A Câmara Municipal da Nazaré aprovou uma moção que repudia os abusos sexuais contra crianças protagonizados por membros da Igreja Católica em Portugal.
Após conhecimento das conclusões da investigação levada a cabo pela Comissão Independente para o estudo dos abusos sexuais contra crianças no seio da Igreja Católica Portuguesa, investigação liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, coordenando uma comissão que contou com um conterrâneo nazareno, o juiz jubilado e ex-ministro da justiça, Laborinho Lúcio, a autarquia da Nazaré, reunida em sessão ordinária no dia 17 de fevereiro, vem desta forma demonstrar a sua posição de “inequívoco repúdio”.
No documento aprovado, enviado ao Patriarcado de Lisboa, ao bispo diocesano de Leiria-Fátima, José Ornelas, e ao Governo, a Câmara condena “firmemente os abusadores” e demonstra a sua “solidariedade” para com todas as vítimas.
O relatório revela que “512 crianças foram vítimas reais de abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja católica portuguesa, podendo ainda ascender em mais 4303 o número de vítimas denunciadas, elevando a 4815 o número total de abusados”.
A investigação conclui também que Leiria “é um dos distritos do país de onde chegaram à referida comissão mais queixas por parte das vítimas, maioritariamente do sexo masculino, crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, sendo que os abusadores eram na sua maioria homens e padres”.
“Estes abusos configuram atos hediondos que demonstram o lado mais selvagem, sombrio e desumano de algumas pessoas que integram a Igreja Católica. Atos com consequências altamente negativas no desenvolvimento psíquico, pessoal e social de todos aqueles que foram vítimas destes abusos a todos os níveis inqualificáveis”, manifesta a Câmara da Nazaré.
A autarquia esclarece que “não tomamos algumas árvores pelo todo da floresta, sendo que as generalizações são sempre abordagens erróneas” e pede que “há que ser célere na justiça”, para “julgar em conformidade”, levando a que os abusadores tenham “uma sentença e uma pena à altura da monstruosidade dos seus atos”.
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