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Teatro da Rainha apresentou “nova temporada” que reflete sobre a violência e a guerra

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A programação 2023 do Teatro da Rainha, que foi apresentada no passado sábado, conta com um conjunto de propostas nas diferentes áreas que tem vindo a praticar, desde os acolhimentos teatrais de companhias parceiras até às sessões de poesia, convidando assim os espetadores a refletir sobre a violência e a guerra.
A programação foi apresentada na Sala Estúdio do Teatro da Rainha

A programação 2023 do Teatro da Rainha, que foi apresentada no passado sábado, conta com um conjunto de propostas nas diferentes áreas que tem vindo a praticar, desde os acolhimentos teatrais de companhias parceiras até às sessões de poesia, convidando assim os espetadores a refletir sobre a violência e a guerra.

Na apresentação da temporada, que decorreu na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, o encenador Fernando Mora Ramos começou por relembrar que a companhia de teatro residente em Caldas da Rainha recebe apoio máximo da Direcção-Geral das Artes, através do Programa de Apoio Sustentado 2023-2026, para o quadriénio que se inicia agora, “exigindo-nos assim outras responsabilidades”. Esse apoio de 400 mil euros por ano está investido no programa de 2023, que arranca com “Ajax Regresso(s)”, peça com base num texto inédito de Jean-Pierre Sarrazac, e que “nos faz voltar à Bósnia e ao presente trágico da Ucrânia”.

“A opção de o fazer hoje tem a ver com duas razões principais: uma porque é uma espécie de requiem de uma oratória do ponto de vista teatral, dramático, que é uma experimentação cénica e outra, por ser uma espécie de luto, falando do processo da guerra e de como é que depois de tanta violência a vida pode reemergir ou não”, explicou Fernando Mora Ramos.

O ano arranca com uma peça que, falando da Bósnia, convida também os espetadores a fazerem uma reflexão sobre a atual guerra na Ucrânia, através da peça “Antigonick”, da escritora canadiana Anne Carson, que “fala sobre a violência e o poder tirânico diagnosticado na aplicação cega das leis, face à desobediência e intempestividade”. Além disso também é “uma adaptação muito criativa para os tempos que correm “, apontou.

De acordo com o diretor do Teatro da Rainha, “este fim e início de temporada são também um regresso à Grécia que, por estranho que pareça, continua a ser a nossa ideia de futuro, porque foram eles que inventaram a democracia”, que “está sempre em causa, não é um regime consolidado”, sendo possível ver “por todo o lado as autocracias e as tiranias a exercerem poderes”.

A “viagem de 23” pelo meio regressa à matriz da língua, numa experiência que junta “Prantos, lamentos, loas e pregões”, de Gil Vicente com um texto do autor residente Henrique Bento Fialho, “SNS”. Esta peça põe em cena uma montagem de textos vicentinos, que inclui fragmentos de “Breve Sumário da História de Deus”, “Farelos”, “Parda” e “São Martinho” e a peça de Henrique Bento Fialho “inspirada na figura de Martinho e no Livro do Compromisso da Rainha Dona Leonor, texto fundamental sobre as origens do Serviço Nacional de Saúde”, explicou o encenador, adiantando que a peça é também resultado de um laboratório de escrita, que durará quatro anos e que deverá resultar em quatro peças. Esta, denominada “SNS”, será a primeira a subir ao palco, num diálogo entre dois tempos.

“De uma maneira geral vai ser um ano em que se vai falar de violência e sobre a guerra”, referiu Fernando Mora Ramos.

O programa do ano continua com um conjunto de propostas nas diversas áreas disciplinares, realçando os acolhimentos teatrais de companhias parceiras e de poetas, ensaístas e escritores, no âmbito do Diga 33. “Vai manter as suas caraterísticas originais e reforçar o intuito de fazer um esforço para arrancar as pessoas de casa para ouvir falar de poesia e literatura”, explicou o autor residente Henrique Bento Fialho, responsável pelo Diga 33.

No que respeita a acolhimentos pela sala Estúdio do Teatro da Rainha, passarão, em 2023, nove peças de outras companhias, como “Laços”, de Daniel Keene, pela companhia Baal17, “Taco a Taco”, de Kieran Hurley e Gary McNair, pelos Artistas Unidos, “Molly Sweeney”, de Brian Friel, pelo Teatro das Beiras, “Lisístrata”, de Aristófanes, pelo Teatro Noroeste, “A Bela Adormecida”, de Fernando Gomes, pela Teatroesfera, “Espécies Lázaro”, de Vanessa Sotelo, pelo Art’Imagem, “A Festa”, de Spiro Scimone, pela companhia Dois, “Por Detrás da Oliveira”, de João Pedro Azul, pela Cabe Cave, e “Music–Hall, de Jean-Luc Lagarce, pela Companhia de Teatro de Almada.

Na música, destaque para “Imagem Retrospetiva”, com António de Sousa Dias e Susana de Sousa Dias, uma produção da Miso Music que completa os acolhimentos previstos para este ano.

No ciclo de poesia “Diga 33” a companhia tem agendadas sessões para todos os meses do ano, das quais se destaca um colóquio sobre o poeta Armando Silva Carvalho, e um recital de poesia erótica, a partir da seleção de Natália Correia na “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”.

Este ano, o Teatro da Rainha também “vai abandonar o lugar de conforto, a sala estúdio, e experimentar realizar algumas sessões do Diga 33 no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha”, frisou Henrique Bento Fialho.

O protocolo estabelecido com o CCC tornou-se numa “peça essencial para nós e para a cidade, não só na apresentação do maior número de espetáculos no CCC, de forma regular e não esporádica”, explicou o diretor do Teatro da Rainha, acreditando que “assim podemos ajudar a cidade a ganhar novas qualidades”. No âmbito do protocolo, a companhia passará a apresentar os seus espetáculos nos dois auditórios deste equipamento e será parceira em coproduções e realização de ciclos ou exposições de pintura e fotografia. Fora de portas, a companhia de teatro mantém as digressões de “Police Machine”, de Joseph Danan, e “O discurso sobre o filho da puta” de Alberto Pimenta.

Presente na apresentação da programação também esteve o novo diretor do CCC, Mário Branquinho, que abordou que “a relação que o CCC está a tentar estabelecer com os vários agentes culturais da cidade, naquela linha de rumo que o município traçou e que julgámos que é certo”. “É nossa intenção de fazer do CCC cada vez mais um espaço de acolhimento de grupos locais, com alcance nacional, como é exemplo do Teatro da Rainha”, salientou o diretor do CCC, realçando que “a cidade devia ter orgulho de ter uma estrutura como a companhia de teatro residente, que é uma referência no país, bem como do CCC enquanto estrutura cultural”.

Vitor Marques, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, frisou que “esta parceria será uma forma diferente de fazer coisas em conjunto e potenciar apoios” para ambos. Recentemente, ao CCC foi atribuído um “apoio significativo, na ordem dos 150 mil euros para desenvolver mais a parte do cinema, dotando a estrutura cultural com equipamento nessa área”.

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