Numa declaração política individual na Assembleia da República (AR), o deputado caldense Hugo Oliveira defendeu a localização do novo hospital do Oeste no terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha. Alertou ainda que o estudo feito e que aponta o Bombarral como a localização ideal “teve como base a omissão de parâmetros que se tivessem sido considerados mudava o resultado”.
Defender o acesso aos cuidados hospitalares dos oestinos foi o objetivo do deputado caldense Hugo Oliveira, que fez no passado dia 16, na Assembleia da República, uma intervenção sobre a localização do novo hospital do Oeste.
O deputado eleito pelo distrito de Leiria começou por acusar o Governo de ter optado por uma “clara tentativa de sacudir a ‘água do capote’, por solicitar aos municípios da Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM) que fizessem um estudo sobre a futura localização da nova unidade”.
“Um estudo académico que teve por base a omissão de parâmetros que determinam a insuficiência deste e o tornam incompleto sem apresentação de variáveis até no que diz respeito à abrangência, reconhecido aliás pelo atual ministro da saúde quando criou por despacho um grupo de trabalho para sustentar a sua tomada de decisão”, apontou.
Criticou ainda o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, pela constituição do grupo de trabalho, “liderado por uma antiga ministra, a socialista Ana Jorge, com ligações ao território que disputa a localização”.
Na sua declaração, disse que “um hospital nasce de paredes, cresce de equipamentos, alimenta-se de utentes mas só funciona com profissionais que para ali quererem desenvolver a sua profissão têm de se sentir atraídos por um projeto mas também pelo território, que lhes tem de oferecer condições de vida, ou seja, onde viverem, onde colocarem os seus filhos a estudar, fazer desporto, usufruir de cultura, ter acesso a comércio e serviços de qualidade”.
Considerou que Caldas da Rainha e Óbidos tomam “a dianteira nesta disputa de localização pela capacidade instalada destas condições, e acresce que a estas infraestruturas se soma a proximidade à Linha do Oeste e o que pode isto significar numa visão policêntrica de uma localização que junta a ferrovia, e a rodovia com a A15 e a A8, não esquecendo que entre Bombarral e Caldas da Rainha não se pagam portagens”, reforçando assim esta localização como ponto “nevrálgico da região”.
“Este tipo de equipamentos tem que ser construído num centro urbano regional”, salientou, indicando que no Oeste só há dois – “Caldas da Rainha e Torres Vedras”.
Frisou também que é incompreensível que só depois de seis meses é que o ministro de Saúde se tenha “dignado a receber os autarcas das Caldas da Rainha e Óbidos e esperemos que não tenha servido apenas para “acalmar” as hostes e tenha consequência prática”.
Uma localização para o “oeste sul aproxima-o de hospitais como o de Vila Franca de Xira e o de Loures e escava um fosso entre o oeste e o Hospital de Leiria, deixando uma grande área territorial a descoberto”, relatou.
“E não vale a pena sustentar a ideia de referenciar mais utentes no Hospital de Leiria que foi concebido para 230 mil utentes e serve atualmente mais de 380 mil”, acrescentou.
Na sua declaração considerou que seis minutos “não me permitem continuar num rol fácil de argumentação da sustentação da localização nas Caldas da Rainha/Óbidos, mas basta ter em conta estas variáveis para que a decisão possa ser tomada em consonância com a realidade do Oeste”.
No entanto, reforçou a necessidade de no entremeio, até à construção do novo Hospital do Oeste, “serem feitos investimentos nos hospitais existentes por forma a garantir que os oestinos tenham acesso condigno aos cuidados de saúde, porque os excelentes profissionais que ali lutam todos os dias sentem-se impotentes perante tal inoperância governativa de dotar os mesmos de condições físicas mínimas”.
Em resposta a um deputado da oposição que o acusou de “bairrismo”, Hugo Oliveira disse que os pressupostos que foram no caderno de encargos do estudo não foram cumpridos com base naquilo que foi aprovado pelas autarquias na Oeste CIM”. “Se o estudo tivesse os critérios que tinham sido exigidos pelos municípios, acredito que o resultado tinha sido diferente”, respondeu.
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