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O avisozinho do Presidente da República aos professores

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O Presidente da República ainda não percebeu. Ou, no calculismo da popularidade e dos afectos, considera que lhe é arriscado assumir que percebeu. Não é por desfastio que os professores têm feito greves e têm vindo todos os dias para a rua, nos últimos meses. Não o fazem para desabafar. Também o governo ainda não […]

O Presidente da República ainda não percebeu. Ou, no calculismo da popularidade e dos afectos, considera que lhe é arriscado assumir que percebeu.

Não é por desfastio que os professores têm feito greves e têm vindo todos os dias para a rua, nos últimos meses. Não o fazem para desabafar.

Também o governo ainda não percebeu a gravidade da saturação dos professores e como é inadiável o que estão a reivindicar.

Foram lamentáveis as declaraçõezinhas do Presidente da República, no passado dia 1 de Fevereiro, num tonzinho de ameaçazinha, de cabeça inclinada, voz melíflua e olho mortiço, trazendo nas entrelinhas algo do género «vocês, professores, já desopilaram de mais e agora vão mas é p’ra dentro, antes que a opinião publicada vos comece a malhar forte e feio». É a percepção frívola de alguém que não quer perceber as razões dos protestos, demasiado antigas, demasiadas vezes iludidas e adiadas e, sobretudo, não quer perceber que essas razões têm de ser atendidas todas e agora.

Quanto à sua preocupação com a nossa popularidade, ó senhor Presidente, nós estamos habituados à hostilidade de toda a gente, em particular dos comentadores de serviço aos governos. Em 2019, perante a possibilidade da votação na AR ser favorável à contagem integral do tempo de serviço, um dos tais opinantes oficiais disse e escreveu que se estava a assistir a um filme de terror… E era este o tom geral dos nossos media. Vozes destas, senhor Presidente, não chegam ao inferno do nosso descontentamento e não nos demoverão.

O Presidente da República e o primeiro-ministro não querem perceber que os sindicatos representam a vontade dos professores e que nenhum sindicato pode agora aceitar menos do que a satisfação destas três velhas reivindicações: faseamento (única margem de negociação) da contagem de 6 anos, 6 meses e 23 dias de serviço; eliminação das cotas (prefiro o substantivo “cota”, em português, a “quota”, em latim) de acesso aos 5º e 7º escalões; vinculação automática, após 1095 dias de serviço (com reposicionamento na carreira de quem já cumpriu mais do que esse tempo). Nenhum sindicato pode aceitar menos do que isto, sob pena de trair os professores que representa. É claro que, infelizmente, há muitos outros assuntos a necessitar de solução e, esses sim, têm alguma margem para negociação — por exemplo, um regime especial de aposentação que obvie a urgente renovação do corpo docente; mobilidade por doença; ajudas de custo; os variadíssimos atropelos à legalidade dos horários, decorrentes da confusão intencional entre componentes lectiva e não lectiva; a tralha burocrática; et cetera; et cetera.

Pois, senhor Presidente, temos uma novidade para si, que, pelo visto, ainda não percebeu: não paramos, não paramos; não paramos, não-pa-ra-mos. Vá, transmita lá isto ao nosso primeiro e ele que não faça fitas, desta vez. Quanto a si, nada tema, pois nem saberá para onde se virar com tanto abraço e beijinho. E selfies, muitas selfies.

Escrevo segundo o anterior acordo.

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