arrendamento em que está estipulado que os inquilinos não podem participar no CLN.
Aliás, a crise na habitação e as dificuldades no arrendamento de casas nas Caldas, foi o tema de uma das intervenções artísticas mais interessantes da edição deste ano. A partir do conceito da história dos “três porquinhos”, foram construídas três “casas” que representavam os problemas dos estudantes em encontrar habitação. Por exemplo, no Parque, o coletivo Soma fez uma casa que representava a situação em que muitos têm de partilhar o mesmo espaço, sem condições e com rendas altas.
No entanto, apesar de todos os constrangimentos, o CLN continuou sempre a crescer e desde o início do século que este passou de uma noite para três dias, incluindo o sábado e passou a contar com outras atividades paralelas, como festas e concertos.
Este ano a organização decidiu não realizar uma festa final, mas foram vários os pontos espalhados pela cidade com música e outros espetáculos, desde a Praça 5 de Outubro ao Parque D. Carlos I.
“Foi gratificante ver as pessoas na rua a conviver e a trocar experiências. O feedback dos residentes e visitantes, portugueses e estrangeiros foi espetacular”, sublinharam os elementos da organização.
Quanto às exposições, dividiram-se por locais como o Posto de Turismo, as instalações da Partnia e lojas como a “Sr. Jacinto”, “Mercearia Zen”, SILOS e a antiga escola primária do Parque, entre outros espaços.
Alguns dos momentos altos foram na tarde de 26 de maio, com dois momentos já tradicionais: as descidas de slide, na calçada da Praça 5 de Outubro, e a guerra de almofadas na Praça da República.
Este ano, a guerra das almofadas contou com a participação de muitas crianças, algumas bem pequenas, o que garante a sua realização para os próximos anos. Uma novidade foi a participação da banda Buja Feeling Club, cuja música tornou estes momentos ainda mais entusiasmantes.
Para o próximo ano, a organização pretende incentivar mais a participação de artistas plásticos, mas também dos criativos na área do design e multimédia, para que o CLN cresça ainda mais.
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