Peças de teatro, performances e debates marcaram a 12ª edição do Festival Ofélia – Teatro e Artes Performativas, que decorreu de 27 a 30 de março, nas Caldas da Rainha, com o tema “Ruptura”.
Este festival, criado em 2009, realiza-se anualmente e é sempre organizado pelos alunos do 2º ano da licenciatura de teatro da ESAD.CR (Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha). Tem como objetivo promover o trabalho dos estudantes, assim como fomentar a criação artística dentro da escola e com outras escolas de artes. Para tal, são convidados vários estabelecimentos de ensino superior a apresentarem as suas peças.
Este ano, para além dos organizadores, participaram alunos da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo) e do curso de teatro da Universidade de Évora. O ponto de partida para todos os espetáculos apresentados foi a “ruptura”.
Segundo Mariana Fonseca, porta-voz do evento, depois dos anos da pandemia, sentiram necessidade de fazer algo mais disruptivo e impactante. “Quisemos mostrar que, apesar de tudo, o teatro continua vivo e continuamos a querer mudar o mundo”, salientou, lembrando que o lema desta edição era “o teatro como arma para mudar o mundo”.
Para desafiar os alunos da ESAD.CR a envolverem-se mais, a organização colocou um mural temporário em papel, no átrio da escola, a questionar o que estes querem mudar.
Teve lugar também uma mesa-redonda com a participação de elementos do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), onde foram discutidas várias questões relacionadas com os direitos dos profissionais desta área. Outro debate foi sobre o teatro e a performance fora das grandes áreas metropolitanas, onde existem menos apoios e onde há menos possibilidades de prosseguir uma carreira profissional, o que também acaba por fazer com que existam menos atores disponíveis.
No último dia, houve uma conversa informal, no terreiro do Parque D. Carlos I, entre atuais e antigos alunos do curso de teatro da ESAD.CR. “Quisemos saber como tem sido o percurso daqueles que tiraram o curso que nós estamos a frequentar”, explicou Mariana Fonseca. As preocupações apresentadas acabaram por ser, em parte, as mesmas dos debates anteriormente realizados.
“Uma das nossas principais preocupações é fazer chegar a cultura a todos os cidadãos, mas também que os profissionais desta área tenham condições dignas para poderem fazer o seu trabalho”, referiu Mariana Fonseca.
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