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Homenagem a Zeca Afonso enche café concerto do CCC

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Foram assinalados no passado domingo os 40 anos da “Festa da Amizade e da solidariedade para com o Zeca Afonso”, realizada no Pavilhão da Mata em 1983, através do lançamento de uma serigrafia com a imagem original da festa, bem como de um concerto com a presença dos artistas Francisco Fanhais e Manuel Freire, no café concerto do Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, organizado pelo Núcleo das Caldas da Rainha da Associação José Afonso (AJA).
Francisco Fanhais, Élia Mendonça, Conceição Henriques e Manuel Freire

Foram assinalados no passado domingo os 40 anos da “Festa da Amizade e da solidariedade para com o Zeca Afonso”, realizada no Pavilhão da Mata em 1983, através do lançamento de uma serigrafia com a imagem original da festa, bem como de um concerto com a presença dos artistas Francisco Fanhais e Manuel Freire, no café concerto do Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, organizado pelo Núcleo das Caldas da Rainha da Associação José Afonso (AJA).

A iniciativa, que serviu de “pontapé de saída” para o programa cultural “O que faz falta”, esteve repleta de pessoas, algumas participantes da festa de há 40 anos no Pavilhão da Mata. “Foi um evento que congregou todos os amigos do Zeca Afonso que estavam na altura em Portugal disponíveis para participarem e que acabou por envolver toda a cidade”, recordou Élia Mendonça, membro do núcleo caldense da AJA e que, em 1983, teve a oportunidade de participar na Festa da Amizade.

Tratou-se, segundo a filha de Renato Mendonça, casa de quem o cantor costumava ficar durante as suas estadias na cidade, de “uma festa de angariação de fundos para um amigo e companheiro que na altura necessitava de ajuda”.

O poeta, músico e “intérprete de um determinado registo e num tempo histórico e político que a posteridade viria a cunhar como música de intervenção” era presença regular em Caldas da Rainha, onde assiduamente visitava um grupo de amigos e também aproveitava para frequentar as termas locais para realizar tratamentos.

Para Élia Mendonça, “a resposta que a cidade lhe deu é de notar e de relembrar, e foi isso que um grupo de amigos agora resolveu fazer”, através da criação de um núcleo local da AJA, que “tardou a ser uma realidade”.

O núcleo caldense conta atualmente com cerca de 30 elementos, alguns deles amigos que privaram com José Afonso e participaram na organização da “Festa da Amizade”. “O nosso objetivo é de homenagear e relembrar, através de um programa cultural, um ser humano único, que foi o Zeca Afonso”, sublinhou a membro da AJA local, que em parceria com a autarquia local e o CCC prepararam um programa cultural para comemorar os 40 anos da realização da “Festa da Amizade”.

A primeira ação do programa cultural que decorre até maio foi bem-sucedida e o “facto de a sala estar cheia dá-nos uma grande vontade de continuar a perspetivar muitas iniciativas culturais que lembrem o Zeca Afonso, não só a obra poética e musical, mas também o artista, que conseguia congregar diversos valores”.

Além do lançamento de uma serigrafia com uma imagem original do poeta, músico e cantor da festa, também foi projetado um filme com áudio e imagens, algumas inéditas, da iniciativa de 1983, e uma exposição com algumas fotografias da “Festa da Amizade” de José Nascimento.

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Exposição de fotografia com momentos da festa de há 40 anos

“A nossa função é não deixar morrer o legado do Zeca Afonso”

Presente na sessão também esteve o presidente da AJA, Francisco Fanhais, que referiu que “é com muita emoção que estamos hoje aqui a recordar um grande amigo de todos nós, que passou algum tempo pelas Caldas da Rainha, numa altura em que estava a fazer os tratamentos nas termas”. Para além de ter sido “um homem que nos apontou muitos caminhos”, também “é alguém, que hoje em dia, ainda nos influencia com as suas mensagens”.

De acordo com Francisco Fanhais, “a associação pretende efetivamente é que não morra nunca a memória deste homem, que como artista, poeta e cantor pôs todas essas qualidades ao serviço da cidadania”, e que ainda “contribuiu enormemente para que Portugal possa ser cada vez mais um país onde valha a pena viver”. “A nossa função principal é de não deixar morrer o legado do Zeca Afonso”, apontou o responsável pela AJA.

Já o presidente da Assembleia Geral da AJA, Manuel Freire, que é “um dos sobreviventes da Festa da Amizade”, admitiu que estava longe de imaginar que estaria aqui 40 anos depois a relembrar essa data e esse espetáculo. “No fundo, estamos aqui todos para tentar manter a memória do Zeca Afonso e relembrar esse amigo e companheiro de quem tenho muitas saudades, que se chamava José Afonso”, apontou.

Quem também marcou presença na “Festa da Amizade” foi a vereadora da cultura, Conceição Henriques, que “na qualidade de jovem espetadora tive o privilégio de há 40 anos assistir ao concerto do Zeca Afonso em Caldas da Rainha, bem como de me cruzar com ele, por diversas vezes, pelas ruas da cidade”. Recordou ainda generosidade com que ele falava com os jovens estudantes e a proximidade que tinha com os outros, e “creio que é isso que faz com que 40 anos depois esta sala esteja repleta de pessoas para o homenagear”.

Disse igualmente que “estamos aqui não apenas para homenagear um cantor, mas sim para homenagear uma personalidade e valores que foram muito marcantes e que tanto necessitamos nos dias de hoje”.

Para encerrar o primeiro evento do programa cultural, artistas Francisco Fanhais, Manuel Freire, Manuel Teixeira e o sobrinho de Zeca Afonso, João Afonso, subiram ao palco para dar um concerto, onde recordaram algumas das músicas da obra do artista.

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Artistas que participaram no concerto

O programa vai continuar no dia 23 de fevereiro, data da morte do artista, com “uma pequena sessão de poesia no Café Central, local frequentado diariamente sempre que estava nas Caldas da Rainha”, explicou Élia Mendonça. Além disso haverá um momento musical com artistas locais.

Em março vai haver um concerto e uma mesa sobre a poesia de José Afonso, com a participação de Hélia Correia, Alexandre Pereira Martins e Francisco Fanhais. No mês a seguir será inaugurada a exposição “Nove capas para o Zeca”, desenhadas pelo escultor José Santa Bárbara e, em data e local ainda definir, será realizada a mesa redonda “A resistência do canto”, com Irene Pimentel, Manuel Freire e Francisco Fanhais.

A programação do primeiro semestre encerra com o concerto “Zeca e os poetas”, e a mesa “A música de José Afonso no seu tempo e na atualidade”, com Rui Vieira Nery, no dia 27 de maio, no pequeno auditório do CCC.

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A sessão esteve repleta de pessoas
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