Q

Previsão do tempo

13° C
  • Friday 13° C
  • Saturday 13° C
  • Sunday 14° C
13° C
  • Friday 13° C
  • Saturday 13° C
  • Sunday 14° C
13° C
  • Friday 13° C
  • Saturday 14° C
  • Sunday 14° C

Caldas da Rainha e Torres Vedras “só podem ser” as duas únicas opções para o novo hospital do Oeste

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ

Apresentação pública de parecer técnico-científico no CCC

O Governo deve concentrar-se em decidir apenas entre Caldas da Rainha e Torres Vedras para a construção do novo hospital do Oeste. “A não consideração do modelo territorial e do sistema urbano do PROT-OVT – Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo na tomada de decisão do novo equipamento, é não só uma violação grosseira das suas normas, como contraria a política nacional de ordenamento do território”, disse Sérgio Barroso, coordenador-geral do parecer técnico científico sobre as metodologias a adotar na definição da localização do novo Centro Hospitalar do Oeste (CHO), documento que foi apresentado na passada quinta-feira no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha.

O documento, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), com a colaboração de consultores da Universidade de Aveiro e do Instituto Superior Técnico, já foi apresentado em sessão de Câmara e entregue ao ministro da Saúde, que em declarações ao JORNAL DAS CALDAS disse que adiou a tomada de decisão, que era até ao final de março, “face à entrega tardia desse contributo (parecer técnico-científico), com a intenção de dar tempo ao Grupo de Trabalho que tem este dossiê em mãos para analisar todas as propostas”.

Como a decisão ainda não foi tomada, a Câmara das Caldas decidiu convidar os técnicos que elaboraram o parecer-técnico a apresentá-lo ao público. Foi no pequeno auditório, cheio, que Sérgio Barroso salientou que a escolha da localização não pode apenas ser considerada do ponto de vista setorial, “mas em coerência com as prioridades e objetivos de desenvolvimento territorial”. Como o modelo do PROT-OVT estabelece Caldas da Rainha, Torres Vedras e Santarém como centros urbanos regionais e uma vez que Santarém já tem um hospital, a “decisão só pode ser entre Caldas e Torres”. “Não podemos criticar por não termos o ordenamento do território e depois querer atropelá-lo”, salientou o coordenador do documento, que não apresenta uma proposta concreta de localização, mas define quais devem ser os critérios objetivos a ter em conta na decisão para a instalação do novo equipamento no Oeste.

Segundo o coordenador-geral do parecer técnico, a modernização da oferta hospitalar na Área Metropolitana de Lisboa fez com que a população residente em Alenquer, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço ou em Mafra procure os hospitais de Loures e Vila Franca de Xira.

Mas a distribuição geográfica levou também à integração dos concelhos da Nazaré e de parte do concelho de Alcobaça na área de influência do Centro Hospitalar de Leiria e em Torres Vedras foi expandida a oferta privada.

A população residente no concelho de Rio Maior continua a privilegiar o Hospital das Caldas da Rainha em determinadas especialidades.

Refere Sérgio Barroso que “a delimitação da área de influência do CHO em coerência com a procura hospitalar atual é um aspeto decisivo para a credibilidade da tomada de decisão sobre a localização da nova unidade hospitalar”.

A compreensão desta geografia é indispensável para uma adequada definição da área de influência do futuro CHO que servirá de base à escolha da melhor localização da nova unidade hospitalar”, defendeu este responsável. Considerou mesmo que uma das “principais fragilidades” do estudo encomendado pela OesteCIM é “considerar como área de estudo um território que não coincide com a área de influência referida em documentos oficiais do CHO”.

“Mais do que uma localização, trata-se da reestruturação da rede hospitalar com impactes múltiplos na acessibilidade percecionada, na economia e no funcionamento das cidades”, referiu Sérgio Barroso. Argumentou ainda ser “indispensável” que nesta decisão sejam envolvidos os ministérios da Coesão Territorial e da Economia, bem como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e a autoridade de Gestão do Programa Regional do Centro 2021-2027 em concertação com a OesteCIM”.

O coordenador do documento salientou que “é urgente a tomada de decisão sobre a localização do novo hospital, mas também a sua construção”, revelando que a degradação da qualidade dos serviços hospitalares nesta região e a sua desadequação às necessidades das populações é um problema consensual”.

O trabalho foi apresentado também com a participação dos consultores e co-autores Carlos Gonçalves (Universidade de Aveiro, Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas) e Jorge Gonçalves (FUNDEC, Instituto Superior Técnico da ULisboa).

Novo hospital para 295 mil pessoas

Depois da apresentação seguiu-se um momento dedicado à participação do público. José Marques Serralheiro, mentor do Hospital Oeste Norte, voltou a defendeu dois hospitais na região, o Oeste Norte em Caldas da Rainha e Oeste Sul em Torres Vedras.

Em resposta a este membro da plateia, António Curado, coordenador da Comissão de Saúde da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, disse que aquilo que está em causa é “um hospital para o Oeste porque vai abranger 295 mil habitantes”. “O estudo da OesteCIM fez um trabalho alargando a estrutura a concelhos que não fazem parte da área de influência do CHO, como Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos, Alenquer e Mafra, por isso é que deu uma população de 410 mil habitantes”, vincou. Defendeu uma só unidade para o Oeste com critérios de “qualidade, com todas as ofertas de especialidades e com cuidados”.

O antigo presidente da autarquia das Caldas, Fernando Costa, disse que a grande virtude do parecer é “não dizer a localização da nova unidade do Oeste”. Apontou que o documento parte de uma premissa “importantíssima, onde diz que é preciso definir a rede hospitalar ou a região servida por este hospital”. “Não se pode fazer hospitais sem saber quem vai servir e o que se pretende”, salientou.

Fernando Costa apelou aos autarcas de Caldas, Óbidos e Peniche que “vão apresentar este parecer-técnico ao Senhor Presidente da República, porque não pode deixar de receber três presidentes de câmara”.

Como disse José Luís, na plateia, o futuro hospital do Oeste “pode não ser nada do que imaginamos hoje porque a sociedade vai mudar muito nos próximos anos”.

Foram ainda levantadas questões sobre financiamento para o equipamento e sobre o aumento dos ordenados dos profissionais de saúde como forma de os atrair para a região.

Além do presidente da câmara das Caldas, Vitor Marques, estiveram presentes nesta sessão o presidente do município de Óbidos, Filipe Daniel, e o vice-presidente da autarquia de Rio Maior, Lopes Candoso, que também contestam as conclusões do primeiro estudo, realizado pela OesteCIM, que aponta o Bombarral como a localização mais indicada. Todos alegam que o estudo não teve em conta uma “abordagem de multicritérios”, como realidades sociais, económicas e geográficas. Estas autarquias defendem que tal localização está sustentada apenas no critério da distância entre concelhos, sem ter em atenção o desenvolvimento e a área da influência da região.

Os três municípios defendem que o novo hospital seja construído num terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha.

Novo hospital tem que ter a perspetiva do futuro”

Vitor Marques declarou que este parecer é um ato de cidadania, em que esta equipa quis “dar um contributo sério e é assim que nos revemos”.

Apesar de achar “estranho que o Presidente da República não tenha aceite a audiência pedida, alegando que não é sua competência”, salientou que não vão baixar os braços. Revelou ainda que a nova unidade do Oeste “é um investimento muito sério e que tem que ter a perspetiva do futuro, porque a realidade de hoje vai mudar”.

Filipe Daniel comentou que para a construção do novo equipamento é extremamente importante ter em conta o perfil dos “cerca de 300 mil utentes e perceber o que é a monografia dos próximos anos”. “A população do nosso território vai descer daqui a poucas décadas cerca de 40%”, apontou.

O autarca referiu ainda que Ana Jorge, que coordena o Grupo de Trabalho que tem este dossiê em mãos para analisar todas as propostas, “frisou várias vezes que a decisão será política, decidida pelo senhor ministro Manuel Pizarro”.

Lopes Candoso recordou que muita da população de Rio Maior nasceu no hospital das Caldas e que faz todo o “sentido que o concelho fique na área de influência da nova unidade do Oeste”, lembrando que foi aprovada uma moção da Assembleia Municipal a defender o hospital em Caldas e Óbidos.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

Barbeiro desaparecido

Um barbeiro brasileiro, de 42 anos, está desaparecido desde 3 de março, havendo suspeitas de que se possa ter afogado no mar na Foz do Arelho, localidade onde residia, mas não havendo testemunhas todas as hipóteses estão em aberto, tendo o caso sido comunicado ao Ministério Público e à Polícia Judiciária.

desaparecido0

Concerto solidário com Guiné

Um concerto solidário de angariação de bens para apoio do trabalho missionário na Guiné vai ter lugar no dia 30 de março, às 20h30, e no dia 31 de março, às 16h00, nos Pimpões, nas Caldas da Rainha.

concerto