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Empresários e autarquia caldense juntaram-se em tertúlia sobre turismo criativo

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“Turismo Criativo | Gastronomia, Agricultura, Indústria, Artesanato e Atividades do Mar, entre outras” foi o tema de mais uma tertúlia organizada pela Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO), a 29 de abril, desta vez na Fábrica Ginja Mariquinhas, nas Gaeiras.

“Turismo Criativo | Gastronomia, Agricultura, Indústria, Artesanato e Atividades do Mar, entre outras” foi o tema de mais uma tertúlia organizada pela Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO), a 29 de abril, desta vez na Fábrica Ginja Mariquinhas, nas Gaeiras.

Empresários, Município das Caldas, Turismo do Centro e Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO) juntaram-se à mesa para falar sobre o tema e discutir caminhos comuns para o futuro.

Tal como explicou o diretor da EHTO, Daniel Pinto, “o turismo criativo significa que estamos a partilhar os nossos hábitos, costumes, know-how e criatividade, com aqueles que nos visitam”, afirmou, sendo uma antítese do turismo massificado. “Os turistas querem, cada vez mais, experiências autênticas”, sublinhou.

Na sua opinião, é importante que nestas conversas cada um consiga perceber de que forma cada entidade ou empresa deve trabalhar a área do turismo criativo. Nesse sentido, lembrou que a EHTO tem desenvolvido uma série de cursos, como o de turismo literário, com vista a aprofundar o conhecimento existente e a formar melhores profissionais.

O presidente da ACCCRO, Luís Gomes, referiu que estes encontros têm sido emitidos em direto na página de Facebook da associação, estando agora disponíveis para quem quiser ouvir os debates realizados.

O dirigente considera que o turismo criativo é uma forma eficaz de trazer as pessoas que normalmente vão para os grandes centros. A região tem já uma série de ofertas criativas que a tornaram um destino interessante. Luís Gomes aproveitou ainda a ocasião para defender a localização do novo aeroporto em Santarém, por todos os benefícios que traria.

A tertúlia foi moderada por Nicola Henriques, da SILOS Contentor Criativo, que também contribuiu com várias propostas de parcerias que poderiam ser feitas para promover as Caldas e a região, criando uma espécie de “rede”. Mesmo em relação ao Instituto Politécnico de Leiria, sugeriu que a Escola Superior de Artes e Design da Caldas da Rainha (ESAD.CR) e a Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar (ESTM), de Peniche, trabalhem em conjunto, partilhando conhecimento entre os saberes das artes e do marketing.

O próprio espaço onde a tertúlia se realizou, com uma decoração única e preparada para visitas de turistas, demonstrou como uma unidade fabril pode apostar no turismo criativo. “Isto é turismo. Isto é promoção de território”, salientou o vereador Joaquim Beato, referindo ser este um bom exemplo a seguir por outras empresas.

Joaquim Beato lembrou que, em 2007, quando era administrador da fábrica de cerâmica Molde, também criou naquele espaço um circuito turístico, que recebia turistas nas instalações fabris.

Segundo Joaquim Beato, o Município caldense tem a noção de que o grande desafio para as Caldas, dentro das atividades económicas, é tornar o concelho um destino preferencial. É nesse sentido que querem trabalhar no desenvolvimento do território “em função da base, que é o termalismo, e o de estarmos perto, geograficamente, de Lisboa, Santarém e Leiria”.

Até porque, “a promoção turística mudou por completo, principalmente a velocidade com que a comunicação é feita”, o que também muda a forma como se escolhe um destino.

O autarca destacou que “não há muitas cidades que tenham cerca de 40 hectares de área verde” que podem ser utilizados de diversas formas para a promoção do território. Para além da Mata e do Parque, o vereador referia-se ainda à zona da Quinta da Boneca e junto à ESAD.CR.

“Podemos imaginar este percurso de área verde, lembrando ainda a proximidade a Óbidos e à Lagoa”, disse, considerando ser necessário um trabalho conjunto com o concelho vizinho.

“Os territórios para serem escolhidos têm de ter uma preservação objetiva do seu património e uma qualidade de vida integrada”, avançou ainda. O Município deve também investir na qualidade dos serviços no concelho. Para isso, é preciso envolver todos os agentes económicos e trabalhar com os municípios vizinhos e investir na promoção do que existe.

A Câmara vai avançar para um novo Balneário das Termas, cuja localização ainda não está definida, e quer que a construção do hotel nos Pavilhões no Parque avance. O vereador tem tido várias reuniões com a Visabeira, relativamente à futura unidade hoteleira, mas compreende que depois do investimento que a empresa fez em Alcobaça, possa não ter capacidade financeira para avançar já nas Caldas. Em breve haverá uma reunião conjunta da Visabeira, do Município e do Turismo de Portugal.

Outra aposta será “pensar a cidade para a sua estruturação futura, que tem de passar por melhorar toda a mobilidade”, devolvendo o centro histórico às pessoas e tornando-se mais apetecível para os turistas. Agora que estão terminadas as obras na Igreja do Pópulo, pretende-se arranjar toda a zona envolvente. Nesse sentido, após várias reuniões com a Direção-Geral do Património Cultura, a Câmara já teve luz verde para fazer requalificação de habitação. “Temos de criar condições para que as pessoas vivam no centro histórico”, disse o vereador.

Para contentamento dos empresários presentes, Joaquim Beato referiu ainda que uma Câmara deve ter em atenção os processos de licenciamento e começar a trabalhar neles logo que são entregues “e não no último dia do prazo”.

Nelson Ribeiro, da Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano, explicou que, desde o seu início, o festival Oeste Lusitano tem reunido várias entidades, de forma a juntar o mais possível o que existe culturalmente nas Caldas da Rainha. “Através do cavalo, acabámos por fazer um evento que envolve toda a comunidade”, afirmou.

Também envolvido na organização deste festival, o empresário Jorge Magalhães, falou da sua experiência no desenvolvimento de atividades que liga a criatividade ao turismo, tendo já trazido à região alguns fotógrafos internacionais que levaram as imagens para todo o mundo.

Responsável pela EquiNatura – Silver Coast, um novo alojamento turístico que vai abrir em Alvorninha, Jorge Magalhães considera que as palavras-chave do momento são “aceleração” e “janelas de oportunidades”.

A Equinatura é um projeto de agroturismo com quatro unidades de alojamento (a casa mãe e três decks elevados de madeira), picadeiro, boxes e paddocks para cavalos, piscina, campo de vólei, zona de churrasco e cozinha comum.

O empresário salientou que é importante que as entidades oficiais sejam rápidas em todo o processo burocrático para que unidades possam abrir as suas portas sem demoras.

Ricardo Filipe, chefe de cozinha e gestor operacional do restaurante “Maria dos Cacos”, contou que com este projeto quiseram criar “uma oferta diferente daquela que havia nas Caldas, mas sempre enraizada naquilo que é a sua essência”.

No entanto, considera que existe falta de informação concreta sobre o que Caldas da Rainha tem para visitar e usufruir. “Mesmo as próprias pessoas da cidade têm essa dificuldade”, sustenta.

Segundo o vereador Joaquim Beato, a informação existe, mas se as pessoas se queixam da sua ausência “é porque a comunicação não está bem”.

As principais dificuldades que têm sentido é na captação e retenção de funcionários, tal como se queixam outros empresários do setor. Na sua opinião, existe uma “grande fuga” dos trabalhadores com formação para os grandes centros urbanos ou para o estrangeiro.

Mariana Calaça Baptista participou nesta tertúlia em representação da Centro de Portugal Film Art&Tur Comission, que organiza o Festival Internacional de Cinema e Turismo. A 16ª edição vai ter lugar, de 24 a 27 de outubro, nas Caldas da Rainha.

Segundo a organizadora, o evento tem tido uma grande capacidade de promoção dos territórios e trará às Caldas participantes de vários países. Aproveitou ainda a ocasião para desafiar os criativos locais a submeter, através do site oficial, “alguma narrativa sobre as Caldas da Rainha”.

Joana Marcão, designer de interiores (Atelier Jo Decor), é gestora de três alojamentos locais (em Óbidos e Peniche) e considera que a região deve apostar no turismo criativo, até porque não gosta do turismo em massa. Na sua atividade, tem conseguido ter contato direto com muitos turistas estrangeiros que valorizam essa aposta e que lhe pedem sempre referências de locais a visitar.

Tal como tinha afirmado na primeira tertúlia, Joana Marcão voltou a insistir na necessidade de aproveitar os alunos da ESAD.CR para promoverem mais as Caldas. “Os nossos criativos estão a trabalhar para outras entidades, como o Centro Cultural de Belém, e não estão a trabalhar para as Caldas”, lamentou. Ilda Cruz, representante do Turismo do Centro na região Oeste, explicou como já trabalham muito na divulgação nas atividades criativas e nas empresas que apostam nesta área. “O meu trabalho é muito silencioso, vamos fazendo as referências e só quando são grupos grandes é que entramos em contato direto com os locais que vão visitar”, indicou.

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