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Professores caldenses “em luta pela educação” desfilam pela cidade

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Mais de uma centena de professores das escolas das Caldas da Rainha manifestou-se na passada segunda-feira em frente à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, numa concentração agendada para o distrito pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e outras organizações sindicais, e que deixou centenas de alunos sem aulas. Em protesto, os docentes pediram mais […]
Desfile pelas ruas da cidade

Mais de uma centena de professores das escolas das Caldas da Rainha manifestou-se na passada segunda-feira em frente à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, numa concentração agendada para o distrito pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e outras organizações sindicais, e que deixou centenas de alunos sem aulas. Em protesto, os docentes pediram mais uma vez por “uma escola mais digna” e “pelo ensino”, seguindo depois pelas ruas da cidade para mostrar a dimensão da manifestação.

Os professores das escolas de Caldas da Rainha que aderiram à greve no distrito partiram, a pé, das sedes dos seus agrupamentos em direção à Praça 25 de Abril, a que se juntaram outros oriundos de estabelecimentos de ensino do concelho. Pelo caminho, os docentes que lecionam nas escolas da cidade, com cartazes, apitos e buzinas, entoaram palavras de ordem como “estamos em luta pela educação, senhores ministros mentiras e provocação, não são a solução” ou “professores unidos, jamais serão vencidos”.

Já na praça, com todos os grupos juntos, os professores apelaram ao Governo para que respeite a classe docente e exibiram faixas e cartazes, onde se podia ler “professores em união pela educação”.

Um dos docentes presentes na manifestação era Pedro Teles, do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, que afirmou que estão juntos “por uma escola mais digna e a lutar por todos os profissionais da educação”. Além disso referiu que “estou aqui para reivindicar a contagem integral do tempo de serviço, acabar com as quotas na educação, aumentar os salários em função do aumento dos preços da vida do dia a dia”, e ainda “parar com as colocações longe de casa, sem qualquer tipo de contrapartida para quem está nessa situação”.

O professor de Educação Física já passou por essa situação, tendo sido colocado a cerca de 400 quilómetros de casa para lecionar. “Nessa altura, só conseguia vir a casa fim de semana sim, fim de semana não, sem falar das despesas que tinha em transportes e em combustível”, relembrou Pedro Teles.

Outro dos problemas que afeta o docente é o facto de já ter sido “ultrapassado na carreira, havendo mesmo o caso de professores com menos tempo de serviço que já estão à minha frente nos escalões”. Essa situação, segundo o professor, deveu-se “aos atropelos pelo Governo durante este tempo todo”, e agora, mesmo tendo o tempo de serviço, “não posso subir de escalão, porque não há lugares”.

“Queremos que a escola pública funcione de forma digna”

Acompanhar os professores da Rafael Bordalo Pinheiro, também estiveram os docentes da Agrupamento de Escolas D. João II “em luta pela educação”. Foi o caso da professora de Geografia, Maria de Fátima, que leciona há 32 anos, e que “está solidária com os meus colegas e com os problemas que eles têm, pois também os sinto”. “Somos contra as quotas, contra a progressão da carreira por este sistema de avaliação e estamos a defender a escola pública”, frisou a docente.

Em representação da Escola Básica de Santo Onofre esteve Cláudia Luzes, docente que este ano letivo faz parte do quadro da escola, apesar de se encontrar a 300 quilómetros de casa. “Tal como eu, milhares de docentes deixam os seus lares e as suas famílias, o crescimento dos seus filhos para poderem exercer a tão nobre profissão que tanto amamos”, sublinhou a professora, adiantando que “não é pelos salários irrisórios que ganhamos, mas sim pelo amor que temos em ensinar”.

Para a docente, “esta é uma tão nobre profissão que tem estado sujeita a todo este desgaste e a toda esta descredibilidade”. “Estamos a falar de um dos pilares da nossa sociedade que está em causa”, frisou.

Nesse sentido, Cláudia Luzes exige “respeito, dignidade e credibilidade pela profissão, que tem vindo a decair nestes últimos anos”. Também pediu o descongelamento da carreira, tal como acontece nas ilhas, pois “estamos a falar de trabalho cumprido e que de facto não está a ser contabilizado”, e melhoria das condições de trabalho nos estabelecimentos de ensino.

“De facto assistimos a uma degradação enorme da escola pública, com falta de pessoal docente e não docente”, afirmou Cláudia Luzes, acrescentando que todos esses problemas têm contribuído para o não cumprimento daquilo que “uma escola pública digna necessita”. Mas enquanto “não há negociações ou um ponto convergente”, a docente garante que a classe não vai ficar parada e “vamos continuar a lutar”. “Queremos que a escola pública funcione de forma digna”, sublinhou a professora do 1º ciclo.

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A manifestação terminou na Praça da Fruta

Chamado a comparecer à Praça 25 de Abril, o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vitor Marques, esteve acompanhado pela vereadora da educação, Conceição Henriques, e do vice-presidente da autarquia, Joaquim Beato, tendo ouvido as reivindicações da classe docente.

“Estamos atentos e temos vindo acompanhar o conjunto de problemas que as escolas do município têm”, frisou o autarca, adiantando que “inclusive há problemas que têm alguma gestão de proximidade do próprio município, e que naturalmente estamos muito atentos e conjugando com os próprios agrupamentos”. Mencionou também que apesar dos problemas, a autarquia tem conseguido contrariar as dificuldades.

O autarca mostrou-se igualmente solidário com as reivindicações dos professores, no que diz respeito ao descongelamento das carreiras e a subida de escalões, “sendo algo que tem vindo a agravar”, bem como às colocações fora da zona de residência. “Esta é uma realidade que é constrangedora para os professores, que percebemos e que era importante que fosse feita alguma coisa”, apelou Vitor Marques, destacando que “num futuro muito próximo vai haver dificuldade em arranjar professores para substituir os que se vão aposentar”. 

Para o edil, o problema “é alarmante e merece total atenção e, nós, enquanto autarquia, temos vindo a alertar para estas situações, que são complexas e que têm a tendência em agravar-se”.  

Após uma hora de concentração em frente à Câmara Municipal, desfilaram pelas ruas da cidade até à Praça da Fruta.

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