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Entrega de diplomas do curso de Turismo Literário em jantar evocativo de Ruy Belo

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“Senhores viajantes e amantes de um bom livro e de um bom prato, bem-vindos a esta homenagem que fazemos a outro grande viajante que tão bem conheceu e retratou este nosso país”.
Alunos presentes no jantar de entrega dos diplomas

“Senhores viajantes e amantes de um bom livro e de um bom prato, bem-vindos a esta homenagem que fazemos a outro grande viajante que tão bem conheceu e retratou este nosso país”.

Esta foi a introdução que deu início ao jantar literário de homenagem ao poeta Ruy Belo, que teve lugar, a 21 de abril, no hotel “The Literary Man”, em Óbidos.

O jantar, inserido no festival “Latitudes”, teve como principal objetivo a entrega dos diplomas da segunda edição do curso de Turismo Literário, mas foi a poesia do riomaiorense que abrilhantou a iniciativa.

Nesta edição do curso online da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO) participaram 25 alunos, não só da região, mas também de outros locais do país.

Segundo o diretor da EHTO, Daniel Pinto, a terceira edição do curso de Turismo Literário, que tem tido muita procura, vai ser lançada no Folio – Festival Internacional Literário de Óbidos.

Ao longo do jantar foram declamados vários poemas de Ruy Belo por alunos e professores do curso, em vários momentos conduzidos pela professora de português da escola, Cristina Ruivo.

De início, foi servida a entrada “Orelha a la plancha”, alusiva a Madrid, e uma sopa de cebola, para evocar Rio Maior e a sua Feira das Cebolas. Este foi o mote para se ouvirem os poemas “Madrid Revisited” e “Um Prato de Sopa”.

Nessa altura, Cristina Ruivo referiu que Ruy Belo nasceu a 27 de fevereiro de 1933 em S. João da Ribeira, Rio Maior, tendo falecido a 8 de agosto de 1978, em Sintra.

Durante os seus 45 anos de vida, o poeta viajou por cidades como Roma, Paris e Madrid, mas sempre com uma grande ligação a Portugal, que tanto evocou nos seus poemas.

Para assinalar as viagens que Ruy Belo fez, cada uma das mesas do jantar assinalava oito das cidades e vilas que tiveram um maior significado na sua vida.

Vila do Conde e Peniche foram evocados com poemas lidos no momento, mas também com o prato de peixe servido (alfaquique com açorda de ovas).

De salientar também que nas jarras de cada mesa foram colocados “cravos” feitos em papel de jornal, para celebrar a liberdade de expressão trazida pelo 25 de abril.

“Ruy Belo foi também um defensor da liberdade, da sua liberdade, o que fez dele um desalinhado, fosse com Deus, com a PIDE e, até, com os primeiros governos do pós 25 de Abril”, referiu a professora Cristina Ruivo.

Doutorado em Direito, licenciado em Letras e poeta reconhecido, não terá sido por acaso que “não conseguiu melhor emprego do que dar aulas à noite numa escola técnica do Cacém”.

A chanfana de pato com batata-doce, que se serviu como prato de carne deste jantar, pretendeu assinalar esses anos passados no Cacém. Para terminar, “regressou-se” à terra natal do poeta, com um pão de ló de Rio Maior, acompanhado de gelado.

O jantar foi preparado pelos alunos do 3º ano do curso de Técnicas de Cozinha e Pastelaria, em conjunto com alunos do 1º ano de Técnicas de Restauração e Bebidas.

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