Q

Previsão do tempo

17° C
  • Saturday 17° C
  • Sunday 22° C
  • Monday 24° C
17° C
  • Saturday 17° C
  • Sunday 22° C
  • Monday 24° C
17° C
  • Saturday 17° C
  • Sunday 24° C
  • Monday 25° C

Enfermeiros fazem greve e concentram-se à porta do hospital

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Um grupo de vinte enfermeiros do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) concentrou-se na passada segunda-feira à entrada do hospital das Caldas da Rainha para mostrar que “os enfermeiros estão na rua e a luta continua”, pela justa contabilização dos pontos para o reposicionamento na carreira.
Os enfermeiros estiveram em protesto em frente ao hospital

Um grupo de vinte enfermeiros do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) concentrou-se na passada segunda-feira à entrada do hospital das Caldas da Rainha para mostrar que “os enfermeiros estão na rua e a luta continua”, pela justa contabilização dos pontos para o reposicionamento na carreira.

O protesto, que teve a duração de duas horas, foi convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), com o objetivo de “exigir a contabilização de pontos com os devidos retroativos a 2018″, sublinhou o delegado sindical, Ivo Gomes.

De acordo com o enfermeiro, “a classe e o sindicato reuniram-se, no passado dia 11, com o conselho de administração do CHO, onde se realizaram alguns entendimentos e se assumiu alguns compromissos, como a contabilização de pontos”. Contudo, “ainda não estão efetivados”, o que, segundo o sindicalista, levou à greve dos profissionais e à concentração em frente à unidade hospitalar durante cerca de duas horas.

Com bandeiras na mão e uma faixa colocada à entrada do hospital, os enfermeiros também reivindicaram a regularização de cerca de vinte enfermeiros precários, que há vários anos estão a recibo verde. “Já no ano passado realizámos diversas lutas, mas ainda não está resolvida”, apontou Ivo Gomes, adiantando que “para a vinculação definitiva, a administração precisa de ter o plano de atividades e orçamento aprovado e o Governo, pelos vistos, não está a aceitar”.

Essa situação, segundo o sindicalista, afeta maioritariamente os enfermeiros dos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras. No caso da unidade caldense, “existem dez enfermeiros, e como não há segurança na contratação, os colegas também não se sentem bem e vão procurar outras instituições de saúde”.

A par disso, os enfermeiros também reivindicam “uma aposentação mais cedo, devido ao risco da profissão”. Trata-se de “uma carreira especial de enfermagem que trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana”, e por isso solicitam que a data de aposentação nos 66 anos e quatro meses “seja reduzida para os 57 anos de idade e 35 anos de trabalho”. 

À lista das reivindicações, os enfermeiros pedem “melhores condições de trabalho, valorização salarial e uma carreira digna para toda esta classe que está a ser empurrada para o nada”.

Atualmente, o CHO tem cerca de 750 enfermeiros divididos pelas três unidades, e Ivo Gomes considera que faltam pelo menos mais 140 profissionais. Face a essa situação, a administração do CHO já solicitou a abertura de concurso para os 140 enfermeiros, mas o “pedido foi negado”, impossibilitando assim o cumprimento “do rácio enfermeiro/doente”.

“Este ano vão repetir esse pedido, mas até lá a instituição também está de mãos atadas pela parte do governo, e só consegue contratar através do vínculo precário”, mencionou o delegado sindical.

A greve teve uma adesão superior a 50% e afetou sobretudo os serviços de consulta externa, o bloco operatório e a urgência, “no fundo, serviços que estão com maiores dificuldades em cumprir os horários”.

“Sem enfermeiros, não há SNS a funcionar”

No protesto esteve a enfermeira Catarina Carvalho, que sublinhou que “continua a haver muita injustiça em termos de contabilização de pontos e de retroativos”. Também referiu que “os enfermeiros que estão agora a entrar também já se encontram em situação precária, e sem enfermeiros, não há Sistema Nacional de Saúde a funcionar”.

A profissional, que já conta com 33 anos de enfermagem, também referiu que “já podia estar numa situação diferente em termos de carreira, mas não estou, porque isso foi-nos retirado”. “O enfermeiro para chegar hoje ao fim da carreira tem de ter uma esperança de vida de 110 anos, e isso é impossível, pelo que sequer está adequada à nossa realidade”, apontou.

Outra situação “grave” que destacou é a questão da reforma. “Nós devíamos de ser considerados uma profissão de desgaste rápido”, frisou a enfermeira, adiantando que “neste momento aos 60 anos ter todas as faculdades a 100% já é difícil”.

Para Catarina Carvalho, “o desgaste rápido, a reforma, a contabilização de pontos, os vínculos precários e toda esta situação está a ser desrespeitada há muitos anos”.

Também a enfermeira Catarina Pedro esteve na luta pela vinculação dos precários. Há seis meses que esta profissional se encontra a recibos verdes. “Pontualmente têm sido oferecidos contratos”, apontou. Contudo, “neste momento, ainda não houve grandes mudanças, havendo assim um número significativo de enfermeiros a recibos verdes”, frisou.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

Unidade Local de Saúde do Oeste com 57 vagas para médicos

Foi publicado em Diário da República o número de 57 vagas para recrutamento de médicos recém-especialistas para a área hospitalar, para a área dos cuidados de saúde primários e para a área de saúde pública, na Unidade Local de Saúde do Oeste.

medicos

Incêndio em anexo que servia de depósito de madeira

Um incêndio habitacional em Tornada mobilizou os bombeiros das Caldas da Rainha cerca das cinco e meia da manhã do passado dia 23, tendo ardido o anexo de uma casa onde era guardada madeira.

incendio