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Infeção urinária, conhecer para prevenir

Miguel Miguel, enfermeiro

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Talvez um dos problemas de saúde que conduz mais pessoas aos serviços de urgência, em especial os mais velhos.

Talvez um dos problemas de saúde que conduz mais pessoas aos serviços de urgência, em especial os mais velhos.

As infeções urinárias, embora possam ser facilmente prevenidas, quando instaladas são causa de múltiplos sintomas e que quando desvalorizadas podem mesmo conduzir à morte.

São causadas por bactérias ou fungos que invadem o sistema urinário, nomeadamente bexiga, uretra e rins. Tendo em conta estas localizações são classificadas de pielonefrite quando se localizam nos rins, cistite quando se localizam na bexiga e uretrite quando a infeção se localiza na uretra.

Normalmente, a infeção é causada por alterações no equilíbrio da microbiota da região genital, favorecendo a proliferação de micro-organismos que causam a infeção — como a bactéria Escherichia coli, naturalmente encontrada no intestino.

Os principais fatores que podem causar esse desequilíbrio são a higiene inadequada da região íntima, segurar a urina, beber pouca água e o uso prolongado de fraldas ou pensos higiénicos.

A dor para urinar (disúria), é o sintoma de mais comum. O termo disúria engloba diferentes queixas durante a micção, tais como dor, ardor, incómodo ou sensação de peso na bexiga.

A presença de sangue na urina é chamada de hematúria e pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quado somente é detetável através de exames laboratoriais. Surge pela irritação da bexiga e da uretra.

A febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite, podendo ser alta, acima dos 38 graus. Na cistite não costuma causar quadro febril e geralmente é abaixo dos 38 graus.

A poliquiuria – necessidade de urinar a toda hora – também é sintoma comum, no entanto, é caracterizada por pequeno volume de urina a cada micção.

Muitas vezes, há uma aparente sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Essa falsa impressão decorre, na verdade, da irritação desse órgão, e não da presença de urina. Além da vontade constante de urinar, pode ter dificuldade em segurar a urina e não conseguir chegar a tempo à casa de banho, perdendo urina involuntariamente. Chama-se urgência urinária e é muito comum nas crianças e nos idosos.

As náuseas, vómitos e perda de apetite são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer junto com febre. A cistite, a seu turno, apesar de poder causar mal-estar, não costuma provocar vómitos.

A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, poucas doenças fazem o rim doer, sendo a pielonefrite uma delas.

Urina com mau cheiro pode ser sinal da presença de bactérias ou fungos contudo pode ser simplesmente a urina concentrada. A ureia, substância presente em grande quantidade na urina, é responsável pelo odor característico da urina. Se esta estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais perceptível.

A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infeção generalizada. Se não reconhecida e tratada a tempo, a pessoa pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência. Os idosos são os que mais apresentam esse tipo de quadro.

Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infeção em curso.

Para ser diagnosticada uma infeção urinária, para além da avaliação médica, o diagnóstico laboratorial é importante ao permitir avaliar a amostra de urina, a sua composição física e química, a presença de microrganismos e, no caso de estes estarem presentes, qual a sua susceptibilidade a diferentes antibióticos.

No caso de infeções de repetição, o médico poderá optar por realizar uma TAC ou uma ressonância magnética para identificar possíveis anormalidades do trato urinário, a gravidade e a presença de fatores agravantes da infeção urinária. A cistoscopia é usada para analisar as partes internas da bexiga e da uretra a fim de identificar a causa da infeção ou alterações decorrentes.

O tratamento das infeções urinárias varia de acordo com o tipo de cada infeção, a frequência com que a pessoa apresenta quadros infeciosos e sua gravidade. Normalmente, ele é feito a partir da administração de antibióticos. O médico também poderá receitar o uso de analgésicos para aliviar os sintomas de dor e o ardor ao urinar.

Algumas medidas podem ajudar a prevenir as infeções urinárias. Consumir, pelo menos, dois litros de água por dia para diluir a urina. Quantas mais vezes for urinar mais rapidamente está a expelir as bactérias e fungos não permitindo que estes permaneçam muito tempo na bexiga e proliferem. Uma boa higiene intima após urinar para evitar que bactérias se acumulem no local e entrem no trato urinário é essencial.

A limpeza deve ser sempre feita da uretra para o ânus e nunca do ânus para a uretra.

Trocar com frequência fraldas ou pensos higiénicos, cada vez que urinar e não retardar o acto de urinar também podem ajudar (essa resistência aumenta o risco de infeção porque permite que a urina permaneça mais tempo no interior da bexiga).

Em caso de dúvidas não hesite em contactar a Linha SNS24 através do número 808242424.

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