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Sessão no Nadadouro sobre candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar

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A candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar, que está a ser elaborada pela associação Pato em parceria com os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos, e que prevê abranger uma área de 1300 hectares, tem como objetivo “conferir-lhe um estatuto de proteção, bem como dar-lhe mais visibilidade, tanto a nível nacional […]
A sessão decorreu na Junta de Freguesia do Nadadouro

A candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar, que está a ser elaborada pela associação Pato em parceria com os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos, e que prevê abranger uma área de 1300 hectares, tem como objetivo “conferir-lhe um estatuto de proteção, bem como dar-lhe mais visibilidade, tanto a nível nacional como internacional”, explicou a associação durante a primeira sessão informativa, que se realizou na passada quinta-feira na Junta de Freguesia do Nadadouro.

No âmbito da candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar, a Associação Pato, em parceria com os Municípios de Caldas da Rainha e de Óbidos, realizou a primeira de quatro sessões informativas que serão realizadas mensalmente em sítios diferentes (Junta de Freguesia do Nadadouro, Junta de Freguesia de Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa, Junta de Freguesia do Vau e Junta de Freguesia da Foz do Arelho).

O objetivo destas sessões, segundo Sara Moreira, da Associação Pato, é de “informar e dar a conhecer a importância da Lagoa de Óbidos enquanto zona húmida, o que é um Sítio Ramsar e quais os benefícios associados a este galardão internacional”.

Considerada uma “zona húmida”, a Lagoa de Óbidos faz parte de um conjunto de “ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, que proporcionam múltiplos benefícios, porém, encontram-se ameaçados”, explicou a colaboradora da associação. “Na verdade, as zonas húmidas são os ecossistemas mais ameaçados da terra, estando a desaparecer três vezes mais depressa do que as florestas”, frisou Sara Moreira. Para combater esse aspeto surgiu a Convenção de Ramsar, um tratado intergovernamental, que visa a conservação e o uso racional de todas as zonas húmidas, por meio de ações locais e nacionais, como uma contribuição para alcançar o desenvolvimento sustentável em todo o mundo.

Em Portugal existem 31 sítios classificados como “Sítios Ramsar”, sendo 18 no continente e 13 no arquipélago do Açores. “Esperamos que a próxima seja a Lagoa de Óbidos”, sublinhou Sara Moreira, esclarecendo que “esta classificação não exige proibições para quem faz uso da Lagoa, apenas obrigações”, como a promoção da conservação de zonas húmidas e de aves aquáticas. “A Lagoa vai continuar como ela é”, frisou a responsável.

Apesar da “enorme importância e relevância”, Sara Moreira destacou que “a Lagoa em termos ecológicos, sociais e económicos, nunca alcançou nenhum estatuto de proteção”. A única classificação que possui é de Biótopo Corine (C21100067), devido ao seu valor ecológico e botânico, bem como ao facto de albergar uma importante diversidade faunística (mamíferos e aves), pela sua importância para espécies migratórias, e pela presença de espécies raras e ameaçadas.

Em tempos, a associação Pato elaborou e apresentou um dossier de candidatura da Lagoa de Óbidos a Área de Paisagem Protegida de Âmbito Regional, que na altura não avançou. “Quase 20 anos depois, a Lagoa continua sem nenhum estatuto de proteção, e por esse motivo voltamos a unir esforços em parceria com os Municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos para elaborar a candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar”, frisou a colaboradora da Pato, destacando as vantagens que poderão haver com este estatuto, como financiamentos, proteção e, sobretudo, “mais valor, tanto a nível nacional como internacional”.

A área abrangida pela candidatura será a mesma aquela que já tinha sido definida para classificar a Lagoa como Área de Paisagem Protegida, incluindo assim um pouco além da aberta e da zona central da Lagoa, mas também as Poças do Vau e alguns terrenos limítrofes que “são, na verdade, habitats de zonas húmidas, como sapais, terrenos alagados, áreas de caniçal, linhas de água, entre outros”.

A candidatura “está a avançar”, estando a associação neste momento a recolher dados sobre a Lagoa tanto a nível ecológico, do ordenamento do território, como social e até mesmo cultural, pois “todas as contribuições são importantes”. “O mais importante é conseguirmos trabalhar em comunidade e protegermos a Lagoa de Óbidos”, apontou Sara Moreira.

A previsão é que esteja pronta até ao final do primeiro trimestre deste ano, seguindo posteriormente para o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

“Zona Húmida Classificada é de facto um galardão de prestígio”

O Paul de Tornada é um dos locais que já fazem parte da lista de Sítios Ramsar, tendo apresentado a candidatura há 22 anos. “Nessa altura, o Paul de Tornada não tinha qualquer classificação, apesar de ser uma zona bastante protegida e conservada”, recordou Maria de Jesus Fernandes, que exerceu o cargo de presidente de direção da Associação Pato de 1997 a 2003, e foi responsável pela candidatura.

Também recordou que “na altura reconheceu-se que candidatura seria uma mais-valia para aquele pequeno paul, que tinha uma riqueza ao nível da flora e da fauna muito grande”.

Esta classificação, que já na altura contou com o apoio da junta de freguesia de Tornada e do Município caldense, acabou por “ser um sucesso”, tendo sido aprovada no dia 24 de outubro de 2001. “Estas candidaturas, no fundo, são chancelas ou galardões internacionais, que não trazem limitações para a população, nem pacotes financeiros, mas que trazem reconhecimento internacional”, explicou Maria de Jesus Fernandes, adiantando que existe um tipo de turismo mundial que se move à volta destes sítios com classificações.

“A chancela Zona Húmida Internacional é de facto um galardão de prestígio”, afirmou a responsável, alertando que nem todas as candidaturas são aprovadas.

Para Maria de Jesus Fernandes, “esta candidatura faz todo sentido para a Lagoa de Óbidos, sendo um local com elevada riqueza do ponto de vista da fauna e de aves, e ainda com caraterísticas culturais muito próprias”.

Presente na sessão também esteve o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vitor Marques, que sublinhou que “a candidatura vai trazer ainda mais valorização e reconhecimento à Lagoa”.

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A iniciativa juntou cerca de 30 participantes
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