Integrado nas Festas da Cidade, decorreu no passado sábado a sessão de reabertura da Casa das Conchas, na Foz do Arelho, depois de uma remodelação de cerca de 10 mil euros e o aumento do acervo para 10 mil espécies de todas as formas, cores e tamanhos.
Um ano após a sua inauguração a Casa das Conchas reabriu com uma segunda sala para acolher uma nova coleção de conchas de Portugal doada à Junta de Freguesia da Foz do Arelho pelos filhos herdeiros de um colecionador de Portimão, José Bragança.
Representa um trabalho de recolha “extremamente minucioso, efetuado durante décadas, com registos extremamente valiosos, próprios de um verdadeiro naturalista”, disse o presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Sousa. “Tínhamos uma sala com 2400 conchas, entretanto foi-nos oferecida a coleção de 3000 fósseis, tratando-se do melhor acervo nacional na temática”, declarou.
A reabilitação do espaço incluiu a criação de uma segunda sala, a remodelação de armários e vitrinas de exposição das conchas.
O espaço de malacologia está patente na “casa dos barcos”, nas antigas instalações do Posto de Socorros Visconde de Moraes (avenida do Mar), junto à praia da Foz do Arelho.
O acervo está agrupado em vitrinas organizadas em duas salas. A da entrada apresenta a coleção geral e a sala à direita, que passou a designar-se José Bragança, apresenta a nova coleção doada.
Estão expostas conchas e búzios de moluscos da costa portuguesa e de outros países como Brasil, Moçambique, Angola, Indonésia, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Austrália, entre outros. O acervo é ainda composto por gastrópodes terrestres e de água doce e existe ainda uma vitrina de conchas de animais marinhos de diversas famílias e locais do mundo. São 165 famílias de conchas, 1170 espécies diferentes, num total de cerca de 8000 conchas. Os fósseis são cerca de 2000 e há ainda uma coleção de areias de Portugal e outros lugares do mundo assim como um pequeno conjunto de outros apontamentos ligados ao mar como ouriços, caranguejos e estrelas do mar. “Mais importante que o número de conchas representadas, é a diversidade, no que diz respeito ao número de famílias e espécies”, referiu Ana Leal, ex-presidente do Conselho da Cidade – Associação para a Cidadania das Caldas da Rainha e uma das mentoras da Casa das Conchas.
Para acompanhar a visita está disponível para consulta um catálogo dos materiais existentes.
Nos quatro meses em que se manteve aberta, a Casa das Conchas recebeu 4500 visitantes, daí a necessidade de “ampliar e dignificar o projeto”, afirmou Fernando Sousa, estimando que, com as melhorias agora introduzidas, “este ano possa ter muito mais visitantes”.
Na cerimónia de reabertura do espaço Fernando Sousa lembrou o entusiasmo e vontade de Ana Leal em criar a Casa das Conchas, que abriu portas em julho do ano passado com uma exposição de cerca de duas mil conchas marinhas, entre exemplares doados por mariscadores locais e por colecionadores de vários países. “O projeto é um grande sucesso e é para mim um orgulho, destacando ainda a colaboração de Paulo Granja, um dos maiores colecionadores a nível nacional, e ainda de Luís Tábua, outro grande colecionador”, manifestou.
Ana Leal elogiou o presidente da Junta da Foz do Arelho pela “confiança e constante presença no desenvolvimento do projeto, que é já uma referência nacional e que vai certamente continuar a crescer”.
O presidente da câmara das Caldas, Vitor Marques, destacou todas as pessoas que trabalham para a criação da Casa das Conchas, que vem enriquecer a “rede museológica concelhia”, que integra e valoriza os acervos ligados ao “estudo dos moluscos”, à biodiversidade da Lagoa e da frente marítima. Fez notar que triplicou a coleção e “ganhou outro brilho ao mostrar ao mundo a paixão dos colecionadores desta área”.
A Casa das Conchas está aberta ao público de quarta-feira a domingo.
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