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A primavera em Óbidos

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Escaparate A vila citada em epígrafe possui um soberbo encantamento, independente do período do ano. Porém, é na primavera que os seus fulgores naturais se mostram com mais força e carisma. Todo o concelho trescala. Há bálsamos que impressionam. E, quanto mais avançamos pela região, mais surpresas vêm ao nosso encontro. Se nos deslocarmos na […]
Rui Calisto

Escaparate

A vila citada em epígrafe possui um soberbo encantamento, independente do período do ano. Porém, é na primavera que os seus fulgores naturais se mostram com mais força e carisma.

Todo o concelho trescala. Há bálsamos que impressionam. E, quanto mais avançamos pela região, mais surpresas vêm ao nosso encontro.

Se nos deslocarmos na direção da lagoa, seremos envolvidos por um delicado “ar de maresia” e, dependendo da hora, deparamo-nos com a apanha do molusco, onde é natural encontrarmos os açafates abarrotados de mexilhão, amêijoa ou berbigão, e os entusiastas da pesca a ambicionarem retirar dali imensas variedades, entre elas, a tainha, a dourada, a choupa, o linguado, a solha, o rodovalho e o robalo. Toda a atividade piscatória, além de ser a diversão de muitos, é, ainda, de uma importância vital para a economia da região.

Se o nosso passeio estender-se pelos belos campos obidenses, percebemos que a primavera é-lhe gratificante, especialmente no quesito do reflorestamento, destacando-se o surgimento de belas espécies florícolas que oferecem aos passantes uma infinitude de fragrâncias.

Se os caminhantes tiverem tempo, e quiserem adentrar as freguesias locais, irão, certamente, encantar-se com o corrupio de inúmeras castas de pássaros – cada uma com o movimento característico da sua família, repleta de musicalidade e esperança – pois é o momento em que as aves procuram acasalar, o que significa que, se andarmos, literalmente, de nariz para cima, podemos ver incontáveis ninhos. As linhagens que pululam por Óbidos não constroem as suas habitações somente no topo das árvores, podemos encontrar muitas em diversos pontos do solo e na água (na lagoa ou nos rios Arnóia e Real). Curiosamente, vislumbramos modelos distintos dessas moradias, algumas muito rústicas, outras de uma beleza inacreditável.

É importante que todos nós tenhamos em atenção o facto de que somos invasores, portanto, devemos respeitar toda a fauna, evitando uma aproximação agressiva. Como escreveu o filósofo Francis Bacon (1561-1626) no seu excelso “Novo Órgão ou Elementos de Interpretação da Natureza” (1620): “Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe”. 

Genuinamente, a primavera impele-nos a avançar intrepidamente pelos locais que nos são mais caros ao coração e à alma, pois temos a certeza absoluta de que a cada passeio vamos avistar uma imensidão de prodígios, quase prestidigitadores, que podem levar-nos a uma paixão avassaladora pelos sítios visitados.

Os matizes primaveris de Óbidos, as águas odorantes, os campos perfumados, o sol dourando levemente vontades, a alegria, os chilreios e inúmeros sons da dissemelhante fauna existente, tudo misturado numa harmonia devoradora de todos os nossos sentidos, apurando-os mais ainda.

O concelho é rico em vegetação, a mais diversificada possível, porém, há flores que nos saltam à vista logo ao primeiro olhar, entre elas, a glicínia (Wisteria sinensis) e a olaia (Cercis Siliquastrum). Durante o (necessário) vagaroso passo, podemos ser acompanhados por um festival de borboletas ou pelo esvoaçar curioso das abelhas, que surgem para nos questionar qual o nosso intuito no reino da fascinação. Deixai-as em paz, por favor, pois, no máximo, dirão à Rainha que ali passam apenas seres domesticados e dóceis, não constituindo um perigo direto para a confraria mais importante do planeta.

Com tudo isto, agradecendo a aproximação da Senhora primavera, só posso acrescentar: Óbidos possui dois locais onde é possível criar-se um Jardim Botânico e um Parque (ou Reserva) Natural. É o que falta para essa ser, definitivamente, a melhor Vila de Portugal.

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