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Administração hospitalar garante esforços para acompanhar grávidas transferidas para Leiria

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O diretor do serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) admitiu na passada segunda-feira que enquanto decorrerem as obras de requalificação que obrigarão a que o internamento, bloco de partos e urgência obstétrica tenham de ser assegurados pelo Hospital de Leiria, a cinquenta quilómetros, vai andar “preocupado” devido à distância a percorrer pelas grávidas, mas garantiu que “tudo faremos para encaminhar bem as senhoras e tentar que os constrangimentos sejam mínimos”.
Administração do hospital deu conferência de imprensa para explicar as obras de requalificação

O diretor do serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) admitiu na passada segunda-feira que enquanto decorrerem as obras de requalificação que obrigarão a que o internamento, bloco de partos e urgência obstétrica tenham de ser assegurados pelo Hospital de Leiria, a cinquenta quilómetros, vai andar “preocupado” devido à distância a percorrer pelas grávidas, mas garantiu que “tudo faremos para encaminhar bem as senhoras e tentar que os constrangimentos sejam mínimos”.

Jorge Ribeiro declarou que “não se pode estar tranquilo devido à distância”, reconhecendo que um dos riscos são “mortes fetais devido a demora na prestação de cuidados médicos”, mas garantiu que o planeamento desenhado é “no sentido de evitar ao mínimo eventuais maus desenlaces”, procurando que “os desfechos desfavoráveis sejam zero”. “É o maior desafio da minha vida”, desabafou o médico.

Entre 1 de junho e final de outubro o serviço no hospital de Caldas da Rainha estará encerrado para obras consideradas “essenciais” e para que o reencaminhamento das utentes se faça de forma eficaz a administração do CHO apelou às grávidas para que comuniquem com a linha de saúde 24 ou o 112 quando sentirem necessidade de serem deslocadas para o trabalho de parto.

Elsa Baião, administradora do CHO, revelou que as grávidas transportadas pelas ambulâncias do INEM serão automaticamente levadas de forma preferencial para o Hospital de Leiria, mas sublinhou que “as que venham pelos seus próprios meios é importante que liguem primeiro para o SNS24 para um internamento adequado”.

Para suprir o encerramento temporário da maternidade em Caldas da Rainha, o Hospital de Leiria funcionará de forma ininterrupta sete dias por semana, sem períodos de contingência, e será reforçado com recursos humanos e equipamentos. Três médicos e cinco enfermeiros do CHO vão reforçar os meios existentes em Leiria todas as quartas e quintas-feiras e um ou dois dias por mês ao fim de semana.

Em relação à capacidade de Leiria para acolher as grávidas do Oeste, Elsa Baião disse que “as instalações são amplas e têm condições físicas”.

A Comissão de Utentes do CHO tem opinião diferente e afirmou estar “bastante preocupada” com este encerramento temporário, apontando que o Hospital de Leiria “não consegue dar resposta ao atendimento das grávidas daquela área, muito menos agora, com as utentes de Caldas da Rainha”. Para além disso “aumenta a distância a percorrer até chegar a uma unidade de saúde”.

Numa missiva enviada ao ministro da saúde, o presidente da Comissão de Utentes, Vitor Dinis, pede que a urgência obstétrica de Torres Vedras, fechada há dez anos, “seja reativada, sem momentos de interrupção, a bem das utentes grávidas na zona Oeste”.

Por sua vez, o Grupo Parlamentar do PCP tomou a iniciativa de chamar à Assembleia da República o Ministro da Saúde para explicar o encerramento da urgência de ginecologia e obstetrícia no Hospital de Caldas da Rainha. Entre outras questões, os comunistas consideram que “não é compreensível” que as obras impliquem o encerramento do serviço e que o anúncio seja feito “com apenas cinco dias de antecedência”.

Obras de 1,2 milhões de euros

As obras nas Caldas da Rainha contemplam em primeiro lugar a remodelação de rede de esgotos do bloco de partos, tendo em conta a antiguidade do edifício. Seguir-se-á a requalificação do bloco de partos para criar quartos de parto, reabilitar e criar instalações sanitárias, e ter um posto de vigilância. No internamento haverá substituição do chão, alteração da climatização e serão feitas pinturas e intervenções nas casas de banho.

“Se o serviço estivesse aberto, mesmo parcialmente, não se conseguiria minimizar o tempo de intervenção”, fez notar Elsa Baião, que revelou que o serviço de ginecologia vai continuar a funcionar.

Segundo a administração do CHO, “no decorrer desta intervenção, a atividade assistencial do serviço de obstetrícia será suspensa, não recebendo novas utentes”. Contudo, as consultas externas de ginecologia e de obstetrícia continuarão a funcionar com normalidade nas instalações do CHO. 

A administração hospitalar sublinha que este serviço “nunca foi intervencionado em termos de obras de fundo”, apontando que a requalificação e aquisição de novos equipamentos traduzem-se num investimento global de 1.208.316,50 euros, dos quais 401.255,60 euros financiados no âmbito do programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Partos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 725.000,00 euros comparticipados pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha e 82.060,90 euros suportados pelo CHO.

As obras “visam melhorar as condições de qualidade, conforto e segurança para utentes e profissionais de saúde”.

A requalificação do bloco de partos vai dotar a unidade com quartos individuais, onde a parturiente permaneça durante o trabalho de parto, parto e recuperação pós-parto.

Entre os investimentos mais relevantes, destaca-se a aquisição de ecógrafo para obstetrícia, ventiladores neonatais de transporte, CTG, doppler fetal, cama de parto, berços e monitores multiparamétricos para grávidas e neonatais, reforçando a vigilância do bem-estar materno-fetal.

Lamentando os “incómodos” que serão causados pelas obras, a administração apela à compreensão de todos “na expetativa de que este período de constrangimentos seja posteriormente compensado com a melhoria significativa das futuras instalações e equipamentos da maternidade do CHO, que irão oferecer melhores condições de qualidade e segurança para as grávidas e acompanhantes, recém-nascidos e profissionais de saúde, contribuindo de forma significativa para a humanização e segurança dos cuidados prestados”. A administração espera também conseguir atrair “novos profissionais para este serviço”.

CHO só com maternidade em Caldas

A maternidade do CHO encontra-se centralizada desde 1 de junho de 2013 no hospital de Caldas da Rainha, depois da unidade do CHO na cidade de Torres Vedras ter encerrado no âmbito da reorganização dos serviços devido ao número reduzido de nascimentos, que não chegavam aos 800 por ano e que fez transferir os partos para Caldas da Rainha.

O serviço de obstetrícia, que se situa no piso 3 do hospital de Caldas da Rainha, dispõe de uma área destinada à urgência de obstetrícia e ginecologia, unidade de internamento de curta duração, bloco de partos, unidade de cuidados especiais neonatais e 27 camas para internamento de grávidas e puérperas (que deram à luz recentemente).

Dados revelados pela administração do CHO indicavam que desde junho de 2013 até meados de junho de 2022 tinham sido realizados em Caldas da Rainha 12.435 partos, 14.047 internamentos, 90.311 episódios de urgência e acompanhados 2.822 bebés na unidade de cuidados neonatais. Nasceram 1.243 crianças em 2022.

Funcionamento em rotatividade

Nos últimos meses o serviço de urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos em Caldas da Rainha tem vindo a estar aberto em rotatividade com os hospitais de Santarém e Abrantes, obrigando a que nos fins de semana de encerramento (entre as oito horas de sexta-feira e as oito horas de segunda-feira) as grávidas devam dirigir-se a outras urgências com bloco de partos, nomeadamente no Hospital de Santo André, em Leiria. Neste mês de maio o serviço esteve fechado entre os dias 5 e 7 e entre 19 e 21.

Seria o cenário que iria manter-se nos próximos meses, caso não fossem realizadas as obras que levam ao encerramento temporário.

Para além de Caldas da Rainha, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, também terá intervenções a partir de 1 de agosto até final de setembro.

Hospitais privados podem ajudar

O Ministério da Saúde anunciou que terá de se socorrer do setor privado e social para garantir a realização de partos durante os meses de verão, na região de Lisboa e Vale do Tejo.

A Direção Executiva do SNS indicou que o ‘Nascer em Segurança no SNS – Plano Sazonal Verão 2023’, que está programado de junho até setembro, prevê, se necessário, a ajuda de três unidades privadas da capital (CUF, Lusíadas e Luz). As grávidas em trabalho de parto, com mais de 36 semanas de gestação, poderão ser orientadas diretamente para estes hospitais do setor privado.

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (sediado em Abrantes), que encerrava de forma rotativa aos fins de semana, volta a funcionar de forma ininterrupta sete dias por semana, “sem períodos de contingência, de forma a apoiar este processo”, esclarece a Direção Executiva do SNS, acrescentando que o Hospital Distrital de Santarém mantém os encerramentos rotativos ao fim de semana que já aconteciam desde o final do ano passado.

Quinzenalmente, o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital Distrital de Santarém funcionará de forma regular e nos outros fins-de-semana no nível 1 do plano de contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos, entre as 8h e as 20h de quinta-feira, e o nível 3 das 20h de quinta-feira até às 8h de segunda-feira.

No nível 1 não são admitidas novas parturientes, estando por isso o bloco de partos encerrado para o exterior, mas mantém apoio a parturientes já internadas, cesarianas eletivas e induções do trabalho de parto, bem como episódios de urgência de ginecologia.

No nível 3, o bloco de partos e o serviço de urgência de ginecologia/obstetrícia estão encerrados, apenas se mantendo o apoio aos internamentos e apoio de emergência ao serviço de urgência geral. Nestes casos será apenas necessária a presença física de um médico especialista em ginecologia/obstetrícia, garantida a disponibilidade de um especialista de cirurgia para situações de emergência.

“A carência de profissionais de saúde e em particular de médicos de ginecologia/obstetrícia” foi a razão invocada pela Direção Executiva do SNS para o planeamento complexo a que chamou operação ‘Nascer em Segurança’, em curso desde o fim de semana de natal de 2022.

Garantindo que se encontram a ser delineadas medidas que visam aumentar a atratividade do SNS para os profissionais de saúde, nomeadamente a revisão das carreiras e das tabelas salariais, investimento em infraestruturas e equipamentos, faz notar que no verão a situação agrava-se por causa do período de férias, com redução da disponibilidade dos profissionais.

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