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Primeira palesta do Rotary Club de Óbidos

“Desigualdade continua a verificar-se entre géneros”

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Uma palestra sobre “Amor não é Abuso” em que foi focado a desigualdade que se continua a verificar entre géneros foi o primeiro evento organizado pelo recém-criado Rotary Club de Óbidos, com o apoio do município local.
Cristina Teotónio, Marta Andrada, Ricardo Duque, Fátima Pais e Marta Leal

Primeira palesta do Rotary Club de Óbidos

Uma palestra sobre “Amor não é Abuso” em que foi focado a desigualdade que se continua a verificar entre géneros foi o primeiro evento organizado pelo recém-criado Rotary Club de Óbidos, com o apoio do município local.

A iniciativa, moderada por Ricardo Duque, presidente do Conselho de Administração da Óbidos Criativa, decorreu no dia 29 de abril, no Auditório Municipal Casa da Música.

Fátima Pais, médica de saúde pública do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte (Aces Oeste Norte), que exerce funções de autoridade de saúde em Óbidos, abordou a temática na perspetiva da saúde pública. “Amor não é abuso e o abuso não é com toda a certeza uma forma de amor”, salientou.

A médica falou de alguns tipos de violência, como a doméstica e de género, mutilação genital feminina e violência obstetrícia.

Revelou que se estima que 6576 mulheres com mais de 15 anos a residir em Portugal possam ter sido sujeitas a mutilação genital feminina. “São práticas nefastas – fenómeno cultural (não religioso) tal como infanticídio feminino, a queimadura com ácido, o teste de virgindade, as viúvas herdadas/purificação das viúvas, os casamentos infantis e forçados, os tabus alimentares e o achatamento/alisamento mamário, que é um atentado aos direitos humanos. Entre janeiro e dezembro de 2022 foram efetuados 190 registos de mutilação genital feminina na plataforma de registo de saúde eletrónico, tendo-se registado um aumento de 27,4% em relação ao período homólogo anterior.

Fátima Pais abordou ainda o trabalho não pago e a partilha das responsabilidades familiares, onde em média a mulher assegura 73% das tarefas relativas ao cuidado e educação dos descendentes e o pai apenas 21% (ajuda externa ou familiar 6%).

“Construir uma nova história” foi o título da intervenção da psicóloga e coach Marta Leal porque acredita que “a própria analogia da nossa vida é um livro e a nossa vida, como todos os livros, é feita de capítulos, uns melhores e outros piores e uns até que gostávamos de voltar a repetir”.

“Nos trabalhos que tenho feito com mulheres vítimas de violência doméstica vão sempre para uma nova história e um novo capítulo”, adiantou a psicóloga, que deu vários exemplos de mulheres que sofreram de agressões pelo namorado ou marido.

Para Marta Leal somos todos “culpados pelo modo como falamos, agimos, questionamos e romantizamos quer amor quer violência”.

“O que é que cada um de nós enquanto membros da sociedade podemos fazer para que as histórias não se repitam?”, foi uma das questões deixadas pela psicóloga.

Gestão da autoimagem e seu empoderamento foi a temática proferida por Marta Andrada, psicologia clínica e também coach, que trabalha na prevenção da saúde emocional de cada ser humano, contribuindo para o seu bem-estar.

Considera que a nossa sociedade está “podre” no sentido que “nós somos os primeiros a criar as divergências de visão”. “Alguma coisa que foge daquilo que é considerado normal pela sociedade acaba por haver uma divergência ou visão desajustada”, referiu, abordando especificamente o “autoconhecimento”. “Temos de mudar os conceitos e trabalhar na prevenção, criando ferramentas antes”, apontou Marta Andrada, que faz coach no Hospital das Luz. Apelou às pessoas que “olhem para si, percebam o que querem, quais as suas fragilidades, pontos fortes e objetivos”. “Permitam-se e deem espaço, porque só assim conseguem dar mais de si”, adiantou, falando também da necessidade de saber comunicar.

Cristina Teotónio, diretora do Serviço de Urgência do Hospital de Caldas da Rainha e Peniche, relatou que a violência doméstica é uma problemática transversal a todas as classes. A responsável referiu que por vezes é difícil perceber se alguém que foi à urgência foi vítima de agressões, mas “se acompanharmos a pessoa que volta várias vezes ao hospital porque caiu dá para perceber”.

Alertou que 40% da população que vai à urgência não precisa de lá ir. Depois há o grupo de doentes com doenças crónicas e os utilizadores associados a problemas de foro mental, nomeadamente violência psicológica.

“Há uma violência psicológica que leva a tentativas de suicídio, com muitos jovens a ter estes impulsos”, salientou.

Filipe Daniel, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, e Adélia Belo, presidente do Rotary Club de Óbidos, que abriram a sessão, destacando a importância da temática, que continua a ser muito preocupante. Consideraram que abordar o tema é uma forma de arranjar estratégias para combater este problema e uma maneira de transformar vidas.

Ficha de avaliação de risco foi o tema proferido por César Ferreira, cabo da GNR, e Patrícia Ferreira, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), falou das crianças expostas à violência interparental.

Houve um momento musical com Nelson Wrt Cauda de Tesoura.

O Rotary Club de Óbidos foi criado em maio de 2022 como clube satélite do Rotary Club do Bombarral.

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