“Caldas Respira”
Um ecossistema chamado Oeste Respira, que foi apresentado na passada sexta-feira, nas Caldas da Rainha, vem abrir portas a todos os que “querem candidatar-se a projetos com impacto na qualidade de vida das pessoas, usando como ponto de entrada a saúde mental”.
O objetivo é criar nas Caldas da Rainha uma incubadora de inovação social, que irá apoiar o desenvolvimento de iniciativas, produtos e serviços para a promoção da saúde mental no concelho”.
Foi no Centro Cultural e de Congressos Caldas da Rainha (CCC) que a equipa do Oeste Respira realizou uma sessão de trabalho que teve como objetivo explicar o projeto “a potenciais parceiros, nomeadamente à Câmara das Caldas empresas, instituições, IPSS, entidades de saúde, escolas, entre outros”.
Vítor Simões, diretor executivo da Oeste Respira, explicou ao JORNAL DAS CALDAS que o projeto tem também o intuito de desenvolver um conjunto de campanhas e iniciativas públicas “para mudar o chip das pessoas para que em vez de estarem focados na doença estarem concentrados no tratamento e prevenção”.
O Oeste Respira tem origem em Torres Vedras no âmbito do Portugal Inovação Social, que é uma linha de financiamento público promovida pelo Académico de Torres Vedras. Estão a criar parceiros em toda a região e Caldas da Rainha foi o primeiro local do Oeste onde lançaram uma “chamada a projetos para se inserirem na incubadora”.
O responsável referiu que qualquer entidade desde que já tenha algum “género de serviço, produto ou projeto que tenha impacto na qualidade de vida e na saúde mental, pode candidatar-se”.
Segundo Vítor Simões, a saúde mental é provavelmente um dos “assuntos mais quentes em Portugal na ressaca da pandemia, mas também devido a questões da sociedade portuguesa, portanto, é necessário ir mais fundo para perceber as causas”.
O diretor executivo do Oeste Respira diz que nos últimos anos a síndrome de Burnout e o absentismo “cresceu bastante e é preciso conhecer a causa”. “Será só por fatores ligados ao próprio dia a dia no trabalho ou está ligado à relação do trabalhador com os seus filhos, com os seus pais idosos”, questionou, considerando que tem que ser visto de uma forma “mais integrada e focada em toda a dimensão do problema e não apenas na ideia de tratamento”.
“Nós queremos não só capacitar os projetos para a incubadora, mas queremos que a conversa pública e a troca de recursos e serviços sobre saúde mental comecem a ser uma realidade no concelho”, relatou.
A vereadora Conceição Henriques vê o aumento preocupante de suicídios. “Aqui na região Oeste é importante falar do suicídio porque a sua incidência é muitíssimo superior à média nacional”, apontou, acrescentando que “resta perceber porque é que esta região tem este desvio”.
“Há também uma fraca perceção social deste problema e pode ser um fator que compromete a resolução”, adiantou.
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